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Sem dúvida, aquele final de semana foi diferente ou talvez, estranho demais para ser ignorado. Numa sexta-feira pela manhã, havia tomado ...

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Sem dúvida, aquele final de semana foi diferente ou talvez, estranho demais para ser ignorado. Numa sexta-feira pela manhã, havia tomado a terceira dose da vacina, e, à tarde, mesmo com o braço doendo um pouco, resolvi encarar uma faxina na varanda.

Bendito o tempo que conduz nossa vida, que acrescenta experiência, que nos dá sapiência, que oferece a oportunidade de construirmos nossa ...

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Bendito o tempo que conduz nossa vida, que acrescenta experiência, que nos dá sapiência, que oferece a oportunidade de construirmos nossa identidade, que nos proporciona astúcia para compor uma biografia.

O envelhecimento vem me ensinando a viver plenamente, e a abraçar a vida com sentimentos de amor-próprio. Vejo com clareza meu sentir e o quanto sou corajosa em redesenhar o roteiro da vida. Concluo que a felicidade está em mim. Reconheço minhas imperfeições, meus medos, minha vulnerabilidade, mas sou a dona do meu espaço amoroso e nada abalará essa enorme certeza do quanto minha vida é rara e preciosa.

Quebrei uma ponta do dente da frente. Primeiro, foi o susto e depois, ao olhar no espelho, enxerguei um buraco negro do tamanho do mundo. ...

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Quebrei uma ponta do dente da frente. Primeiro, foi o susto e depois, ao olhar no espelho, enxerguei um buraco negro do tamanho do mundo. Não havia nada a fazer às 23 horas de uma sexta-feira. Mesmo tendo a melhor dentista e amiga, nunca a incomodaria em tal horário.

Pesarosa, fui dormir. Mas, todos conhecem os pensamentos ruins que surgem nas madrugadas. Comigo não foi diferente. Imaginava que o dente quebrado não teria como ser consertado, teria que fazer um implante. A causa provavelmente era a velhice, que fatalmente enfraquecia os ossos. Ou era deficiência de uma das vitaminas A, B, C, D, ou E... sei lá. Era falta de cálcio. Porque não tomei leite, que detesto, ou comi peixes, brócolis, agrião, acelga?

Se hoje alguém me perguntar o que mais sinto saudades, eu digo pesarosa, da minha alegria. Gosto de gargalhar, de sorrir para desconhecidos...

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Se hoje alguém me perguntar o que mais sinto saudades, eu digo pesarosa, da minha alegria. Gosto de gargalhar, de sorrir para desconhecidos, de demostrar satisfação e carinho com abraços apertados. Ultimamente, isto é impossível. Claro que a situação não está fácil para ninguém e as perspectivas futuras não se mostram muito otimistas. Percebo, numa quase unanimidade, que as pessoas andam carrancudas, cheias de verdades, raivosas, tanto que retraio minhas demonstrações de euforia.

Dia das mães é aquele em que se desperta o afeto que reside na essência de cada um de nós. É onde buscamos lembranças da mãe trazidos da i...

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Dia das mães é aquele em que se desperta o afeto que reside na essência de cada um de nós. É onde buscamos lembranças da mãe trazidos da infância, momentos felizes, as zangas, castigos que são encarados como afagos. Depois, surgem as lembranças da adolescência, com seus conflitos aflitos, discordantes, às vezes ocultos. Mais tarde, já adultos, guardamos as lembranças calmas, amistosas, aquelas onde confrontamos nossa situação de pais e nos vemos repetindo atitudes iguais àquelas que antigamente recusávamos, que nos constrangiam, irritavam.

Sabe quando você pensa no quanto já viveu e surge aquele pensamento de dúvida sobre o quanto existe para viver mais? Estou assim, ocupando...

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Sabe quando você pensa no quanto já viveu e surge aquele pensamento de dúvida sobre o quanto existe para viver mais? Estou assim, ocupando o tempo sem realmente entender as noites e dias, os acontecimentos abalando o mundo, as pessoas distantes que não abraço mais.

Você sabe quantos anjos podem dançar na ponta de uma agulha? Ou quantos dedos dos pés são necessários doer para sentir que é hora de tirar...

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Você sabe quantos anjos podem dançar na ponta de uma agulha? Ou quantos dedos dos pés são necessários doer para sentir que é hora de tirar os sapatos de salto alto e deixá-los soltos ao vento?

Você sabe quanto vento bate na sua cortina ou assanha seu cabelo e suas pestanas ao ponto de você não conseguir respirar? Respirar é mesmo necessário? Quando é que respirar faz entender que estamos vivos?

