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O endereço é o cruzamento da Avenida Dom Pedro II com a dos Tabajaras, no Centro de João Pessoa. Não há uma só vez que eu passe por ali...

jornalismo linotipo redacao
O endereço é o cruzamento da Avenida Dom Pedro II com a dos Tabajaras, no Centro de João Pessoa. Não há uma só vez que eu passe por ali sem essas duas lembranças. Primeiramente, a de Sérgio de Castro Pinto, poeta de imensa grandeza e amigo de algumas décadas. Depois, a da velha Oficina do Jornal “A União”, no prédio absurdamente derrubado para construção da Assembleia Legislativa, uma aberração arquitetônica menos por culpa dos traços modernos e mais, muito mais, por seu descabimento entre edificações centenárias.

Imagine a ocorrência de um fenômeno literário, um autor traduzido em mais de dez idiomas e, portanto, conhecido por sucessivas gerações...

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Imagine a ocorrência de um fenômeno literário, um autor traduzido em mais de dez idiomas e, portanto, conhecido por sucessivas gerações de leitores em todas as direções da Rosa dos Ventos dada a profusão e aclamação de seus romances, crônicas e artigos produzidos para veículos de grande circulação. Se a referência disser respeito a um paraibano, você, certamente, terá pensado em José Lins do Rego.

Estes 25 anos de idade ainda vão me matar. Não saio deles há mais de meio século. Tudo por culpa do corpo que, um tanto combalido, não ...

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Estes 25 anos de idade ainda vão me matar. Não saio deles há mais de meio século. Tudo por culpa do corpo que, um tanto combalido, não se comunica com a cabeça, a quem não conta a idade que tem.

Domingo passado, subi quatro lances de escada com a pressa de tempos idos e quase não alcanço o 6 de junho, data em que vim ao mundo. Amarelo, ofegante e trêmulo, precisei da cadeira de balanço, do ventilador com pás de teco-teco em sua maior velocidade, de um comprimido extra de losartana e do carão da mulher: “Seu doido. Você pensa que é jovem?”.

“Não quero ofender os sulistas, mas quem estuda a história do Brasil sabe que a raiz da Nação está aqui. Não há favor nenhum em dizer-s...

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“Não quero ofender os sulistas, mas quem estuda a história do Brasil sabe que a raiz da Nação está aqui. Não há favor nenhum em dizer-se que a brasilidade nasceu no Nordeste” – foi o que ouvi, nos idos de 1993, do professor, diplomata, filólogo e então ministro da Cultura Antonio Houaiss.

O Hotel Tambaú, onde se hospedava, não parecia caminhar para a bancarrota e, portanto, ainda conseguia atrair próceres da República. Simpático, afável, ele me recebeu à beira de uma daquelas três piscinas circundadas por jardins, redários e passarelas. A todo instante,

Um chiado longo como se ali por perto alguém estivesse a rasgar um pedaço grande de tecido. Em seguida, um tique-tique de igual duração...

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Um chiado longo como se ali por perto alguém estivesse a rasgar um pedaço grande de tecido. Em seguida, um tique-tique de igual duração, à semelhança da tesoura manejada pela costureira a quem as donas de casa encomendavam vestidos, saias e camisas.

⏤ Não esqueça o meu Capricho. ⏤ Esqueço não, Marlene. E lá me punha eu, às terças-feiras, na carroceria de um caminhão de feirant...

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E lá me punha eu, às terças-feiras, na carroceria de um caminhão de feirantes, rumo a Itabaiana, à falta de banca de revistas na pequena cidade onde cresci. A viagem de 24 quilômetros, ida e volta, teria o propósito único da compra de gibis não fosse a encomenda das fotonovelas por aquela prima da minha mãe, uma jovem dona de casa com marido e filho.

Imagine-se em Genebra, depois de uma esticada de 12 horas desde a italiana Florença em busca da bem-amada. Ponha-se de mãos dadas com ...

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Imagine-se em Genebra, depois de uma esticada de 12 horas desde a italiana Florença em busca da bem-amada. Ponha-se de mãos dadas com ela em passeio por um bairro tranquilo da cidade. Saudosos de casa, os dois param, perplexos, diante de um cineminha, em razão do letreiro: “Aujourd’hui, Paraíba mon amour”. Isso mesmo, expressões do mais legítimo forró paraibano nas telas da Suíça.

