A Rádio Tabajara, de que fui um dos seus diretores, está aniversariando, completando 80 anos. Portanto, batamos palmas, cantando-lhe os par...

A Rádio Tabajara, de que fui um dos seus diretores, está aniversariando, completando 80 anos. Portanto, batamos palmas, cantando-lhe os parabéns. Eis aí uma instituição que merece a nossa admiração e o nosso respeito. Tanta gente para recordar, desde o irrequieto Pasqual Carrilho, ao sereno Orlando Vasconcelos. E Nelie de Almeida, com sua linda voz e a sua simpatia? E o nosso ex-deputado Fernando Milanez, que foi seu locutor com uma voz bonita e serena?

Sei não, a Rádio Tabajara daquele tempo me dá muitas saudades. E eu desejava tanto ser seu cantor... Mas fui eliminado num concurso de calouros, quando cantei “Balalaica”. Foi uma vergonha.

Orgulho-me de ter promovido, naquela emissora, um programa de música erudita, que foi um sucesso. O programa chamava-se “Paisagem Sonora”. Tinha muitos ouvintes, inclusive o professor Flósculo da Nóbrega, que chegou a telefonar para a rádio pedindo o “Va pensiero”, da ópera Nabuco, de Verdi.

A Rádio Tabajara sempre foi uma instituição que imprimiu muito respeito. Era lá que se realizavam as posses dos imortais da nossa Academia de Letras, dentre outras importantes solenidades.

Desejei ser seu cantor e nada, seu locutor também e nada, mas terminei como seu diretor, que para mim foi uma honra. Soube que meu retrato lá está, numa galeria.

A Tabajara teve ótimos diretores, a exemplo de Carmelo Santos Coelho e do ex-ministro Abelardo Jurema, cuja crônica “Do teatro da guerra”, sobre a segunda Guerra Mundial, era declamada diariamente.

A emissora mantinha a Hora da Saudade, que fazia muita gente chorar. Meu pai, José Augusto Romero, tinha um programa espírita chamado Neblina Espiritual.

É verdade que, com a TV, o rádio perdeu a receptividade que tinha. Mas a vida é assim, um festival de mudanças.

Termino a crônica desejando que a Tabajara continue difundindo música, cultura e informação.

C hove, consequentemente, faz frio e eu não gosto de frio. O frio me torna pensativo. Acho que a filosofia nasceu com o frio. Já o calor, pr...

Chove, consequentemente, faz frio e eu não gosto de frio. O frio me torna pensativo. Acho que a filosofia nasceu com o frio. Já o calor, predispõe à ação, ao suor. Não sou de frio. Nisso puxei à minha mãe, que vivia agasalhada e mal humorada com o frio. Sou a mesma coisa. E nem parece que abri os olhos para o mundo em Alagoa Nova, lugar do frio, e, infelizmente, da cachaça, que para mim é uma desgraça, até rimou. Pior ainda: está se tornando numa atração turística. Não é, meu amigo e conterrâneo Wills Leal?

O danado é que meus amigos, familiares e promotores das viagens internacionais preferem o frio, o gelo e a neve...

É verdade que o tempo frio tem uma vantagem. Induz à reflexão. E depois da chuva, tudo melhora. E minha crônica virou uma auto-reflexão, graças ao frio.

Mas parece que a chuva parou e o sol está doido para ir embora. E este cronista também. Meus pés estão pedindo caminhada.

Agora é dizer como aquele bêbado, que vimos gritando num avião com destino a Londres: “A Vida é bela!”. Viver é bom, transcender ainda é melhor. Só os homens transcendem, isto é, se divinizam. Eis sua maior responsabilidade.

Mas, a chuva está passando. O sol desejou sair das nuvens que o encobriam. E abaixo as nuvens do pessimismo, que não levam a nada.

Lembremo-nos de Jesus. Ele nunca foi pessimista. Convidou-nos a olhar os lírios do campo, abraçou e abençoou as crianças, dizendo que o Reino do Céu é delas, isto é, do otimismo, da alegria do entusiasmo. Deu-nos uma grande lição dizendo: “Não andeis preocupados com a vossa própria vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Contemplai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Não tendes vós muito mais valor do que as aves?...

F azia tempo que eu não via um dia tão bonito, com o sol esbanjando luz por toda a parte. Luz, haverá coisa mais bela? Luz é sorriso. E sorr...

Fazia tempo que eu não via um dia tão bonito, com o sol esbanjando luz por toda a parte. Luz, haverá coisa mais bela? Luz é sorriso. E sorriso é alegria, e alegria é otimismo, e otimismo é saúde.