Ontem arrumei um dos armários. Sabe aquele que fica no outro quarto e você vai protelando a arrumação? Pois é. Peguei firme e fui olhando ...

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Ontem arrumei um dos armários. Sabe aquele que fica no outro quarto e você vai protelando a arrumação? Pois é. Peguei firme e fui olhando cada lençol, cada fronha, cada toalha de banho. Por mais que eu seja prática, ainda assim, há um excesso que fui eliminando para que seguissem outro destino.

É dezembro porque as músicas de Natal estão surgindo timidamente. Mesmo que os grandes comerciais com trenós, renas e um Papai Noel rosado...

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É dezembro porque as músicas de Natal estão surgindo timidamente. Mesmo que os grandes comerciais com trenós, renas e um Papai Noel rosado e sorridente tenham ficado escassos, em algumas varandas persistem luzinhas coloridas e na recepção do prédio montaram uma vistosa árvore de Natal, mesmo assim, é um dezembro estranho, chocho.

Nenhuma história que se faz no decorrer da vida tem maior importância do que outras já feitas, nem mais felizes, tristes ou significativas...

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Nenhuma história que se faz no decorrer da vida tem maior importância do que outras já feitas, nem mais felizes, tristes ou significativas. É apenas mais uma e por si só, deve ser respeitada seja como experiência, seja por vergonha de a haver feito, ou pelo prazer de a haver saboreado.

Quando ponderamos que já temos uma história bem vivida, que fizemos a trajetória comum a todos os homens e mulheres, que aproveitamos muit...

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Quando ponderamos que já temos uma história bem vivida, que fizemos a trajetória comum a todos os homens e mulheres, que aproveitamos muito sol, nos divertimos largamente em festas, trabalhamos com empenho, dançamos com prazer, viajamos por lugares desconhecidos, neste momento, chega a vida e nos encara, nos faz tropeçar e abre um novo e difuso caminho.

Todos nós procuramos ser felizes, mas a expectativa da velhice causa um certo temor, um receio do que nos proporcionará a felicidade nesse ...

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Todos nós procuramos ser felizes, mas a expectativa da velhice causa um certo temor, um receio do que nos proporcionará a felicidade nesse último período da vida.

Contam que há uma loja onde compram e vendem tempo. É uma loja agitada, pois, além de vender, ela também faz permutas. Se alguém tiver um t...


Contam que há uma loja onde compram e vendem tempo. É uma loja agitada, pois, além de vender, ela também faz permutas. Se alguém tiver um tempo sobrando, pode oferecê-lo a outro que precise de mais tempo.

Quando pensamos que a porta está definitivamente fechada, alguém sopra com força a janela e nos escancara um novo mundo, cheio de paisagens...

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Quando pensamos que a porta está definitivamente fechada, alguém sopra com força a janela e nos escancara um novo mundo, cheio de paisagens desconhecidas, deslumbrantes. Aí, o instinto de proteção dá um sonoro aviso de alerta, que surdamente ignoramos.

Mesmo que as certezas nos resguardem de sofrer, nos peçam cautela e atenção, mesmo assim, nosso ímpeto de buscar o desconhecido prevalece e deixamos o destino tecer suas tramas e nos enredar em histórias e sonhos.

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Foi assim comigo. Quando revejo o passado, assusto-me com a impetuosidade que vivi, as maneiras que o destino manipulou meus passos, as múltiplas vezes que tive que derrubar casas e reconstruí-las novamente em outro lugar, em outra vizinhança. A vida acabou me ensinando que as situações idealizadas são frágeis e que é melhor aceitar os vários recomeços, os vários tropeços com valentia, com coragem e sem lamentos.

Os caminhos podem ser conhecidos e certos, mas a força do que nos rege, acrescenta pedras a serem afastadas, montanhas a serem subidas, descidas íngremes que diminuem o ritmo de nossos passos e nos presenteiam ao final, com lindas paisagens, ipês-amarelos no meio de um pasto todo verde, brisa morna com cheiro de mato.

Nestes últimos meses, aprendi muito sobre a imprevisibilidade. Todas as prioridades, os planos, as passagens para viagens agendadas, tudo estagnou de repente para que eu preservasse a vida. Fiquei só, por longos cento e quatorze dias.

Tive a oportunidade de colocar em prática a palavra “solitude” que, segundo o dicionário Michaelis, é uma palavra poética, diferente da solidão que expressa a dor de estar sozinho, a solitude expressa a glória de estar sozinho. É a solitude que nos oferece a oportunidade de apreciar o silêncio, o tempo e principalmente, a beleza. A solitude me abriu um mundo mais íntimo, mais rico de conhecimento, mais perceptivo sobre o que vale a pena investir e principalmente, do que vale a pena desejar.

