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Todo sistema linguístico se compõe de morfologia e sintaxe. Alguns são explicitamente morfossintáticos, como os sistemas das línguas de...

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Todo sistema linguístico se compõe de morfologia e sintaxe. Alguns são explicitamente morfossintáticos, como os sistemas das línguas declináveis; outros, menos, como é o caso do português, espanhol, italiano e francês, mas continuam estruturados na morfologia e na sintaxe, permitindo uma distinção didática entre uma coisa e outra, de maneira a tornar a aprendizagem mais viável.

A Terceira parte de Os miseráveis , denominada Marius (08 Livros, 76 capítulos), enfoca a miséria social, cuja solução se encontrari...

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A Terceira parte de Os miseráveis, denominada Marius (08 Livros, 76 capítulos), enfoca a miséria social, cuja solução se encontraria na revolução política, com base na educação universal. Trata-se de um momento delicado na história francesa, no período imediatamente posterior à restauração dos Bourbon (1814/15-1830), após a derrota de Napoleão em Waterloo, em que se observa um conflito político entre realistas, bonapartistas e republicanos. Nesse contexto, revela-se a Marius o perfil do seu avô, M. Gillenormand; a verdade sobre o seu pai, o coronel George Pontmercy; a descoberta do seu amor por Cosette, uma desconhecida cujo nome ele desconhece; a revelação, para Marius, de Thénardier, como embusteiro e criminoso, e o reencontro Jean Valjean e Javert. Esta parte inicia com a introdução do pequeno Gavroche e se fecha mostrando a irreverência do menino, que será um personagem muito importante na parte seguinte.

O poema deve agradar ao leitor, não ao crítico. Se ele agrada ao crítico, tanto melhor. Vejo o poema como um relógio, cujo destino fi...

O poema deve agradar ao leitor, não ao crítico. Se ele agrada ao crítico, tanto melhor. Vejo o poema como um relógio, cujo destino final é o usuário, não o relojoeiro. Ao usuário é suficiente que o relógio lhe forneça o que ele deseja: a exatidão na marcação das horas. Quanto mais o relógio atender à expectativa do usuário, maior será a sua satisfação. O usuário admira-se com a exatidão, com a marcação, dia após dia, dos segundos, minutos e horas.

O que difere Aldo Lopes de outros escritores contemporâneos, mesmo os que se consagraram recentemente no cenário nacional, não é só a f...

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O que difere Aldo Lopes de outros escritores contemporâneos, mesmo os que se consagraram recentemente no cenário nacional, não é só a forma, mas maneira de usá-la para expressar o conteúdo de sua narrativa. Aldo Lopes sabe que mais importante do que aquilo que se conta é a maneira como se conta.

Fugindo de Javert, Jean Valjean invade o terreno do convento do Petit-Picpus-Saint-Antoine, em Paris, onde viviam enclausuradas as bern...

miseraveis victor hugo
Fugindo de Javert, Jean Valjean invade o terreno do convento do Petit-Picpus-Saint-Antoine, em Paris, onde viviam enclausuradas as bernardinas da adoração perpétua. Lá, ele encontra Fauchelevant, por ele ajudado em uma ocasião anterior (Parte I, Fantine, Livro 5, Capítulos 6 e 7), trabalhando como jardineiro

Waterloo , Livro I da Segunda parte de Os miseráveis ( Cosette ), faz a ligação deste romance ao cerne da narrativa, que se concentra ...

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Waterloo, Livro I da Segunda parte de Os miseráveis (Cosette), faz a ligação deste romance ao cerne da narrativa, que se concentra na Quarta parte (O idílio da rua Plumet e a epopeia da rua Saint-Denis): o levante de 1832 contra o rei Luís-Filipe, reafirmando a frase de Victor Hugo, sobre o espírito libertário da França, expresso como “o indomável levante francês” contra

Li, já há algum tempo, na imprensa on-line , que a Academia Brasileira de Letras decidiu não utilizar a linguagem neutra. Já estava no ...

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Li, já há algum tempo, na imprensa on-line, que a Academia Brasileira de Letras decidiu não utilizar a linguagem neutra. Já estava no tempo de a nossa maior instituição tomar uma decisão clara a respeito do assunto. Nada contra quem utiliza a pretensa linguagem neutra. Cada um faz uso da língua como deseja, ninguém irá ser preso por causa disso. O que não pode acontecer é decidir-se, unilateralmente, que o uso será obrigatório,

“Waterloo é a dobradiça do século XIX.” A Batalha de Waterloo é um fato incontestável, abundantemente documentado pela História. O...

