Como todo mundo está careca de saber, uma cigana leu minha mão e profetizou que eu serei assassinado aos 120 anos por um marido transtornado, com 25 anos de idade, porque descobrirá meu romance com sua jovem e bela esposa de apenas 22 anos. Portanto, como não tenho com o que me preocupar pelos próximos 50 anos, decidi ajudar nas mortes dos amigos. Dos leitores não, porque seguirão vivos ao menos enquanto eu viver.
Antonino Visalli
Pensando em mortos e mortes, lembrei de uma história contada pelo amigo José Valdélio, conhecido nas mesas de biriba por Dedé Borreia. Contou-me aquele atleta das cartas que em sua terra, Itaporanga, há o costume de se beber o morto, ou seja, durante o velório os amigos tomam uma carraspana enorme relembrando fatos engraçados do defunto. Porém no velório de Seu Chico esqueceram de chamar Raimundo, amigão que morava num
@RBS
Quanto a mim, sei que logo depois de morrer ninguém vai estar nem aí para minha ausência. Ora, se não lembram das grandes autoridades e dos milionários vão lembrar de um contador de histórias? E é aí que está a diferença entre eles e eu. Nas raras referências que o povo faz aos políticos mortos citam uma ou duas obras e quanto aos milionários falecidos limitam-se a dizer da sua fortuna. Porém mesmo que não lembrem de mim com certeza repetirão as bobagens que escrevo e eu estarei em cada sorriso.