Mostrando postagens com marcador José Nunes. Mostrar todas as postagens

O poeta dos poetas que nasceu entre nós, na juventude viveu à sombra do tamarindo e permaneceu como essa paisagem na alma por toda a vida,...

literatura paraibana jose nunes conquistada paz
O poeta dos poetas que nasceu entre nós, na juventude viveu à sombra do tamarindo e permaneceu como essa paisagem na alma por toda a vida, suponho que fala em seus poemas da luta incessante contra o inimigo invisível.

Desde o primeiro momento do seu Pontificado, o papa Francisco ressalta a necessita de mais artesãos da paz. Essa paz que há milênios se busca e parece cada vez distante das pessoas. Lembra que enquanto são criados mecanismos capazes de contribuir com a convivência pacífica,

Há 25 anos, interessados em registrar a atividade na Imprensa da Paraíba, os jornalistas Jorge Rezende e Nara Valusca publicaram o livro ...

literatura paraibana nara valusca jorge rezende jornalismo paraibano
Há 25 anos, interessados em registrar a atividade na Imprensa da Paraíba, os jornalistas Jorge Rezende e Nara Valusca publicaram o livro "Imprensa de cada um – 15 anos depois". Trabalho que revela o pensamento de um grupo de jornalistas que, à época, atuavam em diferentes jornais, rádios e televisão.

O poeta Jorge de Lima ao leito da morte, agonizante, sem perder a esperança, registrou em diário pensamentos que ajudam pessoas a edificar...

literatura paraibana jose nunes poeta jorge de lima morte
O poeta Jorge de Lima ao leito da morte, agonizante, sem perder a esperança, registrou em diário pensamentos que ajudam pessoas a edificar novas paisagens. Sempre enriquecedora sua leitura.

Ocorreu-me lembrar do gesto do poeta alagoano ao escutar as palavras derradeiras do jovem prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, que encarou a proximidade da morte com serenidade. Somente homens penhorados com harmonia espiritual são capazes de elevados gestos.

Certa vez percorri o Rio Gramame, a barco, realizando desejo desde quando aqui cheguei, em meados de 1971. Conhecer os arredores des...

literatura paraibana jose nunes rio gramame turismo paraiba joao pessoa
Certa vez percorri o Rio Gramame, a barco, realizando desejo desde quando aqui cheguei, em meados de 1971.

Conhecer os arredores deste rio, penetrar na profundidade mítica do manguezal, até certo ponto acalentador, era minha vontade. Foi um passeio inesquecível e de recordações porque, conhecendo-o de passagem, agora eram suas águas que me transportavam lentamente, enquanto observava sua paisagem. Um lenitivo para a alma.

Nas imediações da cidade de Conceição, num recanto sossegado na beira das serras que separam Paraíba e Ceará, próximo de Pernambuco, de so...

literatura paraibana sertao sem terra agricultura meacao agricultores reforma agraria
Nas imediações da cidade de Conceição, num recanto sossegado na beira das serras que separam Paraíba e Ceará, próximo de Pernambuco, de solo bom para a produção agrícola, deparei-me com homens de mãos calejadas e uma vontade imensa de trabalhar, como acontece em outras regiões paraibanas. Sem a terra, mantém-se na mesma sujeição do tempo das senzalas e da chibata. Tudo o que produzem é dividido ao meio com o dono das terras.

Depois da safra do caju, no rastro das primeiras chuvas do ano, nossos olhares estavam direcionados às jabuticabeiras existentes no sítio....

literatura paraibana serraria jabuticaba tapuio dos Nunes alagoinha dos mendes
Depois da safra do caju, no rastro das primeiras chuvas do ano, nossos olhares estavam direcionados às jabuticabeiras existentes no sítio. Ao veranico de janeiro, essa fruteira logo dava resposta com saborosos frutos que recolhíamos dos galhos ao alcance das mãos. Frutos que fazem-me lembrar a cabocla Grabriela, menina de olhos amorenados, que admirava com desejo ajuizado.

Numa manhã sem graça, há mais de vinte anos, quando minha irmã comunicou pelo telefone que nossa mãe havia morrido, após deixá-la no hosp...

Numa manhã sem graça, há mais de vinte anos, quando minha irmã comunicou pelo telefone que nossa mãe havia morrido, após deixá-la no hospital na noite anterior, abaixei a cabeça como último gesto em reverência àquela que concluía sua paisagem humana entre nós e, retornando à casa do Pai Eterno, deixou lições e saudades. Nunca estamos prontos para receber semelhante notícia, mesmo sendo algo inevitável, que desejamos demorar chegar.