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“Waterloo é a dobradiça do século XIX.”

A Batalha de Waterloo é um fato incontestável, abundantemente documentado pela História. O dia 18 de junho de 1815, a três dias do solstício de verão europeu, é o símbolo de um momento que teria dado uma feição diferente da atual à Europa e ao mundo, se Napoleão tivesse sido vitorioso.

Na primeira parte de Os miseráveis ( Fantine , 08 livros, 70 capítulos), vemos as origens e os perfis do Monsenhor Myriel Bienvenu, Je...

miseraveis victor hugo
Na primeira parte de Os miseráveis (Fantine, 08 livros, 70 capítulos), vemos as origens e os perfis do Monsenhor Myriel Bienvenu, Jean Valjean, Fantine e Javert, um primeiro esboço da personalidade do casal Thérnadier, além de uma breve aparição de Cosette. Basicamente, temos aí os personagens mais importantes para a tessitura da trama, aos quais serão acrescentados, posteriormente, Marius e Gavroche, ambos na terceira parte (Marius).

Prometeu encontra-se cravado a ferros em uma escarpa da Cítia, sofrendo a punição ordenada por Zeus e executada por Hefestos, sob a s...

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Prometeu encontra-se cravado a ferros em uma escarpa da Cítia, sofrendo a punição ordenada por Zeus e executada por Hefestos, sob a supervisão de Poder e de Violência, duas divindades do séquito de Zeus, filhas de Estiges (Hesíodo, Teogonia, v. 385 e 400-401).

Ao anunciar que ministraria um curso sobre o romance Os miseráveis , de Victor Hugo (iniciei-o, desde o dia 16 de agosto passado), c...

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Ao anunciar que ministraria um curso sobre o romance Os miseráveis, de Victor Hugo (iniciei-o, desde o dia 16 de agosto passado), com aulas aos sábados, no horário das 09h às 12h, no auditório Celso Furtado da Academia Paraibana de Letras, muitas pessoas demonstraram interesse em fazer a inscrição. Algumas outras perguntaram se o curso não teria uma opção on-line. Respondi que a filmagem e a transmissão do curso, para um dos canais da web, exigiriam recursos de que a nossa Academia não dispõe.

O poeta grego Teócrito (310-250 a. C.) fez um poema, cujos versos representam graficamente uma flauta; o latino Virgílio (70-19 a. C.),...

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O poeta grego Teócrito (310-250 a. C.) fez um poema, cujos versos representam graficamente uma flauta; o latino Virgílio (70-19 a. C.), seu seguidor, mostrou o pastor Córidon ardendo de amores pelo belo Alexis, idealizando vê-lo, em sua companhia, imitar o deus Pã, cantando as suas canções (mecum una in siluis imitabere Pana canendo, II, v. 31); Pã, o primeiro a unir com cera vários caniços (Pan primus calamos cera coniungere pluris/ instituit, II, v. 32-33). Já o poeta Ovídio (43 a. C. – 17/18 d. C.)
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Pã aborda Siringe na margem do lagoJF Troy, 1720 ▪ Museu de Arte de Cleveland
nos legou a origem da flauta, na narrativa de Mercúrio a Argos (Metamorfoses, I, v. 682-712), quando o vigilante da desventurada Io pergunta ao deus como fora inventado o instrumento: Pã, apaixonado pela beleza da náiade Siringe (Σῦριγξ), não contava com a sua transformação em junco, operada pelas hamadríades, que a tinham como irmã. Em sua perseguição, Pã agarra o mais novo cálamo do rio Ládon, pensando ter agarrado a ninfa. De seu suspiro, que vibrou dentro do caniço, originou-se um frágil som, semelhando um lamento. O deus, então, juntou vários cálamos de tamanhos diferentes e uniu-os com cera, concedendo ao instrumento musical recém-inventado o nome da ninfa: Siringe. Estava inventada a flauta: a grácil avena, de Virgílio; a frauta ruda, de Camões.

