Eu não vi o rei, que virou nome de café, jogar... Azar o meu! A minha primeira copa foi em 78. Havia uma ditadura por lá, Argentina, ou...

Sobre copas

Eu não vi o rei, que virou nome de café, jogar... Azar o meu! A minha primeira copa foi em 78. Havia uma ditadura por lá, Argentina, outra por cá, Brasil. Rivais históricos, infelizmente, parceiros nos crimes contra a humanidade e a democracia. Perdemos sem perder em campo, campeões morais. Deu zebra, pior, Peru! Com oito anos, eu não tinha ideia do que era ditadura, ou mesmo “campeão moral”.

Foram-se quatro anos. Se não tínhamos mais um rei, aquele time era comandado por um mestre, o Telê, com muitos da realeza bola em campo. Inesquecíveis Zico, Dr. Sócrates, Falcão, Cerezo, Éder e companhia. Era um sonho vê-los jogar, só que teve hora para acordar. O simpático e saudoso Paolo Rossi foi o valete que veio nos despertar. O Canarinho encantou, mas foi toureado na Espanha e tudo terminou em pizza italiana.

Graham Shaw
Mais um quadriênio e um retorno ao México após 70. Só que agora sem ditadura e com o bônus do cometa Halley, um visitante que passa perto da Terra a cada 76 anos. Contudo, em 86 o cometa não apareceu, a seleção parou nos pênaltis contra a França e o único astro presente foi o hermano Maradona, com direito a “la mano de Dios”. A se tivesse o VAR! O gênio foi genial e a taça ficou perto, na vizinha Argentina.

Ela, a Argentina, com ele, o Dieguito, cruzou nosso caminho na Itália, em 1990. O nosso futebol sambou feio e a taça foi para os alemães.

Elgrafica
Melhor saltar logo para 1994. Nos States o Brasil levou um baixinho endiabrado e um dos anões da Branca de Neve, o Dunga. Ops, já tô misturando as histórias! O fato é que o Roberto Baggio chutou para fora a bola e merecidamente todos, ou melhor, o Galvão Bueno, pode gritar: “É tetra! É tetra! É tetra!”. Por aqui, tome festa e batida. Confesso, fiquei anestesiado!

Quatro anos depois...os franceses queriam mais que a gente Zidane. E foi justamente isso que aconteceu. Tudo isso recheado por uma convulsão fenomenal. Melhor esquecer.

2002, um novo século. 2002 no Japão e na Coreia. E deu certo. Com dois Ronaldos, um Rivaldo em uma família, o Brasil e o inédito encontro com a Alemanha. Trouxemos a taça fazendo jus a fama de bons de bola.

@ofutebolero
Depois a sequência de quadriênios não foi tão divertida. Em 2006, caímos de novo para a França e o mesmo Zidane. Em 2010, a Laranja Mecânica espremeu o Canarinho. Em 2014, viramos anfitriões de novo. Recebemos bem os convidados. 7 a 1 e gol da Alemanha. Na Rússia, há quatro anos, foi a vez do chocolate ser belga.

Eis que chegamos ao Qatar. Em pleno deserto queremos mais uma estrela. Eita que vou para a frente da televisão de novo. Agora vestido de azul, já que o amarelo e o verde podem gerar alguma confusão com outra torcida e eu sou contra golpes. Para golpistas, desculpem, mas quero que vão se catar. Sobre a bola na copa, sou Brasil! Uma nova história passa a ser escrita.

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