As crianças, em geral, são alegres. Correm, gritam, sorriem... Foi esse lado otimista da criança que fez Jesus dizer: “Vinde a mim as criancinhas, porque delas é o Reino dos Céus.” Criança só é triste quando está doente.

Mas o sol de hoje está é bonito. E eu, aqui no computador, quando o mar me chama para tomar um banho. Tomar banho ou caminhar. Eu adoro movimentar os pés para uma caminhada... Se ouvisse como o seu coração vibra de alegria com uma caminhada!

Ah, meu coração! Como eu gosto dele... E lembrar que, às vezes, o coração coça. Já perguntei aos médicos amigos Marco Aurélio Barros e Fernando Lianza a causa disso. Mas, deixemos o coração e voltemos a este dia de sol.

Gosto de chuva e gosto de sol. A chuva nos obriga a pensar. A filosofia nasceu num dia de chuva, decerto. Mas penso que quando Jesus disse que olhássemos os lírios do campo, decerto, fora num dia de sol.

Sol sorrindo... Que beleza! Sol só sorriso. Tenho pena das pessoas sem sorriso. Das pessoas carrancudas. Que Deus nos acuda. O sorriso faz bem á saúde. Os animais não sorriem, já repararam? Dizem que as hienas sorriem quando morrem...

Agora estou lendo a crônica de Fernando Vasconcelos, no jornal Contraponto, em que ele diz que eu sou alegre porque caminho.

Lembrar, porém que o motivo de minha alegria está nos pés e na consciência.

Um conselho: quando você estiver mal humorado, vá a um espelho e veja a imagem que ele lhe transmite... Lembre-se que o espelho não mente. Então esboce um sorriso e veja a diferença.

Voltemos ao sol. Ao sol riso. Pena que o sol que há em você, vez por outra, esteja apagado, escondido. Portanto, vou encerrar a crônica convidando-o a contemplar o sol. O sol sorrindo. Sorriso é luz.

S e você for ao cemitério Père Lachaise, em Paris, lerá no mausoléu de Allan Kardec a seguinte inscrição: “Nascer, viver, renascer ainda, pr...

Se você for ao cemitério Père Lachaise, em Paris, lerá no mausoléu de Allan Kardec a seguinte inscrição: “Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei.” Belo, não?

Renascer, progredir sempre. Que mensagem de esperança! E há quem fale que tudo acaba com a morte! Que estaremos, eternamente, deitados nos cemitérios, banqueteando os vermes e lembrando Shakespeare, que disse, a respeito de um personagem, que ele estaria num banquete, onde não come, mas é comido...

Nascer, viver, renascer ainda, progredir sempre, tal é a lei. Vale a pena repetir. Vale a pena guardar na memória esta verdade.

Tudo muda, minha gente. Que beleza, não? Tanto muda, como progride. E há quem acredita numa vida só... Uns com vida longa, outros com vida curta. Que injustiça seria se assim fosse...

Novo ano surge, nova oportunidade para a prática do bem. O momento enseja uma reflexão. Isole-se num quarto e faça um exame de consciência, exame que ninguém gosta de fazer. Gostamos de corrigir os outros.

Orar é uma maneira de conscientização. Ore o Pai Nosso, a oração que Jesus ensinou aos discípulos, que pede para não cairmos em tentação. E as tentações são numerosas: a da ambição, da vaidade, do orgulho, da riqueza.

Entre novo no ano novo. Há tanta coisa ruim para a gente tirar da gente. E a pior delas é a maledicência, que é viver falando mal dos outros.

Gosto de lembrar de que Santo Agostinho, todas as noites, antes de fechar os olhos, abria a consciência e fazia um balanço do que realizou de bom, e do que fez de ruim.

Ano Novo pede novos propósitos. Sabe quem é indiferente à passagem do ano? O animal. Um filósofo francês dizia que nunca viu o seu gato orando...

Ano Novo de novo, ano novo que é eterno. Vamos aos abraços, aos beijos. Vamos à confraternização.

Bem disse Drummond, um ano vai, outros anos virão. E a vida é isso: mudança. Mudança é a dança do tempo. E se as coisas não mudam fisicamente, mudam de outra forma. Dê um passeio até o mar. Ele dá a eterna lição da mudança. Contemplemos a dança do vento, a dança das ondas, a dança silenciosa das nuvens, que eu gosto de ver da janela do avião.

Novo ano de novo. Novos abraços, novos beijos, novos sorrisos, novas gargalhadas. E novos amigos! Eis um conselho do cronista: Faça novos amigos no ano que se inicia. Nada de inimigos. Ajuntar inimigos é como encher a alma de lixo.

