“Poesia
não é meio de vida
É um modo de viver”
não é meio de vida
É um modo de viver”
Viver e morrer, qual a glória? A pergunta, inscrita num poema de Professor Hildeberto Barbosa Filho, tem uma intensidade mágica especial. São versos de uma vitalidade agressiva que nos lança nas grandezas e misérias do que somos, enquanto inexoravelmente para a morte.
Não lhe incomoda a solidão, o abandono, o esquecimento; quando o nada acontece nele e com ele (tenho em mãos seu livro “... e nada aconteceu comigo”) Professor Hildeberto parece sofrer a brevidade de tudo, sentir que o incômodo é a vida mesma, no seu fundo de desesperança e desespero, miserável e fascinante.
Hildeberto Barbosa Filho
TV UFPB
TV UFPB
Poesia, ele magistralmente nos ensina, é um modo de viver e não um meio de vida. Diz do ingressar corajoso na zona de mistério que é o existir, sentir a acontescência do nada, permitir-se ouvir a palavra do silêncio e consentir no surgir da coisa mesma, captada num gesto poético, com um olhar acolhedor e solidário. É um modo de viver sim, viver como intérprete, em relação hermenêutica com o que se mostra; viver como ser desvelante face à vida, viver vida habitante, experimentar o mundo como habitação, como nos diz também Hölderlin, outro grande, em cujos versos poesia e pensamento também se entrelaçam.
Rizemberg Felipe / Ideia