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Pã toca sua flauta, feita de cálamos unidos com cera (siringe) ▪ GD'Art
Ao pé do divino monte Hélicon, o pastor é tornado poeta, conforme nos narra Hesíodo (Teogonia, v. 22-34). As Musas, habitantes daquela região, sopraram na boca dos pastores e inspiraram a poesia; substituíram o cajado pelo ramo virente de um loureiro e concederam-lhe o dom do conhecimento, assim como elas, do passado, do presente e do futuro. Ao som da flauta, juntaram-se as palavras, nascendo o poeta, sob os auspícios das divindades – Pã, pela flauta; a inspiração, pelas Musas; a poesia do vate, o poeta-profeta, pelo ramo do loureiro de Apolo. O poeta, como sempre, indo mais além, juntou o poema ao bailado, criando as belíssimas circunvoluções do Coro da tragédia grega.

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Competição musical entre Apolo e PãA. Janssens ▪ Galeria Nacional da Eslovênia
A relação entre música e poesia, ambas em essência na natureza, remonta aos tempos imemoriais. Os instrumentos musicais que os seres míticos inventaram e puseram à disposição do pastor são a transformação do natural, recriando, num processo de mímesis, a música para o contentamento dos homens, na hora em que dela precisassem, como alimento do espírito, não do estômago.

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Em breve itinerário, vimos como o poema nasce de uma relação indissociável com a música, o que nos autoriza a reafirmar que ele foi feito para os ouvidos, não para os olhos. Como este grandioso evento, o VIII Festival Internacional de Música de Câmara PPGM-UFPB, cuja abertura tenho a honra de realizar, decidiu, sob a coordenação do Professor Doutor Felipe Aquino, homenagear o poeta Augusto dos Anjos, epitetando-o Um Festival para Augusto, considero a mais feliz das associações, tendo em vista a riqueza musical, rítmica e harmônica que existe nos versos deste que é, não apenas o maior dos poetas paraibanos, mas um dos maiores da Língua Portuguesa. Assim, é com grande satisfação que vemos neste momento de homenagem ao poeta do Eu, a reconstrução do que se perdeu com o tempo: em lugar da poesia lida na solidão de um espaço qualquer, a poesia para ser escutada melodiosamente, para muitos ouvidos, não só o do poeta.

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Felipe Avellar de Aquino, professor e violoncelista@felipe.avellardeaquino
O que me dizem, por exemplo, da estrofe inicial do poema Noite de um Visionário (v. 1-4), que nos põe, num crescendo magistral, lado a lado com o silêncio, com o lento modular da música que segue e finaliza com o tutti de uma orquestra sinfônica, no despertar da harmonia do seu conjunto?

Número cento e três. Rua Direita. Eu tinha a sensação de quem se esfola. E inopinadamente o corpo atola Numa poça de carne liquefeita.

Ou a beleza da plasticidade da rima, na estrofe 14 de Monólogo de uma Sombra (v. 79-84), em que, na descrição do corpo em decomposição, vê-se a sinuosidade do verme necrófago, em movimento, reivindicando a parte que lhe cabe na “bacteriologia inventariante”?

É uma trágica festa emocionante! A bacteriologia inventariante Toma conta do corpo que apodrece... E até os membros da família engulham, Vendo as larvas malignas que se embrulham No cadáver malsão, fazendo um s.

Vou um pouco mais longe e imagino, neste instante, ver e ouvir o artista musical procurando expressar esse movimento visual e sibilação da rima em “esse”, na sonoridade de seu instrumento.

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'Engenho Pau d'Arco', em Sapé, na Zona da Mata do estado da Paraíba ▪ Fonte: IPHAN
Este é o poeta Augusto dos Anjos. Como todo grande artista, buscando a criação, que o gratifica, para não se sentir um deslocado diante da “aspereza orográfica do mundo!” (Monólogo de uma Sombra, estrofe 26, v. 156). É o poeta nascido no bucólico engenho Pau d'Arco, há poucos quilômetros de nossa João Pessoa, que nesta cidade morou por dois anos, entre 1908 e 1910, quando ainda se chamava, não menos bucolicamente, Parahyba; poeta que, apesar do entorno acanhado, não se desligou do mundo sempre em profundas transformações, políticas, sociais, científicas, espirituais – Marx, Darwin, Kardec, Haeckel, Freud e “a passagem dos séculos”, esse “cavalo de eletricidade”, que tanto assombrava o mundo (Poema Negro, estrofe 2, v. 1 e 3)...