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Celebro esse tempo comigo mesma, cheia de gratidão. Continuo acreditando que o imprevisível, seja lá chamado de destino, acaso, fatalidade, tem verdades que não somos capazes de entender. É aceitar, realinhar o rumo e seguir a vida.


Cristina Lugão Porcaro é bacharela em artes plásticas, psico-pedagoga e escritora

Coisinhas me encantam. Aquelas que se desapegam do conjunto. Uma xícara sem o pires, uma concha trazida da praia, uma flor que coloco entre...

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Coisinhas me encantam. Aquelas que se desapegam do conjunto. Uma xícara sem o pires, uma concha trazida da praia, uma flor que coloco entre as páginas dos livros. É um sentimento de gratidão pela existência das coisas simples, as que me fazem recordar momentos, pessoas, situações.

Há muitos domingos, por um movimento da terra ou por obra de algum anjo distraído, ele apareceu para mim. Veio vestido de formalismo, barba...

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Há muitos domingos, por um movimento da terra ou por obra de algum anjo distraído, ele apareceu para mim. Veio vestido de formalismo, barba feita, intenso olhar azul. Perscrutou minha vida, sondou meus sentimentos, ouviu curioso minhas histórias.

Pegou-me sem armas, infeliz em minhas gargalhadas, cercada de uma casa fria, onde havia um som constante de saudade.

Sou acordada pela Banda de Música Santa Cecília. É a alvorada que a Banda me presenteia avisando que é dia de festa, é vinte e quatro de ju...


Sou acordada pela Banda de Música Santa Cecília. É a alvorada que a Banda me presenteia avisando que é dia de festa, é vinte e quatro de junho, aniversário da nossa cidade. O frio, o céu azul e as músicas me despertam para as comemorações. Agora, é vestir o uniforme de gala, saia cuidadosamente plissada, blusa de manga comprida, gravata, boina, luvas brancas e os sapatos impecavelmente engraxados. Perfeita e pronta para desfilar pelas ruas da cidade representando nosso colégio.

Ainda ontem era janeiro, um pouco antes eu completava vinte anos, há alguns dias, estávamos nós dois andando por ruas conhecidas, de mãos d...

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Ainda ontem era janeiro, um pouco antes eu completava vinte anos, há alguns dias, estávamos nós dois andando por ruas conhecidas, de mãos dadas.

Hoje, vejo que o tempo mentiu, que não é janeiro, que meus vinte anos se transformaram em muitos números mais e que você passeia nas calçadas do céu.

Estou me sentindo a própria tiazona que dá “pito” nos sobrinhos. Posso até estar errada, mas vocês acham certo que numa situação que se pr...



Estou me sentindo a própria tiazona que dá “pito” nos sobrinhos. Posso até estar errada, mas vocês acham certo que numa situação que se prevê ser caótica, causar mortes, ficarmos confinados em casa para não sermos alcançados pelo vírus, estarem preocupados com POLÍTICA?

O momento é de união, é de sermos solidários uns com os outros. E vocês discutindo POLÍTICA? Vocês ainda acreditam que algum daqueles políticos está pensando em nós? Em nosso pavor do que poderá vir? Sinto muito, não estão mesmo. Eles se comem publicamente, se ofendem, mas todos se aconchegam para trocarem favores, esconderem o que o outro fez de errado.

Sinto muito, mas pensem com racionalidade sobre a situação mundial. Pessoas morrendo por todo lado, médicos e diversos outros profissionais da área de saúde se extenuando para salvar vidas e vocês se digladiando por causa de políticos?

Não desejo que vocês vivam o pavor que ouvi de algumas pessoas que moram na Itália e viram seus entes queridos morrerem e não tiveram, ao menos, o consolo de os velarem ou enterrarem. E vocês ainda se preocupando em trocar desaforos, em trocar frases ofensivas pelas redes sociais?

O momento é de espalhar paz, tranquilidade, olhar as necessidades do seu vizinho, ter amor no coração. Lembro a vocês que a gente colhe o fruto das sementes que espalha.

Dê um tempo para o ódio abrandar sua alma. Isto irá, inclusive, beneficiar a sua saúde.

Estou cansada de ouvir tanta asneira.


Cristina Lugão Porcaro é bacharel em artes plásticas, psico-pedagoga e escritora

Demorei muito para perceber que dentro daquela pessoa serena, disfarçada em calma, habitava uma alma inquieta, dotada de uma força indomáve...


