Sentir que alguém compreendeu a essência mais profunda do que você escreveu talvez seja a maior recompensa do ato literário. Escrever, pintar, compor, esculpir, são vias de expressão interpostas entre autor e receptor em que se realizam os objetivos da arte. Por mais inabordáveis que sejam os motivos que propulsionam a concepção de uma obra; por mais oculta que possa estar a origem das ideias, deve haver no autor algum desejo expresso ou latente de transmitir emoções. Arte é como religião,
Nunca fui chegada a exercícios físicos. E sou feita de material genético diferente, pois nunca senti a adrenalina no após exercício, aquela energia que dizem todos sentir. Quando me exercito, fico exausta e querendo dormir. Mas gosto muito de caminhar, mesmo com alguns impedimentos; dançar – que amo; e de me alongar. Repuxar o esqueleto. Há alguns anos cuido disso, de forma não sistemática, mas sempre em busca do alcançar longe. E aí serve para tudo. E no mais, a coisa mais preciosa na velhice é a cabeça e a mobilidade. Ser autônoma é tudo que mais quero na minha vida solitária. E temos que correr atrás dos longos anos de sedentarismo da juventude.
Semana passada, aproveitei o feriado e levei as “garotas” para passear no nosso novo parque, o Parahyba 4, recém construído aqui ao nosso lado. E voltei encantado com o que vi!
E também com o que ouvi. Crianças gritando alegremente, revelando extrema satisfação com o parque, seus gramados, brincando entre as paredes coloridas das belas casas, feitas para exercitarem a fantasia, recobertas com pinturas lindas, fantásticas e agradáveis, feitas pelo grafiteiro Willis.
O pensador grego Antístenes de Atenas (445 a.C. - 365 a.C.), considerado o fundador da Filosofia Cínica, possuía um estilo didático e elegante em suas conversas. Sua principal tese sobre a Ética propõe que a virtude é o propósito da existência. Tudo o que um cidadão faz deve estar em acordo com o bem supremo, que é compartilhado por todos. Essa virtude consiste em ação e está relacionada à razão. Para que ela se manifeste na prática e torne-se suficiente para que a própria felicidade seja alcançada,
Antes de viajar para Portugal, onde permanecerá em temporada de observação da paisagem cultural e poética da qual falam escritores e poetas lusitanos, acertamos com o professor Milton Marques Júnior que, durante sua ausência, eu seria o guardião do pequeno tamarindo de Augustos dos Anjos, que floresce no Jardim de nossa Academia.
Há gramáticos, entre os quais Napoleão Mendes de Almeida, que repudiam como erradas as expressões tevê a cores e tevê de cores, e recomendam apenas tevê em cores, sob a alegação de que, no Brasil, não se diz tevê a preto e branco, mas apenas tevê em preto e branco. Na verdade, a expressão tevê em cores é menos vernácula do que tevê a cores, já que tevê em cores me parece um galicismo (Cf. télé en couleurs). Em Portugal, diz-se televisão a cores/a preto e branco. Ora, as preposições a, de e em, com frequência, se podem intercambiar em várias expressões, sem que se possa afirmar que apenas uma seja a correta. Senão vejamos: fogão à lenha / de lenha; panela de pressão / à pressão; vestido de muitas cores / em muitas cores;
Na véspera de Natal, Dª. Teresa desapareceu no shopping. Ela saíra de casa cedo para escapar dos congestionamentos comuns nessa época do ano. Levava uma lista com os inúmeros presentes que pretendia comprar. Estavam na relação os filhos, genros, noras, o porteiro do prédio, as empregadas, as manicures, o professor de ginástica, o terapeuta comportamental, os colegas da repartição e pessoas que a família ignorava mas, de alguma forma, compunham o seu círculo de relações. Ela sempre se sentira no dever de presentear a todos.
Possuo muitas bibliotecas perdidas em sonhos, que descrevem experiências que vivi. Não lembro de alguns detalhes saborosos de minha infância, mas recordo que meus pais me deram muito amor e carinho, que eu gostaria de rever em meus olhos. Queria tocar novamente aquela risada longa e espontânea, recheada de sorriso e abraço.