Augusto dos Anjos é daquela raríssima casta de poetas que encanta o homem erudito e o homem popular, por todos os aspectos de sua poesia: do vocabulário único à musicalidade de seus versos; da criação de uma atmosfera da mais sombria degradação à busca do renascimento espiritual; pelo lirismo de tensão e pelo lirismo da ternura,
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Augusto dos Anjos (1884—1914), professor e poeta paraibano.
como se pode ver nos sonetos ao pai, um tríptico-síntese da sua criação literária.

Diante de tantas transformações finisseculares, afetando o comportamento de todos, Augusto dos Anjos poderia ter escolhido o caminho da rebeldia, ciente da degradação que saltava aos olhos. Preferiu, no entanto, acreditar que se a revolução científica, operada por Darwin, com a teoria da evolução da espécie, que ele, Augusto, através da leitura de Ernst Haeckel, transfigurou belissimamente em pura poesia, expunha a vida como uma luta constante e nos jogava na cara a degradação da matéria e, por extensão, da sociedade, a evolução revelava também que a vida não para, que suas transformações constantes nos oferecem a imortalidade. Se essa continuidade acontece com a matéria bruta, não poderia ser diferente com a alma, com o espírito (Os Doentes, estrofes 105-110, v. 415-438):

Contra a Arte, oh! Morte, em vão teu ódio exerces! Mas, a meu ver, os sáxeos prédios tortos Tinham aspectos de edifícios mortos, Descompondo-se desde os alicerces! A doença era geral, tudo a extenuar-se Estava. O Espaço abstrato que não morre Cansara... O ar que, em colônias fluidas, corre, Parecia também desagregar-se! Os pródromos de um tétano medonho Repuxavam-me o rosto... Hirto de espanto, Eu sentia nascer-me n’alma, entanto, O começo magnífico de um sonho! Entre as formas decrépitas do povo, Já batiam por cima dos estragos A sensação e os movimentos vagos Da célula inicial de um Cosmos novo! O letargo larvário da cidade Crescia. Igual a um parto, numa furna, Vinha da original treva noturna O vagido de uma outra Humanidade! E eu, com os pés atolados no Nirvana, Acompanhava, com um prazer secreto, A gestação daquele grande feto, Que vinha substituir a Espécie Humana!

A degradação que nos encaminha para a morte, essa “alfândega, onde toda a vida orgânica/Há de pagar um dia o último imposto!” (Os Doentes, estrofe 30, parte III, v. 117-118), são os passos necessários para uma nova vida. Em lugar da transformação, portanto, pelo ativismo político, preferiu o poeta a transformação pela poesia, com a consciência de que a matéria é só um estágio no desenvolvimento da alma, sendo a degradação o passo decisivo, a “célula inicial de um Cosmos novo!”, para a gestação, que traz “O vagido de uma outra Humanidade.”

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Pã na Floresta ▪ GD'Art
Poeta da morte? Nunca! Poeta da vida, porque a vida não para. É a lei do Universo. Lei cósmica que promove o equilíbrio do espírito, pois se “a carne é que é humana! A alma é divina” (Gemidos de Arte, estrofe 9, parte I, v. 33). Nessa compreensão, Jesus “Resume/A espiritualidade da matéria” (Poema Negro, estrofe 16, v. 93-94). Augusto dos Anjos poeta-vate, poeta-profeta, cuja Sombra, “pairando acima dos mundanos tetos” (Monólogo de uma Sombra, estrofe 3, v. 13), “abraçada com a própria eternidade”, sempre esteve e sempre haverá de estar aqui (Debaixo do Tamarindo, v. 13-14).

A Mirabeau Dias, que não só detém a informação, transforma-a em conhecimento e tem os documentos que a comprovam. No artigo “On...

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A Mirabeau Dias, que não só detém a informação, transforma-a em conhecimento e tem os documentos que a comprovam.

No artigo “Onde está o número 17?”, publicado há dois anos, no Ambiente de Leitura Carlos Romero, aventamos a possibilidade de o poeta Augusto dos Anjos ter morado em uma das casas após o prédio do antigo Colégio Pio XII. Foi um erro ocasionado por má compreensão nossa do que está contido na sua carta à mãe, datada de 16 de julho de 1908, comunicando-lhe o novo endereço, para onde ele, o irmão Aprígio e o tio Alfredo, irmão de sua mãe, mudaram-se, de modo repentino,

“Aquilo que é acrescentado ou suprimido sem que se produza qualquer consequência apreensível não é parte do todo”. É o que afirma Ari...