  Sem encontrar palavras para expressar minha saudade e meu agradecimento ao conterrâneo, amigo e mestre Nathanael Alves, nos quarenta ...

literatura paraibana luiz augusto crispim nathanael alves araras serraria
Sem encontrar palavras para expressar minha saudade e meu agradecimento ao conterrâneo, amigo e mestre Nathanael Alves, nos quarenta anos de sua morte, recorro ao poeta Luiz Augusto Crispim, igualmente revelador da alma humana, cujas crônicas de profundo lirismo abordam temas do cotidiano e nos enche de prazer a sua leitura. Nathanael Alves nasceu no povoado de Arara, então município de Serraria. Conterrâneo que se fez merecedor de nossa admiração, porque carregava a paciência franciscana e a compaixão de padre Ibiapina pelo sofrimento alheio.

O poeta Augusto dos Anjos imortalizou o tamarindo do Engenho Pau D’árco com versos primorosos. O professor Milton Marques Júnior trouxe p...

literatura paraibana tamarindo milton marques junior apl jose nunes augusto do anjos
O poeta Augusto dos Anjos imortalizou o tamarindo do Engenho Pau D’árco com versos primorosos. O professor Milton Marques Júnior trouxe para o ambiente da imortalidade das Letras o símbolo desse poeta, plantando uma muda dessa árvore no Jardim dos Acadêmicos, para que o poeta, o professor e o tamarindo estejam juntos, eternizados no recanto mais sublime de nossas letras e artes, que é a Academia Paraibana de Letras.

São quatro anos de silêncio, sem o riso de Cristovam Tadeu. Num sábado sem graça, o humorista, cartunista e jornalista foi encontrado sem ...

literatura paraibana jose nunes cristovam tadeu cartoon humor paraibano
São quatro anos de silêncio, sem o riso de Cristovam Tadeu. Num sábado sem graça, o humorista, cartunista e jornalista foi encontrado sem vida em seu apartamento, mas renascido para ficar guardado na memória dos amigos e admiradores. Uma memória da lembrança de seus gracejos e na sinceridade de suas palavras.

Confesso sem remorso ter abandonado a leitura das “Confissões” de Santo Agostinho em diversas oportunidades e continuo arrependido pelas l...

literatura paraibana santo agostinho confissoes jose nunes
Confesso sem remorso ter abandonado a leitura das “Confissões” de Santo Agostinho em diversas oportunidades e continuo arrependido pelas leituras descuidadas da autobiografia do bispo de Hipona, porque seus ensinamentos são alimento à alma, e nos municiam para os passos da nossa caminhada.

Há mais de trinta anos Firmo Justino, jornalista que entrou para a Magistratura da Paraíba, retornando às paisagens do Convento São Franc...

literatura paraibana convento sao francisco joao pessoa
Há mais de trinta anos Firmo Justino, jornalista que entrou para a Magistratura da Paraíba, retornando às paisagens do Convento São Francisco, numa crônica antológica, disse que foi satisfatório passear pelo maravilhoso conjunto arquitetônico barroco, e convidou a todos para visitar aquele lugar. Mesmo que fosse uma única vez, narrava, quem olhasse para as velhas paredes carregadas de histórias, as imponentes capelas ornamentadas com belas pinturas e imagens, como também observasse as peças sacras de incomum beleza, além do horto que exala o perfume silvestre, dali sairia com o desejo de retornar.

Na época da visita do meu amigo, o convento tinha sido restaurado, estava ainda mais imponente e carregava, como ainda mantém, o encantamento do magnífico conjunto arquitetônico barroco. Quem passear por seus longos corredores de largas paredes, pisar no assoalho de madeira dura e olhar as peças ornamentais que a mão humana moldou, silencia e escuta a quietude do lugar.

Se eu fosse rei ou imperador, assim como nas estórias que ouvia no tempo de criança no nosso sítio, em Serraria, recomendaria aos professores a levar seus alunos a este maravilhoso local, onde estão guardadas muitas histórias que ajudam a entender o passado da Paraíba, porque falam como um livro aberto.

Para amar o lugar onde nascemos, é por demais importante conhecer sua história, sabiamente profetizava Nathanael Alves.

Estive pela primeira vez no São Francisco, em 1979. Foi quando, por inspiração de Dom José Maria Pires, o poeta Waldemar José Solha e o maestro José Kaplan montaram a “Cantata pra Alagamar”, apresentada numa noite que me deixou abismado pela aclamação ao espetáculo e pela imponência do conjunto arquitetônico onde o evento aconteceu.

