Acalanto Por força do destino tornei-me tecelã, Mas não reclamo. Exerço meu ofício e amo. Como acalanto de cada manhã, Mistur...
Depois dessa noite
Ave fugidia Ave tão fugidia Avezinha selvagem, Pousa na minha janela Para depois se evadir Deixando a solidão nela.
Duas asas
Como iniciou teu dia? O sol da tua existência acordou coberto pela colcha de nuvens bordada com pétalas das nuvens de tuas lágrimas?
Não percas a fé
Como iniciou teu dia?
O sol da tua existência acordou coberto pela colcha de nuvens bordada com pétalas das nuvens de tuas lágrimas?
Como era mesmo o título: “Recados da Província”? As letras meio góticas, desenhadas certamente por Elcir Dias, encimavam a crônica que mais...
Recados da Província
Como era mesmo o título: “Recados da Província”? As letras meio góticas, desenhadas certamente por Elcir Dias, encimavam a crônica que mais me fazia inveja na imprensa local.
10 de junho de 2020. No 97º ano de nascimento de seu patrono, o Ambiente de Leitura Carlos Romero, espaço virtual criado em 2008, presta-lh...
Homenagem de Aniversário
10 de junho de 2020. No 97º ano de nascimento de seu patrono, o Ambiente de Leitura Carlos Romero, espaço virtual criado em 2008, presta-lhe uma homenagem trazendo a lume alguns comentários de amigos e leitores referentes à trajetória do cronista. Recentemente, o ALCR passou a abrigar publicações de outros autores, especialmente selecionados no intuito de continuar a contribuir com o mundo das Letras, universo tão presente em sua memória.




homem feliz. Soube amar e ser amado. Além de nortear a existência por princípios que deram sentido e densidade a todos os seus dias. Podia descobrir, no menor fato do cotidiano, um grande acontecimento e assim alimentar constantemente sua alegria de viver. Sem dúvida, encontrou “a paz do coração” que, segundo Platão, “é o paraíso dos homens”. Desde que o conheci, admirei nele essa postura sábia diante da vida. Refletida sempre no rosto iluminado por um suave sorriso de acolhimento, a sintetizar o propósito maior da transcendência de ser, no minimalismo de cada gesto.








Existem pessoas que não nasceram para viver no anonimato. Nem procuram ganhar notoriedade, destacam-se naturalmente por suas qualidades sin...
Apito de Ouro
Existem pessoas que não nasceram para viver no anonimato. Nem procuram ganhar notoriedade, destacam-se naturalmente por suas qualidades singulares, por serem diferentes, por se destacarem no que fazem. A característica maior é o amor com que abraçam o exercício de seus atributos.
Quando tudo parece escuro, a Arte traz o acalanto que precisamos para enxergar o amanhecer, mesmo que demore a chegar. Nesses dias quando...
A pintura como acalanto
Quando tudo parece escuro, a Arte traz o acalanto que precisamos para enxergar o amanhecer, mesmo que demore a chegar.

Acho que, bem ou mal, o sujeito que eu sou, a percepção que tenho de tudo, a profissão que abracei decorrem do fato de que vi meu mundo pel...
Eu, espectador
Acho que, bem ou mal, o sujeito que eu sou, a percepção que tenho de tudo, a profissão que abracei decorrem do fato de que vi meu mundo pela janela do trem.
Haveria um padrão de formosura nato, consciente ou inconscientemente consolidado no gosto da maioria das pessoas? Parece que sim, embora es...
Que não se afaste do amor
Haveria um padrão de formosura nato, consciente ou inconscientemente consolidado no gosto da maioria das pessoas? Parece que sim, embora essa tendência tenha sofrido variações ao longo da história.
Claro que não foi apenas a terra fértil, mas dois milênios de História que deram a Londres a sua grandeza. Não vimos – eu e Ione – nenhum m...
O esplendor britânico
Claro que não foi apenas a terra fértil, mas dois milênios de História que deram a Londres a sua grandeza. Não vimos – eu e Ione – nenhum monumento ao apóstolo das epístolas no adro da Saint Paul’s Cathedral. Em lugar dele, deparamo-nos com uma estátua da Rainha Anne, a primeira soberana do chamado Reino da Grã-Bretanha, quando Irlanda e Escócia foram anexadas à Inglaterra.
E na hora sufocante a garganta seca, os dedos tornam-se insensíveis, o olhar embaça. No meio da noite, do deserto, a agonia indecifrável a...
Garganta seca
E na hora sufocante a garganta seca, os dedos tornam-se insensíveis, o olhar embaça. No meio da noite, do deserto, a agonia indecifrável a remoer versos das entranhas, a vomitar palavras do estômago, desnudar-se das vestes e encarar o espelho de si, autorretrato, ser o seu próprio "Dorian Grey".
Nunca se pensava no ex-concertista sentado, sempre a acender o cachimbo, olhando a imensidão de seu universo musical. Era um ex-violoncelis...
Violoncelista vencido
Nunca se pensava no ex-concertista sentado, sempre a acender o cachimbo, olhando a imensidão de seu universo musical. Era um ex-violoncelista da Orquestra Sinfônica.
Gosto da palavra “namorar”. É um dos verbos mais puros da língua portuguesa. Mesmo quando por eufemismo designa outra coisa (a ligação entr...
Namorar
Gosto da palavra “namorar”. É um dos verbos mais puros da língua portuguesa. Mesmo quando por eufemismo designa outra coisa (a ligação entre amantes, por exemplo), “namorar” sugere mais ternura do que desejo. É uma palavra tão embebida em frescor adolescente, que deveria ser proibida aos que se relacionam num nível mais avançado.
1 ou 2 Gregórios agregavam Todas as ilhas gregas 1 atarefado Zé Crispim Em 2 versões, rica e pobre Às vezes trocava de mão Mas luz...
O nome dos homens
Todas as ilhas gregas

Em 2 versões, rica e pobre
Às vezes trocava de mão
Mas luziavia aquele único
Luzinércio
A GATA Enroscou-se no meu pé e tomei aquele susto Eu concentrado ao café De novo, roçou-me o busto Pena! Nem era a Teresa Era...
A gata e o apocalipse
“De certa forma, o trabalho de um crítico é fácil. Arriscamo-nos pouco; sim, gozamos com superioridade a posição sobre aqueles que nos subm...
Flautas e flores
“De certa forma, o trabalho de um crítico é fácil. Arriscamo-nos pouco; sim, gozamos com superioridade a posição sobre aqueles que nos submetem seu trabalho e reputação”. Assim inicia Monsieur Anton Ego, pitoresco personagem crítico-gastronômico, seu esperado editorial sobre o restaurante Gusteau’s no filme de animação – bem mais interessante do que se imagina... – Ratatouille, lançado pela Pixar Animation Studios, em 2007. Estas palavras não me saem da lembrança, não só porque esse filme é carregado de arquétipos e lições subjacentes aos símbolos do ‘gosto’ (ou do “augusto gosto”, que dá nome ao chefe do restaurante), e do ‘ego’, representado pelo crítico, narrado na inconfundível voz do consagrado e saudoso Peter O'Toole (1932 — 2013); mas também, porque este final me afeta profunda e diretamente.





