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“Aquilo que é acrescentado ou suprimido sem que se produza qualquer consequência apreensível não é parte do todo”.

É o que afirma Aristóteles, na Poética (1451a), quando propõe uma definição mais completa da mímesis, como uma ação singular que forma um todo. A partir daí, compreende-se que o criador – poeta ou prosador –, não tem qualquer compromisso com o fato ocorrido, mas com o que poderia ter ocorrido, de acordo com a verossimilhança e a necessidade (1451a).

Sempre afirmo que a crônica, quando sai das páginas dos jornais e se transforma em livro, modifica a percepção que se tinha de sua leit...

viagem tempo colegial joao pessoa maria gracas santiago
Sempre afirmo que a crônica, quando sai das páginas dos jornais e se transforma em livro, modifica a percepção que se tinha de sua leitura anterior. No jornal, a crônica, por mais que não o deseje o cronista, está colada à efemeridade das folhas, que noticiam os acontecimentos diários. Ao passar para o livro, a crônica ganha um perfil de perenidade. O jornal, passada a

Victor Hugo é um dos maiores escritores da humanidade. Além de romancista, poeta, dramaturgo, crítico, homem político – fazendo Polític...

victor hugo miseraveis
Victor Hugo é um dos maiores escritores da humanidade. Além de romancista, poeta, dramaturgo, crítico, homem político – fazendo Política, com “P” maiúsculo – ele era um pensador, construindo, ao longo de sua obra, frases que são verdadeiras sentenças, incluídas, sem a menor hesitação, na categoria dos aforismos.

O Canto XXIX do Inferno nos mostra Dante e Virgílio saindo do Nono Bolsão e adentrando o décimo e último recanto do Oitavo Círculo, o ...

divina comedia inferno justica dore
O Canto XXIX do Inferno nos mostra Dante e Virgílio saindo do Nono Bolsão e adentrando o décimo e último recanto do Oitavo Círculo, o mais complexo de todos os demais percorridos pelos dois poetas. Eles deixam os condenados por semear a discórdia e se encontram com os falsários, mais precisamente, os punidos pela prática de alquimia.

A primeira parte de Os Miseráveis chama-se Fantine ; o Livro Primeiro da primeira parte intitula-se Um justo (Un juste), cujo objetiv...

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A primeira parte de Os Miseráveis chama-se Fantine; o Livro Primeiro da primeira parte intitula-se Um justo (Un juste), cujo objetivo é fazer um perfil de Charles-François-Bienvenu Myriel, bispo de Digne, aclamado pela população como Monseigneur Bienvenu (Victor Hugo tem um modo especial de estruturar os seus romances: divide-os em partes; cada parte em livros, e cada livro em capítulos).

Hefestos, constrangido, prende Prometeu; Poder vigia implacavelmente o trabalho; Violência apenas acompanha o desenrolar dos fatos, sem...

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Hefestos, constrangido, prende Prometeu; Poder vigia implacavelmente o trabalho; Violência apenas acompanha o desenrolar dos fatos, sem proferir palavras ou realizar qualquer ação; Prometeu, acorrentado, lamenta o seu destino trágico. Eis o que poderia ser uma síntese do Prólogo de Prometeu acorrentado, tragédia de Ésquilo.

Meu querido Alexei, Parte do que aqui escrevo foi um sonho que tive, mas sabendo do alcance do seu saber e da sua compreensão, poss...

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Meu querido Alexei,

Parte do que aqui escrevo foi um sonho que tive, mas sabendo do alcance do seu saber e da sua compreensão, posso confessar que foi um desdobramento, tal a materialidade tátil do que vivi. Eu saía de um edifício, quando fui chamado, do outro lado da rua, pelo meu irmão Arturo Gouveia, um grande conhecedor de Augusto dos Anjos, para ir até o lugar em que ele se encontrava. Ali chegando, encontrei-o acompanhado do nosso querido William Costa e de uma outra pessoa, cujo nome não lembrei, e ainda não lembro. Arturo me perguntava se eu iria participar da edição mista de Augusto dos Anjos, compreendendo,