Chamava-se Marisa, era casada e não desgostava dessa condição. O que lhe era mais caro na vida, porém, era o seu sentimento de...

traicao decepcao cumplicidade casamento
Chamava-se Marisa, era casada e não desgostava dessa condição. O que lhe era mais caro na vida, porém, era o seu sentimento de liberdade. Costumava comentar com Nébia, a amiga íntima: “Sempre fiz tudo, ou quase tudo, que quis”. A amiga contestava: “Tudo, não. Ninguém pode fazer tudo. E você é uma mulher casada”. Marisa reconhecia: “Claro, claro, sempre respeitei Eustáquio”. A outra: “E não está fazendo nenhum favor. Eustáquio é um homem corretíssimo. Além do mais, adora você”.

Viver através de suas batalhas diárias na busca da sobrevivência é um milagre que muitos conseguem realizar. Dormir ao relento por não ...

sidney poitier cinema medalha obama
Viver através de suas batalhas diárias na busca da sobrevivência é um milagre que muitos conseguem realizar. Dormir ao relento por não ter casa e por ser negro sofrer o descaso de uma sociedade racista e preconceituosa torna mais doída a luta.

Essa é a forma com que algumas pessoas buscam respirar em seus espaços, oferecidos no cardápio de ofertas em vidas mundanas.

Quando retornei ao sítio onde nasci, recentemente, era uma manhã em que as folhas das árvores e as poças de água refletiam os raios ...

Quando retornei ao sítio onde nasci, recentemente, era uma manhã em que as folhas das árvores e as poças de água refletiam os raios do sol e com o barro da estrada grudado na sola dos pés, entrei na casa que me serviu de abrigo desde quando mamãe deu à luz a mim e ali permaneci até aos quinze anos de idade.

Como que flutuando, andei em círculo pela sala e outros cômodos de mesmo piso grosso, desgastado, cimentado há mais de sessenta anos. Na lateral havia uma janela, mas foi tapada e recamada vultosa caliça. As paredes tinham a caliça original. As mesmas vigas de madeira postas sobre a meia parede apoiam as linhas de madeiramento roliças, caibros e ripas sustentam as telhas-vãs que nos protegeram das invernadas e do sol de verão.

Existe uma arte de reter informações, não é fácil lembrar do sonho de ontem à noite. Não é fácil estocar na memória fatos lindos e emoc...

futebol copa 2022 worldcup richarlison qatar catar
Existe uma arte de reter informações, não é fácil lembrar do sonho de ontem à noite. Não é fácil estocar na memória fatos lindos e emocionantes, preferimos destacar os traumas. Que loucura né? Mas o que se viu na estreia do Brasil na Copa, foi a volta do futebol arte. Que essa cena não seja esquecida, ou melhor que o golaço ofertado por Richarlison aos brasileiros seja eternizado.

O garoto joga bonito dentro do campo e nem podemos dizer que “ nasceu uma estrela” pois o jovem já brilha fora dos campos há muito. O pombo é um gigante, não pelos seus 1.84 de altura, raros no futebol, mas pelo seu ativismo social, pois além de campeão olímpico,

O sonho irrealizado compõe também o acervo de nossas vidas”. Esta frase é de Josué Montello, o romancista, e gosto muito dela. Por sua...

O sonho irrealizado compõe também o acervo de nossas vidas”. Esta frase é de Josué Montello, o romancista, e gosto muito dela. Por sua verdade e pela inevitável reflexão a que ela nos conduz. Ao lê-la e ao refletirmos sobre ela, somos levados a fazer um balanço existencial, a conferir o que fizemos e, principalmente, o que não fizemos, o que deixamos de fazer, pelas impossibilidades que as circunstâncias da vida nos impuseram, a despeito de nossos desejos e até de nossos esforços. Sim, os sonhos irrealizados constituem um fato de nossa vida, da vida de todos e de qualquer um, e os fatos, fatos são, realidades que não podemos mudar. Mas ainda assim, como bem disse o escritor maranhense, essas quimeras também fazem parte do nosso currículo secreto, aquele que apresentamos apenas a nós mesmos, pois, em tese, a ninguém mais interessa.