Uma gripe desgraçada pegou-me, há pouco, de jeito. Veio com todas as tosses possíveis, com dores de cabeça e de garganta tantas e tão f...

aniversario casamento
Uma gripe desgraçada pegou-me, há pouco, de jeito. Veio com todas as tosses possíveis, com dores de cabeça e de garganta tantas e tão fortes que nada mais disso deve ter sobrado para o resto do mundo, como assim me fizeram crer, na fase mais aguda, o desconforto e a desesperança.

Um parente médico ministrou o antibiótico, minhas duas avós trouxeram-me do céu a lembrança do gargarejo com água morna e sal, o neto cantou ao telefone “Mamãe, eu quero” e a coisa foi passando.

Bastou uma chuva fina, uns pingos breves, coisa apenas suficiente para umedecer a terra e agitar o cheiro que dela se ergue em tais oca...

chuva sol nuvens
Bastou uma chuva fina, uns pingos breves, coisa apenas suficiente para umedecer a terra e agitar o cheiro que dela se ergue em tais ocasiões e, pronto, entrei em estado de graça.

Preciso dizer que o aroma de terra molhada faz isso comigo. Esteja onde estiver, eu logo me transporto para um mundo somente meu. Para um lugar sem tempo, compromissos nem problemas. Aí, tenho meus pais vivos, meus irmãos presentes, os velhos amigos de volta e, também assim, um ou outro amor perdido.

Eis que me falam dos 82 anos de Roberto. O moço é de 19 de abril de 1941. Escrevi sobre os 80, data redonda e tema então no jornalismo ...

roberto carlos jovem guarda
Eis que me falam dos 82 anos de Roberto. O moço é de 19 de abril de 1941. Escrevi sobre os 80, data redonda e tema então no jornalismo impresso, na tevê, no rádio, blogs e portais de notícia. Assim o fiz com a caneta do repórter que mora em mim, ao atentar para o fato de que um povo inteiro a ele concede o tratamento que as nações ricas e pobres costumam dar a seus grandes ídolos.

Um desses passeios costumeiros pelas trilhas infindas da Internet leva-me ao regate de conversa com a professora Adylla Rabello para A ...

adylla rabello revista carta
Um desses passeios costumeiros pelas trilhas infindas da Internet leva-me ao regate de conversa com a professora Adylla Rabello para A CARTA, o semanário do editor Josélio Gondim. Transcorria julho de 1990 e ela me falava da elaboração do “Dicionário Paraibano de Literatura”, trabalho a cargo de uma equipe de professores da UFPB que integrava na ocasião.

Mais do que isso, Adylla torcia pelo auxílio do Programa Biblioteca da Paraíba a fim de publicar sua tese de Mestrado, um exercício de crítica genética relacionada ao protocolo de crônicas

Não sou versado nesses assuntos e, portanto, não sei se João estava lá. Sei, porém, da história por ele contada, lá se vão uns do...

pascoa cristo jesus apostolos
Não sou versado nesses assuntos e, portanto, não sei se João estava lá. Sei, porém, da história por ele contada, lá se vão uns dois milênios. Mais do que simplesmente contada, narrada a bico de pena a fim de não restar a menor dúvida acerca do que então expunha.

Acordei com uma saudade sem tamanho daqueles cartazes atados aos troncos de fícus na cidade aonde cheguei antes do primeiro aniversário...

poster filme antigo pilar paraiba
Acordei com uma saudade sem tamanho daqueles cartazes atados aos troncos de fícus na cidade aonde cheguei antes do primeiro aniversário e de onde saí aos quinze anos de idade. As árvores de copas redondas, aparadinhas, em filas nos dois lados da rua, davam sombra para astros e estrelas de metade do mundo. Mas era quando abrigavam Buck Jones, Bill Elliott, Hopalong Cassidy e Roy Rogers que elas, de fato, me atraiam.

Que bela, valiosa e oportuna iniciativa esta que junta representações dos Ministérios Públicos Comum, Federal e de Contas, do Tribun...

