Não falo sobre poemas Eu os faço Apenas Mas deles eu não sei nada É como ouvir Na concha o mar Sem nunca chegar ...

Na imensidão dos tempos

poesia paraibana antonio aurelio cassiano
 
 
 
Não falo sobre poemas Eu os faço Apenas Mas deles eu não sei nada É como ouvir Na concha o mar Sem nunca chegar perto das ondas Não falo sobre a poesia porque É tão gigante e intensa Que se soubesse dela Jamais poderia fazê-la (Por incompetência) Não falo sobre o tal do eu lírico Porque só tenho o suficiente Para uma cerveja Na carteira E eu queria tomar 18 Poemas envasados E em cada rótulo ler: "Teor poético Acima de 100% Depois É com você...: "...Em caso de excessos Chamem mares E estrelas..." Só queria Saber Como se faz essa tal disritmia





Na imensidão Dos tempos Que passaram Haviam homens Deuses Mas só depois Os Deuses Se tornaram homens Nos tempos Do germinar As primeiras Ramas da vida E a ida célere Da mutação orgânica Tangida pela paciência do tecer E o mundo explodiu em cores Em cheiros Sabores E o hábito de amores Mas também A necessidade De comer... (A vida invetou A roda De si Mesma) O alaranjado Do Céu No ocaso do sol É a cor da lágrima Por nós em nós (É a solidão da caminhada Fazendo o próprio Destino entre a partida e a chegada) Tempo que se abre a nossa frente Como estrada Ainda não percorrida E sem se saber porquê Ou por quem foi traçada Assim vamos Boi na boiada Numa vida Indefinida





Mergulhar No azul Tecer a trama Da noite Com o dia E amar todas As coisas Em busca de ser Mergulhar No mar de mim Sabendo que "mim" São todos Que sentem Essa sensação primeira Antes de si Retornar Das águas Profundas E estar E reproduzir E amar Tudo em volta Como um beijo de Yemanjá Oxalá Deus da brancura Como a cor do esperma Gameta Líquido da vida Em busca do amar no óvulo Para retomar o mar na fecundação E ir ser Vida após vida Uma fazendo a outra Estar Ser Sorrir Amar E morrer Como as coisas divinas As pedras? Elas Como eu Escrevem idas e vidas Quem não é Orion Sol E sal na caminhada Sobre a terra? Não moro na borda do Universo Porque ele sou eu Cheio de falhas E Desejos Somos Cada um de nós Deuses Mas o Deus que desejo meu é lindo Como eu e é daqueles que também Vivem o que é bom, mas dói Dói Como a extrema alegria dói e Só os Deuses sabem disso Ele é um conjunto de Eus Maiores que Min Mergulhar No azul Tecer a trama Amar o improvável E ser tão intensamente Que se possa quebrar a barreira Do tempo linear Ele me envelhece Eu o compreendo E vivo fora dele Historiador Que sou Fiz um acordo com o tempo: Ele me mostra coisas Escondidas E eu escondo nele As que alguém Um dia vai achar Caetano fez outro Acordo Confio mais nele Mas não poderia Fechar essa ideia Sem evocar o imenso J. W. Solha Aquele que é e fez O que nem sonharia Mas como eu Ele vive todos Os dias fazendo a sua arte Para contar a quem queira saber: Vamos morrer todos Alguns Sem entender nada Outros cheios de arte Não é culto a personalidade É legado de amor E sensibilidade É saber o que significa Maiakovski Ou Benjamin na hora do suicídio

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