E stou sabendo que o meu amigo Joás, desembargador, agora é o novo presidente do Tribunal de Justiça. E fico muito contente com isso. A toga...

Estou sabendo que o meu amigo Joás, desembargador, agora é o novo presidente do Tribunal de Justiça. E fico muito contente com isso. A toga nunca vestiu tão bem um juiz. Com aquela cara de menino, cabelos na testa e um olhar de quem sabe ver as coisas, Joás, com a sua cultura e experiência saberá muito bem manejar a balança da justiça.

Tive bons amigos, amigos inesquecíveis, no comando da nossa Corte, e começo logo falando do meu amigo Mário Moacir Porto, que muito me ensinou Diversas vezes saía lá do Rio Grande do Norte para assistir a lançamento de livro meu, inclusive tendo vindo apresentar “O papa e a mulher nua”, de crônicas de viagem.

Elegante, quer na roupa, quer na conduta, Mário Moacir foi um homem admirável. Com ele muito aprendi. Outro grande amigo presidente foi o desembargador Paulo Bezerril, admirável tocador de flauta. Fez parte de nossa Sinfônica. Certa vez, me confessou que admirava três coisas na vida, todas começando por M: mar, mulher e música. Ele não gostou quando soube que eu ia ser juiz lá numa cidadezinha do interior e disse: “É mesmo que jogar uma medalha de ouro no mato”...

Agora vejo meu amigo Joás, que tem o nome do pai, outro estimadíssimo amigo, atingindo a presidência da Suprema Corte. Um homem simples, que a toga jamais modificará seu temperamento.

Pena que seu pai, Joás, e o seu tio, Joacil, meu companheiro de exército, magistério e Academia de Letras, já fora do nosso convívio terreno, não estejam aqui para ver, de perto, mais um sucesso do menino, assumindo a presidência do nosso Tribunal de Justiça.

Termino a crônica me lembrando de outro amigo, Júlio Rique, graças a quem a Justiça sorriu. Mais do que isso: lá, ele deu boas gargalhadas.

Joás, presidente da nossa Corte de Justiça, muito bem! Leva para o cargo uma boa experiência da vida jurídica, competência e uma grande vivência, sobretudo do grande advogado que foi.

Q ueiram ou não queiram, há qualquer coisa de místico nessa saída e entrada do ano. Talvez, pura sugestão, pois, o tempo é uno, não adianta ...

Queiram ou não queiram, há qualquer coisa de místico nessa saída e entrada do ano. Talvez, pura sugestão, pois, o tempo é uno, não adianta fragmentá-lo. Para o poeta Drummond, novos anos virão.

Nada tenho a dizer contra o ano que está se despregando do calendário. Lembremos de que quem faz a vida somos nós, com os nossos atos, nossos sentimentos, nossos pensamentos.

Mas, que, na passagem do ano, a gente deve fazer um balanço de nossas vidas, devemos. Vejamos e reflitamos sobre os nossos acertos e desacertos. Dizem que Santo Agostinho, antes de fechar os olhos para o sono, todas as noites, fazia uma reflexão. Afinal, como foi o meu dia? – pensava ele.

O danado é que a gente esquece que devemos ser juízes de nós mesmos.

O ano passou e o que realizamos de positivo e de negativo? Quantos amigos fizemos? Que atos de bondade praticamos? Quantos sorrisos distribuímos? Quantos “bons-dias” demos? Estejamos sempre nos interrogando. Eis uma maneira de melhorarmos.

Jesus nos deu uma fórmula excelente para o nosso melhoramento. Está na prece do Pai Nosso: “Não nos deixeis cair em tentação”. Daí a necessidade de orar e vigiar, sempre.

Novo ano, novos 365 dias! Mais uma oportunidade surge para o nosso melhoramento moral. Aproveitemos a sugestão da chegada de um novo ano e procuremos melhorar nossas existências. Começando por procurar conhecer a nós mesmos. Só assim, cresceremos.

Para mim o melhor propósito para um ano novo é fazer novos amigos. Pois a vida não é apenas um viver, mas um conviver. O infeliz Sartre dizia que “os outros são o inferno”. Daí sua triste solidão, sua angústia existencialista.

Novo ano. Novos propósitos, lembremos disso! Dizia Drummond: “O último dia do ano não é o último dia do tempo. Outros dias virão. O último dia do tempo não é o último dia de tudo. Fica sempre uma franja de vida”...

Lembremos sempre de que a vida é feita de esperança.

