O que será de nozes?

A frase do título poderia ser dita por um esquilo preocupado com a falta de castanhas.

Tenho amigos leais, inteligentes e sensíveis. A um deles, eu disse, numa ocasião muito difícil pela qual passava:

— Estou muito preocupado, meu amigo...

Ele me respondeu de imediato, numa expressão de sua sabedoria espontânea, prática e direta:

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— No dia em que você me provar que aflição, medo ou ansiedade fazem alguém avançar ou viver em paz, eu lhe darei toda a razão em agir assim.

A resposta pronta e clara me lembrou que a preocupação é um peso inútil e que somente a confiança e a serenidade abrem caminhos para avançarmos em paz.

Em vez de alimentar a ansiedade, é melhor cultivar a coragem de se concentrar no próximo passo, com clareza e calma. Nenhuma inquietação muda o futuro, mas uma mente serena pode transformá-lo.

Sofrer pelo que ainda não aconteceu em nada contribui para a solução dos desafios que enfrentamos agora. A ansiedade diante do futuro apenas nos desgasta e nos rouba a força de viver o presente, que é o único tempo em que realmente podemos agir.

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Quando nos afligimos, mantemos a mente cativa no futuro, em hipóteses e cenários que muitas vezes sequer se concretizarão. O medo corrói a alma, cega para as possibilidades, paralisa decisões e mina a confiança. Por outro lado, a calma, a fé e a ação consciente produzem resultados e permitem seguir em frente com mais lucidez.

Preocupar-se é desperdiçar energia em algo improdutivo, enquanto ocupar-se é dedicar-se a transformar a realidade. A vida pede de nós menos peso no coração e mais fé; menos tormento na mente e mais ação prática.

Em vez de viver à sombra do medo, somos chamados, a cada desafio, a caminhar à luz da confiança. Ninguém jamais construiu paz ou alcançou vitórias sustentáveis cedendo ao desespero.

A inquietação constante não modifica os fatos nem antecipa soluções; ao contrário, desgasta o coração, perturba os centros de força e cria sombras e ameaças imaginárias em torno da própria alma. A preocupação é como névoa espessa que impede a visão da estrada, quando o que se necessita é tranquilidade e confiança para seguir adiante. Se a dor ou o desafio se apresentam, é porque trazem lições que ainda precisamos aprender.

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Recordemos que a oração clareia o íntimo, o trabalho útil reorganiza as energias e a confiança em Deus sustenta o passo. O que não conseguimos resolver hoje, o próprio tempo — esse sábio instrumento da Providência — se encarregará de colocar em seu devido lugar.

Quando nos deixamos arrastar pela ansiedade, o coração se asfixia, a mente obscurece e a alma perde a alegria de viver. É necessário compreender que todo problema é transitório e que nenhum sofrimento é permanente. Em vez de nos prendermos ao que ainda não aconteceu, abracemos o instante presente com coragem, fé e serenidade. A prece, a prática do bem e a confiança em Deus são bálsamos que substituem o temor pela esperança e a angústia pela paz. Quem tem fé não perde o rumo, porque sabe que, mesmo nas tempestades mais densas, o barco da vida está conduzido por mãos seguras, firmes e amorosas.

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Os versículos 25 e 34 do capítulo 6 do Evangelho segundo São Mateus dizem, respectivamente:

“Por isso vos digo: não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que a roupa?” E: “Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”

Tico e Teco não precisam se angustiar com o futuro. E nem você.

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