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O poeta Marco Valério Marcial (42-102) é quase desconhecido do grande público atual, à exceção dos que são da área de estudos clás...

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O poeta Marco Valério Marcial (42-102) é quase desconhecido do grande público atual, à exceção dos que são da área de estudos clássicos, mais especificamente, conhecedores da literatura latina. Marcial, no entanto, é um dos mais importantes poetas de todos os tempos, por uma série de singularidades. Tendo saído de sua terra natal, Bílbilis, no sudeste da Espanha, Marcial foi tentar a vida em Roma. Ali chegando no ano 65, foi abrigado pelo filósofo, tragediógrafo e epigramista Sêneca,

Sempre que me refiro à linguagem científica de Augusto dos Anjos, há pessoas que me perguntam sobre a possibilidade de desatualização ...

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Sempre que me refiro à linguagem científica de Augusto dos Anjos, há pessoas que me perguntam sobre a possibilidade de desatualização dos termos, considerando a nomenclatura científica moderna e os avanços da ciência. Há, sim, esta possibilidade, mas a minha resposta segue um mantra, afirmando que devemos ver o poeta em sua época. É óbvio que a poesia de Augusto dos Anjos, como toda grande poesia, é universal. A dor do homem, o conflito com o mundo, a angústia diante da degradação moral e material são inquietações que afligem o ser humano em qualquer época e em qualquer lugar. A sua poesia, portanto, transcende os limites do espaço e do tempo. Neste aspecto, não há discussão.

Fobos (Φόβος) e Dêimos (Δεῖμος) são os filhos diletos de Ares, o deus da guerra (Marte para os latinos), que sempre o acompanham nas ba...

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Fobos (Φόβος) e Dêimos (Δεῖμος) são os filhos diletos de Ares, o deus da guerra (Marte para os latinos), que sempre o acompanham nas batalhas, como se pode ver na Ilíada. Eles estão presentes, secundando o pai, desde o Canto IV, início da guerra, no poema homérico, cujo episódio é por mim denominado de tideidomaquia, ou seja, a batalha do filho de Tideu, no caso Diomedes, respondendo às provocações de Agamêmnon. Na retomada dos combates, entre Argivos (nome genérico para os Gregos) e os Troianos, no início do décimo ano do cerco à cidadela de Ílion ( Ἲλιος, antigo nome de Troia, daí Ilíada), Diomedes, cujo epíteto é “O bom de grito”,

Germano, meu amigo, boa noite! Escrevo ao sabor da emoção. Lembra-se daquela nossa conversa sobre estesia? Pois é, a vida é pura...

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Germano, meu amigo, boa noite!

Escrevo ao sabor da emoção. Lembra-se daquela nossa conversa sobre estesia? Pois é, a vida é pura estesia, exceto para aqueles que não querem ou não sabem percebê-la. Estamos carregados de emoção, mas muitas vezes nos fechamos à sua percepção, preferimos encarar a vida com pessimismo ou com uma gravidade fora de propósito, tornando-nos ou querendo nos tornar impermeáveis a esta capacidade ímpar que a vida nos oferece: sentir a sua beleza incontornável e inquestionável, que nos invade, se estivermos dispostos a aceitar o sensível, o que nos embevece e

Amanhã é o dia 29 de fevereiro de 2024, um ano bissexto. O intrigante é que herdamos dos romanos, o nome e a função do calendário, na...

Amanhã é o dia 29 de fevereiro de 2024, um ano bissexto. O intrigante é que herdamos dos romanos, o nome e a função do calendário, na sua significação de quantidade de dias do ano e da sua divisão em doze meses, e, nesse calendário, não há o dia 29 de fevereiro, nem qualquer referência a ano bissexto. Expliquemos. Embora não tenhamos guardado a maneira romana de contar os dias, o mundo ocidental por ele colonizado, bem como o restante do mundo, aonde Roma não chegou, adotou o chamado Calendário Juliano, por uma questão prática ditada pelas atividades comerciais.

⏤ Vovô, me disseram que a vida nunca acaba. Isto tem sentido? ⏤ Não procure o sentido, Arthur. Sentido é passado, acabado, perf...

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Entre grafites e pixações, se dividem as paredes e os muros de Coimbra. É possível, no entanto, encontrar um nexo entre os vários grafi...