Então, após as revelações de Firmo Justino, levei minha filha Angélica para conhecer aquela inconfundível obra de arte. Grande foi sua admiração, apesar dos nove anos de idade. Pouco indagava, mas o semblante e os olhos arregalados davam pistas de seu encantamento ao contemplar detalhes dos corredores, as grossas paredes e as imagens pintadas no teto das capelas.

Todas as vezes que volto àquele lugar, vagueio na imaginação colhendo remotas imagens e histórias que os livros abordam, desde a fixação das pedras sobre pedras, conduzidas por muque humano até chegar a imponente edificação que conhecemos. Entre as paredes, o silêncio de Deus se manifesta em nós.

Em cada recanto observava-se misterioso silêncio. O vento entrando pelos janelões, espalhando-se pelos móveis antigos, caminha ao nosso lado durante o passeio pelas celas, extensos corredores e o horto florestal recebe a todos com seu frescor.

Meu amigo tinha razão quando convidou-nos a visitar o convento franciscano, e olhar por dentro a fabulosa obra de arte que eles deixaram.

O prédio com a torre apontando para o céu, o cruzeiro que nos recebe à entrada e seus arredores, tudo espalham emoções. Essas imagens carregamos pelo resto da vida.

- Não é uma beleza?...

A menina respondeu com acena da cabeça, e curtas palavras que tento relembrar.

Quase três décadas depois, a filha conduziu meu neto para igual visita, quando a pandemia nem dava sinais.

O convento franciscano continua com seus mistérios, criando emoções aos que ali se dirigem, mesmo em tenra idade.

Quando li pela primeira vez “Grande sertão: veredas”, de João Guimarães Rosa , fechei o livro atordoado porque me levou a caminhos desconh...

literatura paraibana cronica reflexoes deus alma guimaraes rosa grande sertao fiódor fostoiévski criacao adao miguelangelo
Quando li pela primeira vez “Grande sertão: veredas”, de João Guimarães Rosa, fechei o livro atordoado porque me levou a caminhos desconhecidos da alma, a partir das inquietações de Riobaldo e Diadorin. Percebendo que desejavam incessantemente o Deus da vingança e menos o Deus do amor, fui buscar a resposta em outras leituras.

Durante os dias que antecederam a passagem do ano novo, ocorreram chuvas em algumas partes da Paraíba e, suponho, trouxeram alento e esper...

literatura paraibana cronica chuva verao agricultura brejo desmatamento meio ambiente
Durante os dias que antecederam a passagem do ano novo, ocorreram chuvas em algumas partes da Paraíba e, suponho, trouxeram alento e esperança para muita gente. Cabaceiras e Arara, onde a chuva tem o costume de passar longe, na época a pluviosidade foi além do veranico.

Confesso que não tenho muito apego à leitura de livros que não sejam impressos em papel, porque gosto de manusear e alisar as folhas com...

literatura paraibana marilia arnaud livro passaro secreto jose nunes
Confesso que não tenho muito apego à leitura de livros que não sejam impressos em papel, porque gosto de manusear e alisar as folhas com os dedos, sentir o cheiro da tinta. O cheiro da tinta fresca me persegue desde o tempo de quando passei por jornais e gostava de visitar as oficinas para sentir o odor do papel impresso.

Se alguém morre, para as crianças dizemos que a pessoa virou estrela. Talvez a forma mais simples de explicar para elas essa passagem à vi...

ambiente de leitura carlos romero cronica conto poesia narrativa pauta cultural literatura paraibana jose nunes martinho moreira franco jornalismo paraibano
Se alguém morre, para as crianças dizemos que a pessoa virou estrela. Talvez a forma mais simples de explicar para elas essa passagem à vida no plano espiritual. Olhando para o alto, buscam nas estrela a pessoa que fisicamente nos deixou.

Meu bisavô, coronel João Mendes, costumava dizer que o espelho mostra o caráter das pessoas. Vendo fotos antigas é possível reconstruir o ...

ambiente de leitura carlos romero cronica jose nunes nostalgia serraria paraiba grupo escolar amigos fotografia antiga
Meu bisavô, coronel João Mendes, costumava dizer que o espelho mostra o caráter das pessoas. Vendo fotos antigas é possível reconstruir o retrato escondido no tempo. A fotografia e o espelho ajudam no esboço da reconstrução de fatos guardados na memória, a fisionomia escondida de alguém.

