Gosto de acordar cedo, ainda com o cri cri dos grilos no ar. Quando por algum motivo perco a hora e acordo um pouco mais tarde, é como se o dia ficasse mais curto.
A época atual, denominada pelo Espiritismo Período de Transição, apresentas significativas características:
a) acelerado desenvolvimento tecnológico e científico;
b) convulsões sociais e morais;
c) alterações na estrutura geológica e atmosférica do Planeta.
Muitas dessas condições ainda transmitem inquietações, a despeito do progresso intelectual alcançado pela humanidade. Contudo, as coisas irão se acomodar gradualmente e o reinado da paz será estabelecido na comunidade planetária, como ensinam os Espíritos orientadores:
“[…]a Terra não deverá transformar-se por meio de um cataclismo que aniquile de súbito uma geração. A atual desaparecerá gradualmente e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que haja mudança alguma na ordem natural das coisas.” 1
O título deste artigo é parte de uma pergunta de Victor Hugo, no célebre prefácio para a sua tragédia Cromwell (1825), conhecido, posteriormente, como “Do grotesco e do sublime” – “Or, qu’est-ce que le choeur?”.
Em uma página desse prefácio, Victor Hugo diz mais sobre a tragédia do que muitos estudos alentados sobre o assunto. Ao mesmo tempo, há uma aproximação entre as ideias do escritor francês
Ontem eu tive um sonho muito estranho. Sonhei que ia fazer uma vitamina de frutas diversas e, ao invés de colocá-las no liquidificador, joguei-as na máquina de lavar roupas. O equipamento desmoronou, apesar de novo em folha, e foi peça para todos os lados.
Acordei assustada e perdi o sono tentando entender o que aquele sonho, vindo do nada, no meio da noite, poderia significar. Procurando atribuir sentidos e interpretar tais devaneios, despretensiosamente, sem um viés científico, o que me veio à cabeça foi que poderia se referir à situação de minha mãe que, há alguns anos, sofre com Alzheimer.
Se o leitor tem certeza que sabe do que se trata, então até a próxima semana. Se tem dúvidas ou não tem a menor ideia, siga o caminho que trilhei.
Primeiramente fui saber como os bancos ganham dinheiro. Ô Pedro Bó, isso todo mundo sabe. Eles remuneram os depositantes com juros de, digamos, 13% ao ano. E emprestam essa grana a… 60% ao ano. Segundo meu colega A. V., essa máquina de fazer dinheiro funciona assim; eles consideram o dinheiro dos correntistas como passivo, que é a bufunfa usada pelos bancos para fazer empréstimos, cobrir saques e transferências.
No sábado, dia 17/06, quando entrei no Seminário Arquidiocesano da Paraíba, onde aconteceu a festinha junina da Escola Sempre Viva, para ver minha neta, Luísa, dançar a dancinha do sapo, me deparei com um espaço que me fez rodopiar pelas linhas da vida. Lembrei imediatamente do livro O Lugar, da premiada (Nobel Literatura 2022), a francesa Annie Ernaux, cujo tema é a relação com seu pai, a distância de classe, a sua posse como professora, e o amor que se quebrou. Mas as minhas lembranças eram outras. Não tinham um apanhado sociológico, mas a memória de épocas marcantes dos meus anos.
“Doutor, eu apanho o senhor, às dez da noite, tá bem assim?” – perguntava-me à porta do Ouro Branco, em Campina Grande, aquele projeto de deputado, o jovem a quem a sorte e o apoio acertado reservariam um assento na Assembleia Legislativa. “Excelente, amigo. Mas não me trate assim”, respondi.
Vínhamos da casa de Ronaldo, o então prefeito municipal com quem eu havia conversado e de quem o moço recebera a missão de me guiar a endereços que eu, então, desconhecia. Cheguei à cidade, naqueles idos de 1988, com pauta
Ocorrem fenômenos nas máquinas que, ao contrário do que pensamos, não são tão desumanas assim. Bastante tratá-las com jeito, sem se colocar no alto de nossa frágil significância, porém procurando torná-las assemelhadas a nós, imagens e semelhanças de um Criador. Temos consciência, em vastidão, para lidarmos com uma ignorante da sapiência da raça humana.