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Entre grafites e pixações, se dividem as paredes e os muros de Coimbra. É possível, no entanto, encontrar um nexo entre os vários grafites que selecionamos, em algumas descidas pelas ladeiras e escadarias da cidade. De olho no que encontramos escrito, tentamos construir uma narrativa, que oferecemos ao leitor.

Um dos erros que se comete frequentemente, com relação aos textos antigos que envolvem mitologia, é achar que se trata apenas de um t...

mitologia zeus
Um dos erros que se comete frequentemente, com relação aos textos antigos que envolvem mitologia, é achar que se trata apenas de um texto literário ou de uma fábula tola e não verdadeira. É preciso que se repita que, na sua origem, mito é uma narrativa de uma verdade possível naquele instante em que ela, a narrativa, foi criada, em princípio, oralmente. Por outro lado, quanto mais recuado o texto mitológico, mais carregado de um sentido de religiosidade.

Não posso dizer que nunca tive veleidades poéticas. Todos temos, sobretudo quem lida com a palavra e a estuda constantemente através d...

poesia infantil massa modelar
Não posso dizer que nunca tive veleidades poéticas. Todos temos, sobretudo quem lida com a palavra e a estuda constantemente através dos bons autores. Fixei-me, no entanto, no ensino da Literatura e não em produzir Literatura. Afirmo com todas as palavras que não sou poeta, sou apenas um versejador que, à força de ensinar que o poema é para o ouvido e não simplesmente para os olhos, acabei por fazer um livro de epigramas, fruto das minhas leituras de Catulo, Marcial e Gregório de Matos, e outro de poemas infantis para os meus netos, Arthur Ígbà e Clara Lis.

Meu amigo, bom dia! Ontem, você me enviou um vídeo sobre os corpos celestes, de modo que pudéssemos, entre eles, situar a Terra e ...

universo buraco negro
Meu amigo, bom dia! Ontem, você me enviou um vídeo sobre os corpos celestes, de modo que pudéssemos, entre eles, situar a Terra e ver o seu tamanho, relacionando-a com os demais planetas, satélites, asteroides, nebulosas e galáxias. Lembrei-me do que dizia sempre, em sala de aula, sobre a relação entre a grandeza do universo e a do nosso planeta. A estrela mais próxima da Terra é Alpha Centauri, também conhecida como Rigil Kentaurus, encontrando-se à distância de 4,37 anos-luz.

No final de semana passado, entre os dias 19 e 21 de janeiro, Alcione e eu deixamos a vida reclusa nas paredes austeras do vetusto Se...

portugal lisboa turismo dicas viagem monumentos
No final de semana passado, entre os dias 19 e 21 de janeiro, Alcione e eu deixamos a vida reclusa nas paredes austeras do vetusto Seminário Maior da Sagrada Família de Coimbra, e entregamo-nos a uma flânerie por Lisboa. Deixemos claro que foi uma entrega comedida que nem cedeu, nem pairou “acima dos mundanos tectos”, no dizer do poeta do Eu. Aproveitando os belíssimos dias de sol, encontramos amigos e visitamos o que foi possível visitar, numa cidade de tantos encantos. Eu, particularmente, pude reviver o meu último encontro com Lisboa, há 23 anos. Posso afirmar que a “velha cidade” está, ainda mais, “cheia de encanto e beleza”, como apregoa a famosa canção.

Nos corredores do Seminário Maior da Sagrada Família , em Coimbra, encontramos sempre alguns livros dispostos sobre algumas mesinhas, a...

camoes lusiadas jose hermano saraiva
Nos corredores do Seminário Maior da Sagrada Família, em Coimbra, encontramos sempre alguns livros dispostos sobre algumas mesinhas, acompanhadas de cadeiras, às vezes um sofá, próximo a uma grande porta de madeira e vidro, com visão para o pátio e para outras partes externas do Seminário. É um convite à leitura, em um ambiente harmonioso.

Gosto de árvores. Simplesmente gosto de árvores. Seja pelo que elas nos proporcionam, seja pela sua beleza tout court . Fui menino, n...

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Gosto de árvores. Simplesmente gosto de árvores. Seja pelo que elas nos proporcionam, seja pela sua beleza tout court. Fui menino, nascido e criado, entre os jambeiros da Avenida Coremas e as mangueiras da Avenida João Machado, no meu Jaguaribe. Morava na Coremas, a duas casas da Rua Alberto de Brito, e nasci na maternidade Cândida Vargas, maternidade da LBA, na confluência com a João Machado, onde minha mãe, D. Zezé, filha de uma parteira, trabalhava como parteira diplomada.