Na abrangência do vento que rodopia o Sertão da Serra do Teixeira , na Paraíba, em debanda do Pajeú, em Pernambuco, desde o linear do sécu...

ambiente de leitura carlos romero cronica jose nunes cantadores nordestinos viola violeiros literatura cordel teixeira brejo paraiba patativa assare otacilio batista
Na abrangência do vento que rodopia o Sertão da Serra do Teixeira, na Paraíba, em debanda do Pajeú, em Pernambuco, desde o linear do século XIX, muita poesia foi espalhada por poetas repentistas e cantadores que traziam consigo raízes fincadas nas terras do além-mar. Num tempo quando a vida era edificada na solidão do campo, muitos beberam na fonte da rústica paisagem do Nordeste, que inspira e favorece intensamente a criação poética com profunda raízes na alma.

Tenho uma amiga que adora fotografar a natureza. Adora a natureza porque a natureza está no sangue e na alma dela. Também estudou as esta...

ambiente de leitura carlos romero cronica conto poesia narrativa pauta cultural literatura paraibana jose nunes belezas litoral rio grande norte barra cunhau natureza belezas naturais praias brasil nordeste
Tenho uma amiga que adora fotografar a natureza. Adora a natureza porque a natureza está no sangue e na alma dela. Também estudou as estações para melhor compreender as mudanças que ocorrem a cada período do ano. Mais que amar a terra, as plantas, os animais e o mar, ela busca entender a essência da espiritualidade que edifica a paz interior. Quer entender a beleza da poesia que emana da Natureza com seus componentes.

Para celebrar os meus 65 anos de idade, escrevi um livro composto de pequenas narrativas que traçam aspectos de paisagens humanas e da traj...

ambiente de leitura carlos romero cronica conto poesia narrativa pauta cultural literatura paraibana memorias jose nunes livro tapuio biografia serraria interior paraiba engenhos paraibanos historia
Para celebrar os meus 65 anos de idade, escrevi um livro composto de pequenas narrativas que traçam aspectos de paisagens humanas e da trajetória no sítio Tapuio, em Serraria (PB), lugar marcado por transformação social e econômica. 

Sempre trabalhei na Imprensa, mesmo que no decorrer de cinco décadas tenha exercido outras atividades, não menos importantes, que agora acho desnecessário mencionar porque foram tantas.
Durante esse tempo publiquei livro de poesia e crônicas de amenidades abordando o cotidiano. Achando pouco, enveredei pela pesquisa sobre a história da cidade onde nasci na tentativa de encontrar minhas raízes familiares, e depois, para ocupar o tempo ocioso, preparei trabalhos literários abordando a vida de certas pessoas que considerei importantes.

Essas minúcias literárias abriram para mim as portas Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, onde cheguei devagar, sem atropelar ninguém, talvez mais pela benevolência de amigos pelos quais tenho admiração e respeito. Estimulado por forças vindas do Alto, com as quais sempre tentei me identificar, depois de uma temporada de preparação, fizeram-me diácono na Arquidiocese da Paraíba. 

O livro “Tapuio – do nascer ao entardecer” é composto de pequenas narrativas que traçam a trajetória de personagens que ajudaram a construir o edifício de minha vida, começando na comunidade Tapuio, que foi marcada pela transformação econômica no meio rural ao final da década de 1960. Lembro minha passagem por Arara, onde finquei a forquilha de minha sustentação espiritual depois que deixei o sítio, até chegar a João Pessoa, onde resido desde os 16 anos de idade, a fim de trabalhar e estudar. Mais trabalhar do que estudar.

ambiente de leitura carlos romero cronica conto poesia narrativa pauta cultural literatura paraibana memorias jose nunes livro tapuio biografia serraria interior paraiba engenhos paraibanos historia
Completando 65 anos, surgiu a ideia de escrever sobre lembranças que, suponho, possam agradar a algum leitor. Publicado, basta uma pessoa que se disponha a fazer sua leitura, estou satisfeito. Esta foi uma das lições aprendidas de Ariano Suassuna, para quem um leitor apenas justificaria a obra literária.

Escrevi as narrativas para nunca me afastar do sítio em que há décadas, distante, continuo no menino que descalço e com camisa aberta ao peito, passeava sem pressa por veredas e córregos, armado de baladeira e bornal de pano grosso com balas feitas de barro vermelho dentro.  

Quero partilhar essa história construída com fé e perseverança, que começou bem antes do meu nascimento no ano de 1954, numa pequena casa localizada nas proximidades de Serraria, lugar de onde observamos um vasto mundo em seu redor, contemplando o nascer do dia e o entardecer, sempre com elegantes paisagens.