Eu não vi o rei, que virou nome de café, jogar... Azar o meu! A minha primeira copa foi em 78. Havia uma ditadura por lá, Argentina, outra por cá, Brasil. Rivais históricos, infelizmente, parceiros nos crimes contra a humanidade e a democracia. Perdemos sem perder em campo, campeões morais. Deu zebra, pior, Peru! Com oito anos, eu não tinha ideia do que era ditadura, ou mesmo “campeão moral”.
Foram-se quatro anos. Se não tínhamos mais um rei, aquele time era comandado por um mestre, o Telê, com muitos da realeza bola em campo. Inesquecíveis Zico, Dr. Sócrates, Falcão, Cerezo, Éder e companhia. Era um sonho vê-los jogar, só que teve hora para acordar. O simpático e saudoso Paolo Rossi foi o valete que veio nos despertar. O Canarinho encantou, mas foi toureado na Espanha e tudo terminou em pizza italiana.
Graham Shaw
Ela, a Argentina, com ele, o Dieguito, cruzou nosso caminho na Itália, em 1990. O nosso futebol sambou feio e a taça foi para os alemães.
Elgrafica
Quatro anos depois...os franceses queriam mais que a gente Zidane. E foi justamente isso que aconteceu. Tudo isso recheado por uma convulsão fenomenal. Melhor esquecer.
2002, um novo século. 2002 no Japão e na Coreia. E deu certo. Com dois Ronaldos, um Rivaldo em uma família, o Brasil e o inédito encontro com a Alemanha. Trouxemos a taça fazendo jus a fama de bons de bola.
@ofutebolero
Eis que chegamos ao Qatar. Em pleno deserto queremos mais uma estrela. Eita que vou para a frente da televisão de novo. Agora vestido de azul, já que o amarelo e o verde podem gerar alguma confusão com outra torcida e eu sou contra golpes. Para golpistas, desculpem, mas quero que vão se catar. Sobre a bola na copa, sou Brasil! Uma nova história passa a ser escrita.