Q ual deve ser nossa atitude diante de um novo ano, que surge aos nossos olhos como uma extensa página em branco? Na sua momentânea e ruidos...

Qual deve ser nossa atitude diante de um novo ano, que surge aos nossos olhos como uma extensa página em branco?

Na sua momentânea e ruidosa chegada, o que dizer sobre ele? Qual a atitude a tomar diante desse fato? De indiferença, de medo, de confiança, de ceticismo, de fé, de… Ah, foram tantos os comportamentos, cada um expressando sua personalidade, sua maneira de ser.

Para muitos o Novo Ano é um salto no escuro, um enigma, um mistério. Aí nascem o medo, a angústia, a inquietação, o desassossego. Afinal o que é que esses 365 dias vão nos trazer?

Nada inquieta mais do que o desconhecido. Há, porém, aqueles que vêem o Ano Novo como uma estrada bem pavimentada, ornamentada de canteiros, iluminada de sol. São os otimistas, os que só vêem beleza em seu caminho.

Outros são saudosistas. Pelo seu gosto o tempo parava, não haveria mudança em suas vidas. Tudo continuaria sendo a mesma coisa. Olham o novo ano com uma certa desconfiança. Fazem-lhe mal a algazarra, o barulho, a alegria, os desabafos comemorativos da significativa passagem.

Não esquecer os supersticiosos, que acendem velas e incensos, que colocam plantas de “comigo ninguém pode” na entrada da casa, que rezam o tempo todo.

E que dizer dos céticos, dos incapazes de se comoverem com a passagem de mais um ano em suas vidas? Dos frios, prosaicamente frios. Que na passagem do ano são capazes de tratar de negócios, de coisas antipoéticas. Esses para mim sãos os piores, dignos de piedade, pois são morféticos e não sabem. São cegos de indiferença. Só se preocupam com as coisas materiais. Não vêem mais os encantos da vida. Olham o mar e lamentam que ali não se possa construir edifícios. Passam por um jardim completamente alienados. Já não se surpreendem a uma lua boiando sobre as nuvens. Não têm ouvidos para o canto dos pássaros e o murmúrio do mar. Nos seus ouvidos o que se vê, a todo instante; é um celular…

Seguem-se aqueles que diante de um Ano Novo enchem-se de reflexões. Reflexões sobre o sentido da vida, o valor do tempo e a nossa responsabilidade no mundo, já que temos de responder pelos nossos atos, pelo nosso comportamento tanto individual como social.

Afinal, o que foi que plantamos no ano que se foi? O que temos de louvar, aplaudir ou censurar em nossos atos? Enxugamos lágrimas, esquecemos ódios, demos alegria a alguém ou vivemos apenas para os nossos interesses egoísticos? Que diz a nossa consciência? Qual foi o seu comportamento?

Perdoe a bisbilhotice deste cronista, que sentiu muitas saudades do ano que se findou e está cheio de esperanças no ano que está chegando.

F altou tudo, menos luz, no dia em que Ele nasceu. E a luz foi a de uma estrela iluminando a manjedoura humilde. Nasceu entre animais. Anima...

Faltou tudo, menos luz, no dia em que Ele nasceu. E a luz foi a de uma estrela iluminando a manjedoura humilde. Nasceu entre animais. Animais domésticos. Nada de luxo, nem de lixo. Tudo muito simples e rústico. Mas, como já disse, uma estrela desceu à Terra para iluminar aquela tosca manjedoura. Nenhum palácio, por mais luxuoso, foi iluminado daquela maneira.

Agora é o Natal de Jesus, que morreu numa cruz. As mãos delicadas sangrando. Mãos que mostraram o caminho da salvação, que curaram cegos e paralíticos.

Morreu sem um gemido. Apenas, na dolorosa via crucis, carregando, já cansado, a pesada na cruz, pediu água e lhe deram vinagre. E pelo crime de pregar o amor, do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, foi acusado, condenado, insultado, humilhado e, por fim, pregado numa cruz de braços abertos e tendo como companheiros dois malfeitores.

E, lá no alto, crucificado, ainda rogou a Deus que perdoassem seus algozes porque eles não sabiam o que faziam. Será que não sabiam?...

Jesus na cruz, a luz na cruz. Jesus nascendo entre animais domésticos. Quem teria fabricado aquela cruz? Teria sido o marceneiro José, seu pai terreno? Não sabemos.

Sangrando por toda a parte, é bom que se repita, ele ainda teve ânimo de perdoar seus algozes. “Pai, perdoa-lhes por que eles não sabem o que fazem”. Em tempo algum, ninguém ouviu tanta bondade.