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Que bela, valiosa e oportuna iniciativa esta que junta representações dos Ministérios Públicos Comum, Federal e de Contas, do Tribunal de Justiça, da Procuradoria Geral da República, da Advocacia Geral da União e das Polícias Federal e Militar na proteção dos bens naturais, culturais, históricos e artísticos da Paraíba.

Para começo de conversa, um conselho de amigo. Não tente reproduzir em casa o tempero das ruas. Creia-me, não conseguirá. Digo mais: v...

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Para começo de conversa, um conselho de amigo. Não tente reproduzir em casa o tempero das ruas. Creia-me, não conseguirá. Digo mais: você nem chegará ao pão na chapa de boteco, aquele das seis da manhã com café pingado, se o preparo acontecer no santo recesso do lar.

Muitos de vocês, meus queridos, jamais saberão do inferno de uma paixão, de uma agonia sem remédio a torturar o peito, minuto a minuto,...

casablanca bogart bergman
Muitos de vocês, meus queridos, jamais saberão do inferno de uma paixão, de uma agonia sem remédio a torturar o peito, minuto a minuto, sem pausa. Por mais que os poetas lhes digam que padecer dessas dores é melhor do que estar vazio, evitem o quanto possam, até o último suspiro, as armadilhas do amor. E deem-se por felizes. Não acreditem neles.

Eu já pensei em parar de fuçar os costumes, os acontecimentos e as artes do mundo como tenho feito em publicações quase furtivas, des...

shakespeare romeu julieta sinatra
Eu já pensei em parar de fuçar os costumes, os acontecimentos e as artes do mundo como tenho feito em publicações quase furtivas, dessas avessas à consagração de mitos, peças e fatos. Acontece que não resisto às histórias “não oficiais”, aos enredos agora soprados, também, pelos ventos da Internet.

Antes, nós nos valíamos apenas de edições raras, ocasionais, em papel e tinta, para vasculhar intimidades, redesenhar perfis, detectar mentiras, ou impossibilidades. Presentemente, é o computador e o smartphone, sobretudo eles,

Escapei no domingo quando o sol no ponto mais baixo do horizonte, metade da cara fora do mar, mal espreitava o mundo. Onde estacionei, ...

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Escapei no domingo quando o sol no ponto mais baixo do horizonte, metade da cara fora do mar, mal espreitava o mundo. Onde estacionei, à beira do calçadão, ele pouco via, além de mim, numa Manaíra deserta.

Ali, naquele instante, a movimentação maior provinha das folhas dos coqueiros sopradas por ventos tão indecisos quanto eu e, quem sabe, quanto os ocupantes dos três carros que por mim passaram em marcha lenta, um após outro, em intervalos de poucos minutos. Apesar de saber de obrigações e compromissos em qualquer horário,

Não há quem tire da cabeça de Aristides que eles estão por aqui há milênios. Que desde os tempos bíblicos pilotam naves silenciosas em...

ufo disco voador rachel queiroz ovni extraterrestre
Não há quem tire da cabeça de Aristides que eles estão por aqui há milênios. Que desde os tempos bíblicos pilotam naves silenciosas em velocidade absurda e com manobras que desafiam a ciência humana. Que estas desaparecem e ressurgem, num átimo, em pontos diferentes. Que fazem curvas de 90 graus sem redução da marcha e sem a desintegração de peças e pilotos, coisa inimaginável por quem entenda de inércia e gravidade. Enfim, que ignoram, pura e simplesmente, as leis da física tal como as conhecemos.

— E, então, Seu Severino, o que o senhor acha? Vem chuva logo, ou não vem? Não era pergunta lançada à toa esta que Pedro fazia na r...

chuva previsao relampago benzedeira supersticao
— E, então, Seu Severino, o que o senhor acha? Vem chuva logo, ou não vem?

Não era pergunta lançada à toa esta que Pedro fazia na roda de amigos àquele com idade para ser avô de qualquer deles e em cuja varanda estavam. Fazia dias que o trovão pipocava sem nenhuma serventia para os lados do poente. Trovão e relâmpago, pois não existe um sem o outro.