O Cristianismo é uma das maiores religiões do mundo, centrada na figura de Jesus Cristo e em sua doutrina. Jesus, conhecido como o Filho de Deus, é o pilar central do Cristianismo e sua vida e seus ensinos são registrados nos Evangelhos do Novo Testamento da Bíblia. Ele é reverenciado como o Salvador e o Messias, cuja missão foi trazer a salvação e reconciliação entre Deus e a Humanidade. Seus ensinamentos enfatizavam o amor, a compaixão, o perdão e a busca pela justiça, atraindo seguidores de todo o mundo.
85 anos viveu Nélida Piñon, uma das grandes da literatura brasileira. Falecida ano passado, 2022, em Lisboa, foi apanhada pelo “sopro da morte” em plena atividade, como sempre viveu, desde mocinha, essa valente descendente de espanhóis da Galícia, nascida no Rio de Janeiro em 1937. Filha única e sem filhos, tomou a si a responsabilidade de inscrever o nome familiar na história do Brasil, através da escrita, ofício a que se dedicou por inteiro e que lhe retribuiu com muitas glórias, inclusive a de ser a primeira mulher a presidir a Academia Brasileira de Letras.
Nestes anos mais recentes tenho ido à farmácia quase na mesma frequência que à padaria. Não é de agora. Mas só agora, sem muita estrada à vista, essa preocupação começa a tecer sombras e puxar lembranças a ponto de empanar-me os passos mais rotineiros.
A concepção médica da morte está fundamentada em critérios científicos que indicam a cessação irreversível das funções vitais do organismo. Para a medicina contemporânea, há dois principais tipos de morte: a morte cerebral e a morte clínica. A primeira ocorre quando há uma completa e irreversível perda de atividade cerebral, uma vez que o cérebro é fundamental para a regulação das funções vitais do corpo, como a respiração e a função cardíaca. O diagnóstico desse tipo de morte é feito com base em critérios rigorosos, como a ausência de atividade cerebral mensurável por eletroencefalograma e a confirmação de que a condição é irreversível. Já a morte clínica acontece quando há a cessação irremediável das funções cardíacas e
Anqi Lu
respiratórias. Historicamente, o coração parado era o principal indicador de morte. Atualmente, porém, a morte cardíaca é confirmada por critérios bem mais rigorosos, que podem incluir a ausência de pulso e de atividade cardíaca detectável.
Neste ano de 2023, a publicação da obra A Paraíba e seus problemas, de José Américo de Almeida, paraibano de Areia, completou 100 anos. É, sem dúvida, um dos grandes vultos que a Paraíba forneceu ao Brasil. A natureza aguçada de José Américo de Almeida para a crítica social e sua dedicação aos estudos sobre a Paraíba resultaram, anos depois, na grande obra A Bagaceira, de 1928,
Ele foi morar por um tempo em Coimbra, onde passará quase um ano. Acompanhou a esposa — A Musa — professora Alcione Albertim, a grande companheira do também professor Milton Marques Júnior, cujo currículo se enriquecerá com pós-doutorado em literatura clássica na Universidade de Coimbra.
Há os que pensem ser invencionice minha os causos que rabisco nesta longeva e respeitável gazeta. Há uns que sim, raros, é bom que saibam. A maioria vou descobrindo em conversas de pé-de-ouvido entre uma talagada e outra, como ocorre algumas vezes no bar do Lulinha, ou os descubro rascunhados pelos muros da vida. É assim.
No outono de 1684, o grande poeta do período Edo, Matsuo Basho, passou pelo Monte Fuji, que estava escondido por névoa e chuva, mas Basho - monge leigo e autor de relatos de viagem poéticos - valeu-se da sua capacidade de “enxergar” através dos obstáculos. A montanha estava presente, em espírito. Ele estava feliz por sabê-la ali.