Humildade, perdão, tolerância, quantas lições, ele nos deu! … Nunca se queixou de nada. A não ser uma vez, quando fez uma observação, que não chegou a ser uma queixa, mas uma advertência, dizendo: “Os pássaros têm seus ninhos, as raposas seus covis, mas, o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.

Jesus luz, Jesus cruz. É impossível crucificar a luz...

Os homens estão comemorando o Natal. Mas não é um Natal de Jesus. É um Natal do consumismo, um Natal de Papai Noel, um Natal de papel.

E é disto que José Raimundo de Lima está tratando no seu recente livro “Federação Espírita Paraibana - Doutrina, História e Divulgação”, la...

E é disto que José Raimundo de Lima está tratando no seu recente livro “Federação Espírita Paraibana - Doutrina, História e Divulgação”, lançamento que faz parte das comemorações dos 100 anos desta instituição modelar, da qual ele foi presidente por várias vezes.

O livro é uma beleza de arte gráfica. E de excelente conteúdo. Tudo muito bem ilustrado, documentado e de uma preciosidade histórica admirável.

Quem quiser ficar por dentro da história do Espiritismo na Paraíba, esta aí o livro do procurador José Raimundo de Lima.

Presente melhor ele não poderia dar à Paraíba Espírita, justamente nesta época natalina.

Meu pai, José Augusto Romero, soube conduzir muito bem o Espiritismo no nosso estado. E olhe que havia muito preconceito. Em Alagoa Nova, ele fundou um centro espírita que chegou a receber pedradas na janela na hora das sessões mediúnicas. Homem sério, de pouco humor, mas de uma bondade sem limites. Ele esteve na presidência da Federação Espírita durante mais de quarenta e quatro anos consecutivos. Lembro de que ele mantinha um programa de rádio chamado “Neblina Espiritual”, muito bem ouvido. Mas, como era um homem destituído de humor, não gostou, quando, estando gripado, aconselhei-o, ironicamente a não sair de casa devido à neblina.

Mas voltando a José Raimundo, o seu livro, lançado neste domingo, num encontro muito prestigiado, é uma verdadeira preciosidade histórica. Um livro que conta toda a história da Doutrina Espirita em nosso Estado.

Raimundo é um homem que não sabe o que é comodismo. A Federação Espirita, em suas mãos, progrediu bastante.

Todos nós espíritas não podemos deixar de aplaudir o que Raimundo fez e está fazendo pela Doutrina.

Foi ele quem tirou a Federação Espírita do Parque Sólon de Lucena (Lagoa) para um local mais silencioso, amplo e confortável.

Existe a boa inveja e a má inveja. É com a boa inveja com que saúdo este livro, repito, de uma preciosidade histórica admirável.

S im, o meu livro, recém publicado, “O Evangelho Nosso de Cada Dia”, não é mais meu, ganhou o mundo. Agora é dos leitores. Teve o patrocínio...

Sim, o meu livro, recém publicado, “O Evangelho Nosso de Cada Dia”, não é mais meu, ganhou o mundo. Agora é dos leitores. Teve o patrocínio e apresentação do meu filho Germano e foi lançado na Fundação Casa de José Américo, com muita gente à cata de autógrafos. Solenidade presidida pelo amigo Damião e um público de outro tanto de amigos. Se meu coração não parou de emoção, não pára mais.

Houve discursos, houve exposição dos belos quadros de Célio Furtado, houve muitos abraços, o que deixou o cronista feliz da vida. Nada como uma festa de amigos, de sorrisos amigos, de abraços amigos.

Vi muitos sorrisos dirigidos a mim. E Wills Leal, meu primo e conterrâneo de Alagoa Nova, parecia mais entusiasmado do que eu.

Por fim, O Evangelho Nosso de Cada Dia está aí como um roteiro de um bom viver. Carlos Augusto e Germano, meu filhos, Alaurinda, minha amada esposa não cabiam em si de contentes, pois o livro também é deles, minhas eternas fontes de inspiração.

A Casa de José Américo foi pequena para caber tanta gente. Tive belas surpresas. Amigos, que nunca mais tinha visto, estavam lá com os seus sorrisos, com seus abraços, o que muito me comoveu.

Enfim, o livro foi lançado. E espero que o leitor esqueça o autor e se lembre de Jesus, o grande inspirador desta obra.

Evangelho Nosso de Cada Dia... Não há melhor companhia. E você, sabe o que vem a ser Evangelho? Significa “Boa Nova”. Dizia um grande psicoterapeuta que o homem precisa de três coisas para ser feliz: um bom sono, uma religião saudável e uma boa notícia.

