Não será difícil perceber a discrepância entre grande parte dos trabalhos que constituem a Fortuna Crítica do EU. Mas, como diria o próprio Augusto, "Tudo convém para o homem ser completo".
Existem estudos que se tornaram clássicos, pelas verdades estabelecidas há muitas décadas, pelo reconhecimento pioneiro da poesia instauradora de nova concepção estética nos meios literários brasileiros, incompreendida e recusada por "cantar de preferência o horrível ". São trabalhos insistentemente repetidos, sempre que se retoma o assunto.
Existem estudos que se tornaram clássicos, pelas verdades estabelecidas há muitas décadas, pelo reconhecimento pioneiro da poesia instauradora de nova concepção estética nos meios literários brasileiros, incompreendida e recusada por "cantar de preferência o horrível ". São trabalhos insistentemente repetidos, sempre que se retoma o assunto.
Há os que nada acrescentam. E, ainda mais, os que se equivocam desde o ponto de partida para a apreensão do fenômeno poético e se extraviam no percurso da leitura, sem jamais chegar ao essencial.
Luyse Costa
Apesar dos descompassos críticos, o saldo é positivo. Isso é tudo. Isso basta. E, como prova de superação das idiossincrasias, o estudioso de Augusto dos Anjos encontra hoje, para muitas das questões suscitadas pela "poesia de tudo quanto é morto", respostas seguras e convincentes, porque apoiadas em sólidas realidades textuais.
Luyse Costa
Desenvolvendo modelos teóricos construídos com "dados da época e da situação da obra investigada" portanto, suficientemente aparelhados para revelar "dinâmica do fato literário em sua totalidade", os dois ensaios iluminam, de forma definitiva, o texto do poeta paraibano. Neles encontram-se tratados, com absoluta propriedade, temas que, ao longo dos anos, se tornaram constantes em relação ao EU, tais como: a escola literária, a linguagem, a biografia do poeta, a filosofia e o cientificismo, entre outros.
Izaac Brito
Do que se tem publicado sobre Augusto dos Anjos, é preciso distinguir, antes de mais nada, o que é crítica literária do que não pode ser assim considerado, por insuficiência metodológica ou porque não tem como objeto de estudo o fenômeno poético. Esta intersecção geradora de equívocos se constituiu e continua a constituir-se em resistente obstáculo para o verdadeiro entendimento do EU.
Luyse Costa
Fica evidente que o salto não foi assim abissal. Este processo acumulativo passou, naturalmente, pela formulação do professor Eduardo Portella em Uma Poética da Confluência, como por outros esforços construtivos. E o resultado é que o encadeamento de visões acabou por responder à Literatura Brasileira a que escola pertence ou não pertence a poesia de Augusto dos Anjos.
Sem perder a perspectiva histórica, a consciência das possibilidades e limites espaço-temporais, o leitor poderá refazer este percurso ascensional em relação a muitas outras questões de fundamental interesse para a compreensão do EU. Os principais equívocos estão refutados e já não se pode falar em "infortúnio crítico", como há onze anos, quando o Instituto Nacional do Livro lançava a coletânea organizada pelo professor Afrânio Coutinho.
Os estudiosos de Augusto dos Anjos dos Anjos encontrarão "lavrado o campo, a casa limpa", "a mesa posta". E o texto do EU em desafio, esperando que novos ensaios se disponham a colocar "cada coisa em seu lugar".