Demorei muito para perceber que dentro daquela pessoa serena, disfarçada em calma, habitava uma alma inquieta, dotada de uma força indomável.

Teimosa...totalmente teimosa. Acreditava na transformação e principalmente, acreditava que todas as pessoas possuíam um potencial e buscava fazer desabrochar algo que ninguém esperava.

Sua trajetória começou trazendo crianças, portadoras de deficiência, para serem “trabalhadas” na nossa casa. Por ser professora, encontrou na alfabetização o primeiro passo de sua crença no possível. Em tempos onde essas crianças viviam guardadinhas em suas casas, ela foi pescando uma a uma, convencendo pais, convencendo pessoas da cidade até que se viu rodeada de crianças e adolescentes e acabou fundando a APAE no interior de Minas. A ela, agregaram-se profissionais que também confiaram na crença do possível e os ensinou a pensar sobre a vida de cada um daqueles seres que precisavam ser vistos com dignidade e carinho.

Não satisfeita e apesar de leiga, começou a estudar sobre o cérebro humano e vorazmente buscou métodos e padrões que poderiam estimular o potencial daqueles que apresentavam algum déficit motor ou intelectual.

Participou de congressos, visitou outras instituições, leu muito, pesquisou, mas o que mais importava era seu espirito desbravador e forte que dava esperanças a pais desenganados, de que seus filhos poderiam alçar novos horizontes.

Nunca contou o número de pessoas que passaram por ela durante mais de quatro décadas. Viu crianças engatinharem, andarem, correrem. Viu inúmeras aprenderem a balbuciar, falar, ler e escrever. Ensinou muitas delas a dar laço nos sapatos, a segurar a colher, escovar os próprios dentes. Testemunhou diversos pais chorarem ao ouvir a primeira palavra dita por um filho já crescido. E acolheu muitos e muitos beijos babados e abraços desajeitados cheiinhos de carinho de “seus meninos”.

Achou que ainda era pouco o que fazia e quis promover uma verdadeira integração. Criou um centro de estimulação da inteligência onde criancinhas sem deficiência brincavam aprendendo, além de conviverem num mesmo ambiente com outras “diferentes”. Não sei se entre elas alguma percebeu diferenças, pois conviviam alegres e pacificamente. Umas aprendendo com as outras.

Para comemorar seus sessenta anos, inventou uma viagem exótica. Vendeu o carro e gastou o dinheiro passando dois meses na Índia. Voltou com o cabelo faiscando de hena vermelha, com os olhos brilhando de felicidade e com a certeza de que existia um povo generoso, alegre e espontâneo, mesmo cercado de uma tremenda pobreza.

Depois que completou setenta anos, todos esperavam por sua aposentadoria, pelo tempo que ela dedicaria a si própria para andar na praia, talvez fazer tricô, assistir filmes... Pois foi quando ela iniciou uma nova fase de vida. Através de suas pesquisas e pela própria experiência pessoal de não deixar-se esmorecer, iniciou um trabalho de estímulo à memória voltado para idosos. Vinculou suas pesquisas anteriores a exercícios motores, com atividades específicas para que o envelhecimento das pessoas fosse dilatado e dotado de muito mais qualidade. Este trabalho cresceu e ela o vai desenvolvendo com vários “alunos” e o explanando através de palestras e encontros onde mostra que a idade não limita, adiciona.

Hoje, aos oitenta e três anos ela continua a desenvolver suas atividades, dirige por todo lado, caminha pela praia, pratica stand up paddle, mantém uma invejável vaidade, adora cinema, está sempre se atualizando em diversos assuntos, além de participar de congressos e encontros sobre o envelhecimento.

Teve quatro filhos e eu sou a mais velha deles. Assistir à trajetória da mamãe foi um privilégio e é uma grande lição de viver. Com ela aprendi que a generosidade, não só aquela que doa dinheiro e bens, mas aquela em que se usa inteligência, percepção e vontade de promover a evolução de outras pessoas é a verdadeira generosidade. Sei que é o emendar uma atividade na outra que a mantém lúcida e que ao viver essa história tão cheia de “tudo” ela carrega dentro de si um mundo bonito, feliz e plenamente realizado.

Esperamos, os quatro filhos, sete netos, dois bisnetos e mais uma bisneta próxima de nascer, que ela viva por muitos anos sendo nosso exemplo de amor, ponderação e energia.


Cristina Lugão Porcaro é bacharel em artes plásticas, psico-pedagoga e escritora