Que meu livro contribua para a sua paz interior, são os votos do cronista.

Sou grato, profundamente grato a todos que compareceram, a todos que adquiriram o livro, por ocasião de seu lançamento, lá na Casa de José Américo.

E concluo repetindo o que disse no início. O livro não é mais meu. É de todos os que vão ler.

E le sempre foi assim, autêntico. E viva a autenticidade! Refiro-me ao meu caçula Germano, que sempre foi o que é, um menino de ouro. Desde ...

Ele sempre foi assim, autêntico. E viva a autenticidade! Refiro-me ao meu caçula Germano, que sempre foi o que é, um menino de ouro.

Desde pequeno que adorava ter amigos. De que a nossa casa era cheia. E de coragem, nunca vi igual. Uma vez, pequeno ainda, com apenas quatro anos, pediu para ir sozinho na roda gigante. E atendemos ao seu pedido. E lá se foi o menino, um tiquinho de gente, ganhar as alturas, e de lá ainda dar um adeus.

Levou a primeira e única palmada, também aos quatro anos. Motivo: não queria ir à escola.

De uma franqueza de doer. Certa vez, no dia de seu aniversário, ganhou muitos presentes de que não gostou. Shampoos, meias, talco, e ele só queria brinquedo.

Foi franco. Chegou na nossa sala, com todos os presentes, devolvendo e pedindo aos visitantes que os substituíssem por brinquedo, que é o que menino gosta.

Sempre desejou sair do lugar onde nasceu. Conhecer o mundo, eis o que sempre planejou.. Cresceu, tornou-se homem, e virou um autêntico globe-trotter. E ainda mostra o que vê no programa Parada Obrigatória da RCTV, na rede Record.

Mas uma virtude, que lhe é muito autêntica é o senso de justiça. Um verdadeiro Dom Quixote.

Viajar com ele é a coisa melhor do mundo. Assim pensamos eu e Alaurinda.

O que ele precisa com urgência é escrever outro livro. O menino tem muito o que dizer. Com o seu admirável seu senso de Justiça, é capaz de ainda lamentar as injustiças que fizeram com os índios. Seus pés trazem poeira de quase todo o mundo.

Aliás, a televisão já mostrou quem ele é. Arquiteto, eis uma profissão que o atraiu, desde jovem.

Meus filhos, Germano e Carlos Augusto, o físico cosmólogo, são duas jóias, cada um com as suas autenticidades. E eu os admiro, de fazer o coração bater.

O arquiteto, se você visse ele trabalhando, nos mil afazeres e tarefas que abraça... Um gigante em meio a mil problemas. Só em olhá-lo trabalhando, a gente termina suando.

Q uando chegava um circo na minha cidade, o local escolhido era no Parque Sólon de Lucena, a velha Lagoa, perto de onde passei grande parte ...

Quando chegava um circo na minha cidade, o local escolhido era no Parque Sólon de Lucena, a velha Lagoa, perto de onde passei grande parte de minha infância. E os meninos ficavam alegres de morrer.

O que mais atraia o público eram os animais, a começar pelo leão. E o domador entrava na jaula do leão, de chicote na mão. Cena que hoje não atrai mais, porque veio a consciência ecológica a nos dizer que não devemos tirar os bichos de seu habitat.

Deixemos, então, o leão e vejamos as lindas trapezistas, que passeavam sobre um fio, com muita elegância.

Havia Rosinha, uma linda garota, que me chamava muita atenção. Eu morava num sítio, ali na Lagoa. E Rosinha apareceu lá para o meu contentamento. Dei-lhe mangas e notei que Rosinha tinha sardas.

Mas, o que mais atraía a atenção no circo eram os animais. Não havia a tal da consciência ecológica, e o circo chegava a anunciar uma promoção para alimentar o seu leão. Quem trouxesse um gato para o leão comer, poderia ingressar gratuitamente naquele mundo Cada gato valia por um ingresso.

O Palhaço era de fazer até um defunto sorrir. E eis que chegava o momento dramático. O domador do circo ia entrar na jaula do leão, de chicote na mão. O chamado “rei dos animais” sofria com as chicotadas. Ainda bem que hoje os animais hoje não estão mais nos circos.

Vi, recentemente, um circo se armando, aqui na nossa cidade e não tive nenhum desejo de assistir aos seus espetáculos. Se fosse para ver as trapezistas... Mas os ecologistas não querem mais animais nos circos. Imaginem se permitiriam que os garotos levassem gatos, como ingressos, para o leão devorar...

