Ao receber o prêmio de incentivo à literatura da FUNARTE com o projeto de meu RELATO DE PRÓCULA, em 2007, paguei à editora A Girafa p...

O teatro Globe

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Ao receber o prêmio de incentivo à literatura da FUNARTE com o projeto de meu RELATO DE PRÓCULA, em 2007, paguei à editora A Girafa pela publicação do romance, não sem, antes, em 2008, viajar com Ione pra conhecer Londres.

Foi maravilhoso sobrevoarmos o Canal da Mancha e, em seguida, uma Inglaterra intensamente agrícola, até chegarmos à sua tão gigantesca quão bela capital sem mendigos nem favelas. Foi esplêndido andarmos por suas ruas com cada poste com dois cestos de flores suspensos; enquanto todos os bares, lojas, bancos e restaurante esbanjavam jardineiras floridas – como num conto de fadas.

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Londres Damiano Baschiera
Foi espantoso entrar no Museu Britânico e ver suas sete milhões de peças da antiguidade – da Pedra de Roseta ao estupendo Friso dos Cavaleiros, o baixo relevo do Pártenon. Ah, meu deus: e entrar na National Gallery, e enveredar pela Queen´s Gallery – ao lado do Palácio de Buckinghan pra ver o retrato de Agatha Bas – de Rembrandt!
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Jacqueline Brandwayn
Ver ,na Tate Britain, obras-primas como as paisagens de Constable, o impactante “A Mãe do Pintor” – de Lucian Freud, o deslumbrante “Carnation, Lily, lily, Rose” - de Sargent; vermos, na Biblioteca Britânica, a primeira edição das obras de Shakespeare; a partitura original – cheia de arrependimentos e anotações - da Sonata para Violino op. 30, número 3 de Beethoven; vários desenhos de Leonardo; a Bíblia de Gutemberg, de 1454; a carta de Thomas Morus a Henrique VIII antes de ser executado; o manuscrito do "Mrs Dalloway", de Virginia Woolf e o de "Jane Eyre", de Charlotte Bronte; a partitura manuscrita do "Bolero" de Ravel , os versos, no exato momento de sua criação – com várias correções – de algumas das mais célebres canções de Paul McCartney e John Lennon, como Yesterday, Help, Strawberry Fields Forever, I wanna hold your hand e Michelle.

Ah, nós estivemos, sim, na varanda interior, no alto da vasta cúpula da Saint Paul Cathedral, e noutro incrível círculo, o do chamado Queen Mary´s Gardens – os Jardins da Rainha Mary - , onde demos com a excessiva beleza e o perfume de trinta mil rosas de quatrocentas variedades! E claro que passeamos pelo Tâmisa de barco, maravilhamo-nos com a filigranada torre do Big-Ben e curtimos imensamente a abadia de Westminster

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Catedral Saint Paul / London Bridge (Londres) WJ Solha
Mas…

A emoção maior, pra mim, aconteceu quando a guia nos levou - e a um bando de turistas - pro interior do teatro Globe e – finalmente – entrei com minha mulher – absolutamente emocionado - no espaço do próprio Shakespeare! Aglomeramo-nos em pé na plateia a céu aberto do pequeno Ó de madeira” - "The Wooden O" - , onde o ingresso – na era elisabetana - custava o equivalente a um copo de cerveja.

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Teatro Globe (Londres) WJ Solha
Ficamos olhando para o palco intensamente colorido, para o balcão em que Julieta aparecia em Verona, até que a guia indicou-nos a escadinha de poucos degraus pela qual acabara de subir para o tablado, para dizer-nos: “Imaginem o que é ver o ator, carregando o cadáver ensanguentado de César, descer até vocês... “ – e ela desceu - , “os figurantes gritando ao redor ´Que ele não fale mal de Brutus, Que não elogie César´, Marco Antonio berrando, pra se fazer ouvir: “Friends!” – Nada – “Countrymen” – nada – “Romans!” e, insistindo: “Lend me your ears!” – até que todos se calam e o vêem dizer: “I come to bury Caesar, not to praise him!” ( Vim pra enterrar César, não pra elogiá-lo!). Aquela moça.,. nos fez viver, sim, sozinha, naquele palco, o maior de nossos momentos, daqueles dias "of wine and roses".

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Centro de Londres WJ Solha

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  1. Que maravilha de relato, Solha. Uma estada mais completa não poderia ser. Visitar lugares históricos com um olhar de quem sabe o que quer ver, é outra outra coisa. Belo relato.

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