Alguns espíritos mais desavisados estariam pensando que a pauta de hoje seria algo relativo à minha introdução nas veredas do dito pecado original. Nada disso. Quem assim está fazendo uso dessas conjecturas pode ir tirando o cavalinho da chuva. O tema é bem menos luxurioso, nem por isso menos intrigante e digno de registro. Dada sua importância nos arquivos de minha memória é que estou aqui ocupando espaço neste poderoso rotativo. O assunto está voltado ao dia em que pela primeira vez, como aluno, pisei em uma sala de aula.
Em Jurucé, uma pequena cidade do interior de São Paulo, na década de 1950, vivia uma linda menina que amava os animais e, particularmente, as formigas.
Durante toda a sua infância, ela alimentara as formigas com parte das suas refeições. O que quer que lhe dessem para comer, ela sempre reservava um naco para as suas amiguinhas. Muitas foram as vezes em que foi repreendida por causa de seu excessivo afeto e zelo pelas formigas.
No dia em que aconteceu a mudança da estação do outono para o inverno, manhã cedinho, com o sol maneiro que iluminava o jardim de nossa casa, um jardim pequeno, onde há flores e plantas suculentas, quando observava de perto uma roseira, inesperadamente surge um besourinho por entre as pétalas úmidas pelo orvalho.
O indivíduo quando sofre e é ofendido em sua honra sente o quanto a dor moral é insuportável e provoca a sensação de apequenamento. O embrutecimento de alguns o afasta do convívio social e o encharca de medicamentos que não curam, tornando-o dependente compulsivo das indústrias farmacêuticas. Apesar disso, as suas falhas existenciais e/ou psíquicas precisam de afetos para preservar a necessidade inata pela sobrevivência e, inclusive, para manter a própria dignidade diante de uma síndrome, transtorno ou distúrbio mental. O mal-estar deve ser enquadrado, de modo a permitir o convívio com as fissuras cognitivas no ambiente familiar e em sociedade e enfrentar a crise com empatia.
Existem pontos do caráter das pessoas que não mudam, apesar das cruezas que sofrem durante a caminhada terrena.
Dizem os estudiosos que “somos a mais social de todas as espécies sociais”, porém atitudes mesquinhas e pobres mostram como algumas pessoas ainda precisam sofrer para se “diamantisar”.
Os irmãos se viam pouco. Não porque não se gostassem, mas era hábito da família a reserva. Queriam-se bem, contentavam-se ao encontro, mas viam-se pouco. Quando juntos, riam alto, comiam com gosto, bebiam até ao exagero, alegravam-se!
Era um sábado, haviam há muito se encontrado, e a esposa de um deles decidiu
promover a reunião – comemorariam a visita do irmão que morava longe, comemorariam a vida também. Sabendo dos gostos da linhagem, ela escolheu uma feijoada para o almoço; teria o sabor que era de agrado de todos, teria a simplicidade que não feria a espontânea conversação. Assim foi.
O assunto dos últimos dias nas redes sociais, e mesmo fora delas, tem sido a implosão do Titan. A simulação do que teria ocorrido com o submersível bateu recordes de acessos na internet. O mundo, com essa mórbida curiosidade que tem pelas tragédias, perguntava-se como haviam morrido os cinco ocupantes.
Houve quem se decepcionasse ao saber que eles morreram “sem sentir nada”. Mas como, se eram bilionários que por espírito de aventura, ou mesmo para se distrair,
MS
resolveram mergulhar para ver os restos do Titanic? Como terem placidamente sucumbido quando milhares de imigrantes vêm perdendo a vida em naufrágios de precárias embarcações? Não era justo!
Essa é uma ponderação pouco sensata, pois morte é sempre morte. O fato de os cinco serem endinheirados não deve diminuir o pesar por uma tragédia que também representou frustração quanto aos planos, por exemplo, de aperfeiçoar a engenharia náutica. Se não fossem os aventureiros que com ousadia exploram a Natureza e ampliam o conhecimento humano, ainda morreríamos de doenças hoje erradicadas ou de muitos eventos naturais.