Voltemos a Rosinha. Ela era linda, bem feitinha de corpo e uma grande trapezista. Mas, de perto, tinha sardas...

Ah, os circos de outrora, lá na Lagoa! Gostaria de revê-los, mas sem maus tratos aos animais. Sem chicotadas no Rei da Floresta.

G ermano, meu filho, escreveu, recentemente, algumas considerações sobre o seu avô materno, arquiteto Clodoaldo Gouveia, na Revista Edificar...

Germano, meu filho, escreveu, recentemente, algumas considerações sobre o seu avô materno, arquiteto Clodoaldo Gouveia, na Revista Edificar, muito bem editada por Naná Garcez. Uma revista que, como eu já disse a Naná, “é de ficar lendo”...

A matéria homenageou o meu sogro, que não cheguei a conhecer, pessoalmente. Homem muito culto, diziam que ele botou o nome de sua filha Carmen, minha primeira esposa, justamente após chegar de uma viagem que empreendia na velha Espanha, onde assistiu à “Carmen”, de Bizet.

Era um homem simples. Casou-se com Isaura, minha primeira sogra. Namoro que começou num bonde e que terminou num sólido casamento, do qual nasceram 4 filhos. Três mulheres e um homem.

Meu conhecimento com o grande arquiteto não passou do retrato. Um homem, por sinal, muito elegante, que adorava a filha, Carmen. Tenho o seu retrato, aqui na sala. Bonitão. Carmen tinha a quem puxar...

Clodoaldo Gouveia, que meu filho Germano, não só admira, mas idolatra, transformou a arquitetura da Capital das Acácias com seus belos projetos.

Dizia minha sogra, Isaura, que o grande arquiteto era muito irônico. E bonito, nem se discute.

Germano andou arrolando, no texto da Edificar, as obras que Clodoaldo construiu, aqui. Muita coisa bonita, a começar pelo edifício do Lyceu Paraibano.

Inteligente, sensível, bonito, irônico, Clodoaldo é merecedor de constante homenagem. Minha Alaurinda sugeriu que fosse erigido um busto em sua homenagem. Que poderia ficar ali no mesmo canteiro da Duarte da Silveira, onde já existe um de João da Mata, viu, meu amigo governador Ricardo Coutinho?

Além de um gênio da Arquitetura, que marcou época, nesta cidade, Clodoaldo Gouveia foi um exemplo de bom carácter.

E finalizo dizendo que o que está mesmo me deixando de boca aberta é esta revista Edificar. Um primor de publicação. De cunho técnico, mas, ao mesmo tempo, bastante acessível e bem ilustrada.

N ão gosto muito de domingo. Principalmente, quando estamos viajando. Domingo é triste, com tudo que é de loja, inclusive livraria, fechado....

Não gosto muito de domingo. Principalmente, quando estamos viajando. Domingo é triste, com tudo que é de loja, inclusive livraria, fechado.

E um dos domingos mais tristes e entediados que eu vi na minha vida, foi, certa vez, na cidade de Mainz, pertinho de Frankfurt, na Alemanha, onde mora o nosso amigo Wolfgang Heuser.

Cidade bonita, civilizada, mas triste. Foi lá que vi, acariciei e comi bonitas maçãs. Enquanto preparavam o café da manhã, eu costumava ir com nosso amigo colher maçãs no pomar de seu ajardinado condomínio. Fruta tirada do pé tem outro sabor.

Mainz, aos domingos, vira um cemitério. As portas e janelas fechadas e ninguém na rua. Lembro que, nesta tarde, vi umas mulheres, por sinal bem gordas, conversando em suas cadeiras de balanço. Eu daria a vida para saber o que elas conversavam...

Diante de tanto silêncio, tive vontade de gritar bem alto: “viva a vida”! As mulheres conversavam, era domingo e eu estava com saudade do Brasil, onde ainda não vi mulheres conversando na praça. As alemãs mais velhas são sempre gordas.

Mas, justiça seja feita, Mainz é uma cidade bonita e simpática. Foi lá que nasceu o inventor da imprensa, Gutemberg, cuja casa, que virou museu, eu fiz questão de visitar.

Voltando aos domingos, voltando às mulheres gordas, só sei que diante daquele silêncio, tive vontade de dar um grito brasileiro.

Entretanto, não devemos esquecer de que a vida pede silêncio. Nosso corpo é um exemplo de silêncio. O sangue, na sua corrida permenante, a faz sem barulho.

Domingo à tarde, em Mainz, nunca mais... Mesmo com as maçãs.