Uma justiça injusta que, antes de dar início aos ritos processuais, já decidiu pela condenação, não importando a argumentação da defes...

notre dame victor hugo
Uma justiça injusta que, antes de dar início aos ritos processuais, já decidiu pela condenação, não importando a argumentação da defesa, ignorando provas e engrolando uma sentença com juridiquês e latinório suficientes, para confundir e embair o público, tendo em um dos seus maiores representantes alguém que se expressa sempre com voz macia e educada, encobrindo a malignidade que o habita.

Vendo, com Alcione, da janela do nosso quarto, aqui em Coimbra, as brumas do Ano Novo, lembrei-me de que publiquei neste Ambiente de L...

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Vendo, com Alcione, da janela do nosso quarto, aqui em Coimbra, as brumas do Ano Novo, lembrei-me de que publiquei neste Ambiente de Leitura Carlos Romero, um texto intitulado As brumas de dezembro, em que eu me reportava à passagem do que se convencionou chamar “Ano Novo”. Em rápidas palavras, o ano, no primeiro calendário do mundo ocidental, atribuído tradicionalmente a Rômulo, o mítico primeiro rei de Roma, começava em março, acompanhando o ritmo das estações. Como Roma se situa no hemisfério norte, entre os dias 20-22 de março, sob o influxo da Constelação de Peixes, ocorre o início da primavera, a primeira das estações, com o fenômeno conhecido por Equinócio de Primavera.

O poeta Luís Vaz de Camões questiona algumas vezes, em Os Lusíadas , o descaso para com as artes, sendo o epílogo do poema o momento ma...

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O poeta Luís Vaz de Camões questiona algumas vezes, em Os Lusíadas, o descaso para com as artes, sendo o epílogo do poema o momento mais sintético e mais claro desse questionamento, sem as amenizações metafóricas de outras partes. Ao despedir-se o poeta de tão longa narração, ele expressa o seu lamento final, a respeito do fato, dedicando, ainda, 11 estrofes até o fechamento do poema (Canto X, Estrofe 145):

Como ocorre em toda cidade, as ruas de Coimbra têm um nome. Alguns nomes são pitorescos, outros são históricos, outros destinam-se a ho...

ruas coimbra portugal
Como ocorre em toda cidade, as ruas de Coimbra têm um nome. Alguns nomes são pitorescos, outros são históricos, outros destinam-se a homenagear escritores e personalidades; outros, ainda, se referem, especificamente, à localidade que denominam ou a profissões que ali se exerciam. Nada de novo, portanto. A novidade está no fato de que vemos isto com mais frequência e abundância do que no nosso país, sobretudo na parte mais antiga de Coimbra.

Nesta sexta-feira, dia 22 de dezembro, com o Sol em Sagitário, acontece o solstício de inverno, aqui no hemisfério norte, onde me encon...

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Nesta sexta-feira, dia 22 de dezembro, com o Sol em Sagitário, acontece o solstício de inverno, aqui no hemisfério norte, onde me encontro, em Coimbra. É o dia mais curto do ano, no sentido de que haverá mais escuridão do que claridade.

Recebo uma convocação, em forma de uma provocação benfazeja do meu amigo Stelo Queiroga, a partir de uma postagem que ele replicou no ...

oito noite latim
Recebo uma convocação, em forma de uma provocação benfazeja do meu amigo Stelo Queiroga, a partir de uma postagem que ele replicou no Facebook. A publicação chama a atenção para o fato de que poucos teriam percebido que a palavra “noite” é composta da letra “n” mais a palavra “oito”. Segue-se, então, uma lista com “noite”, nas mais conhecidas línguas latinas:

Estamos alojados no Alto do São José, em Coimbra. Lugar estratégico, perto da Universidade, tendo a excelente vizinhança do Seminário M...

universidade coimbra portugal
Estamos alojados no Alto do São José, em Coimbra. Lugar estratégico, perto da Universidade, tendo a excelente vizinhança do Seminário Maior da Sagrada Família e do Jardim Botânico.

A caminhada para a Universidade é tranquila, amena, por nos encontrarmos quase no topo da colina, e já nos sinaliza a preservação da memória. Estamos perto das ruas Camilo Castelo Branco e Alexandre Herculano, grandes escritores do Romantismo português. As placas designativas das ruas são simples e, ao que parece, não diria imperecíveis, mais duráveis do que as que tenho visto no Brasil, produzidas em