Domingo, gosto dele não. O de que gosto mesmo é de uma segunda-feira em Paris com suas livrarias todas abertas e a cultura se espalhando pelas calçadas. A Paris, que meu filho Germano percorreu de bicicleta, desmoralizando a cidade-luz, e ainda mostrou no programa Parada Obrigatória, da RCTV.

G osto de avistar este avião, nesta tarde de sol, deslizando entre as nuvens e me dando muitas saudades daquelas alturas. Observador invet...

Gosto de avistar este avião, nesta tarde de sol, deslizando entre as nuvens e me dando muitas saudades daquelas alturas. Observador inveterado, muitas coisas me chamam a atenção num avião, seja fora, ou dentro dele.

Chama-me a atenção, por exemplo, o admirável trabalho do pessoal de bordo, sempre gentil, servindo às pessoas. Um tratamento de primeira. Não lhe faltam um bonito sorriso e as boas maneiras.

Vez por outra costumo ficar na janelinha, apreciando o avião atropelar as nuvens. Quando não, avistar uma cidadezinha lá embaixo.

Na viagem de avião, também costumo, às vezes, pensar no homem que nos dirige, com sua elegante farda. Comandante, piloto de avião... eis uma profissão que invejo e admiro. A visão do comandante nos dá coragem. Olho-o com respeito. Também gosto de observar as pessoas cochilando.

E a chegada da refeição é um reboliço. Tudo muito estreito, muito apertado, e as aeromoças fazendo de tudo para poder bem servir. Todavia, o negócio é se adaptar às circunstâncias.

E agora, o que é está acontecendo com o avião? Informam que já estamos descendo. Que bom! Por fim, uma descida muito bem executada pelo Comandante, que deve soltar um suspiro quando tudo corre bem.

Dizem que os momentos mais perigosos de uma viagem de avião são a decolagem e a aterrissagem. Pois é na decolagem que os motores do avião usam toda a sua força. E a aterrissagem exige muita habilidade do piloto. Tanto é assim, que, muitas vezes, vemos os passageiros aplaudirem os pousos bem feitos. E a gente fica sem saber se foi de entusiasmo, pela habilidade do comandante, ou de alívio porque chegaram ao solo.

Lembrar que tem gente que morre de medo de viajar de avião. O arquiteto Niemeyer era um. Eu adoro viajar de avião. Ler, descansar, observar, refletir, tudo é bom dentro de um avião, menos os toaletes e a comida.

E is que encontro com alguém que me sugere: “Carlos, escreva sobre as vaquejadas, aquilo é um absurdo!”. E eu digo para mim mesmo, quem sou ...

Eis que encontro com alguém que me sugere: “Carlos, escreva sobre as vaquejadas, aquilo é um absurdo!”. E eu digo para mim mesmo, quem sou para acabar com uma tradição que nem a ONU acaba? Mas, pensando bem, a estúpida vaquejada está exigindo extinção. E agora, com a recente decisão do Supremo Tribunal Federal, que reiterou a prática como crime de maus tratos, conforme está na Constituição, essa lamentável prática está com os dias contados. E lembrar que até as crianças as assistem...

Um planeta, que já mandou um homem à lua, ainda admitir a malvadeza púbica com animais, por pura diversão, é uma estupidez. É uma barbaridade.

E agora me vem uma interrogação: será que as crianças assistem mesmo às vaquejadas? Será que não é proibido para menores?

Só vi uma vaquejada uma vez na vida, e foi um espetáculo que muito me constrangeu.

Mas, mesmo com a decisão do Supremo, ainda querem continuar com a barbaridade, e o silêncio continua. A ganância perdura. A ONU tem outros assuntos mais importantes para resolver.

Vaquejada, crueldade absurda com animais tão pacatos, puxados com toda violência, pela cauda, para o chão, provocando-lhes quedas violentas, sujeitando-os a fraturas e muito sofrimento. E o diabo é que há quem goste de assistir a tais espetáculos, e que fazem até apostas. Gente que ganha dinheiro, que dá gargalhadas com a queda do animal.

Vaquejada! Acabemos com isso, de uma vez por todas. Com esse barbarismo. A vida merece respeito. Que venha a ONU, que venha o Papa. Acho que vou mandar esta crônica para o Papa.

Abaixo a vaquejada! Os tempos são outros. E não venham justificar dizendo que é uma tradição. Escravizar negros também já foi uma tradição. Canibalismo também já foi um costume, uma tradição.

Respeito, minha gente. Respeito para tudo que tem vida. Respeito para com as árvores, respeito para com os animais.