Paraíba, 27 de novembro de 2022

Paraíba, 27 de novembro de 2022

Quando a escritora inglesa Virginia Woolf foi convidada para dar uma palestra sobre As Mulheres e a Ficção, ela sentou-se à margem de ...

literatura feminina mulherio letras
Quando a escritora inglesa Virginia Woolf foi convidada para dar uma palestra sobre As Mulheres e a Ficção, ela sentou-se à margem de um rio e começou a pensar sobre o sentido dessas palavras e observou o rio que refletia o que bem quisesse de céu e ponte, e árvore flamejante. Woolf pensava: “Hoje vi uma mulher… hoje vi um avião… tudo pode acontecer quando a feminilidade tiver deixado de ser uma ocupação protegida… Mas que relação tem tudo isso com o tema… As mulheres e a ficção?”, perguntava ela. Já eu, por esses dias, também pensei sobre as mulheres e suas escritas. Hoje vejo um mulherio de mulheres; uma colcha de retalhos, e o que terá acontecido já que a feminilidade já não é uma ocupação tão protegida assim?

NO AR, O GOL DE VOLEIO Poderia dizer que foi um traçado, ou um desenho que fez no ar, na amplidão de Catar. Não. Foi...

saulo mendonca haicai poesia paraibana
NO AR, O GOL DE VOLEIO
Poderia dizer que foi um traçado, ou um desenho que fez no ar, na amplidão de Catar. Não. Foi só um gol de voleio no ar, numa acrobacia da nave dos pés

No início de agosto de 1896, o jornal “A União” noticiava a nomeação de João Pereira de Castro Pinto como professor da cadeira de Socio...

paraiba castro pinto renuncia liceu paraibano
No início de agosto de 1896, o jornal “A União” noticiava a nomeação de João Pereira de Castro Pinto como professor da cadeira de Sociologia do Liceu Paraibano e a notícia acrescentava que “Similhante nomeação, tendo recahido sobre pessoa muito competente e de tão invejavel talento, como é o dr. Castro Pinto, é digna de todo applauso”. Três dias depois, um grupo de estudantes e integrantes de um clube cultural que tinha o nome de Castro Pinto foram ao Palácio do Governo manifestar ao Presidente do Estado o seu contentamento pela nomeação do novo professor.

De maneira inquestionável ali se constata abandono, invasão e deterioração, desfigurando imagens e representações ainda presentes n...

historia paraiba joao pessoa centro historico adina mera
historia paraiba joao pessoa centro historico adina mera
De maneira inquestionável ali se constata abandono, invasão e deterioração, desfigurando imagens e representações ainda presentes no imaginário de quem a conheceu de perto, em tempos não tão distantes.

Refiro-me a uma dada balaustrada que em tempos passados tinha o condão de mostrar a quem a visitava, ou por lá transitava, a beleza singela que transmitia e a oportunidade de admiração de certo verde infindo, proporcionado pela vastidão da várzea canavieira e franjas de matas ainda compactas que ocupavam terras do Baixo Paraíba que desse local se podiam avistar.

Insubmissão Ancestral Não adianta me calar a boca pois a alma é água, brisa e vento. Não adianta me arrancar os olhos...

poesia paraibana edy justino
Insubmissão Ancestral
Não adianta me calar a boca pois a alma é água, brisa e vento. Não adianta me arrancar os olhos ver, enxergar, expiar e reparar é coisa de dentro. Não adianta me cortar as mãos para meu povo nação sigo sendo quase tudo, de fé e de sentimento. Não adianta me cerrar os pés minha chama viva corre em pensamento. Não adianta me decepar cabeça Outras iguais a minha seguirão Obstinadas a por nós lutar. Não adianta me atear fogo as labaredas que há em nós são salamandras a bailar. O que, de verdade, adianta; seu branco e ex feitor, é o senhor se lembrar, de que vossa conta é alta, e estou aqui para cobrar! Não adianta xingar, nem gritar, nem fingir. Sua hora já passou e a nossa é de Resistir. De falar, olhar, amar, (re)construir, coisa e tal. Hora de Libertar Ecos de Insubmissão Ancestral!
A Nova Uma
Eis-me aqui, plena de melanina. Porque assim me fez quem me criou, o/a criador(a). Alcunharam-me de negra. Propositadamente, criaram um apartheid sócio histórico e cultural, mas sigo irrompendo-o, porque a África de hoje não se cala, fala! Minha voz tem sons de outrora, melodias robustas que acalentam sonhos. Ecos que rasgam a tez do preconceito e abrem caminhos de Liberdade, Igualdade, Equidade e Justiça. Minha vida tem caneta própria de reeditar destinos. Minha história fundamenta-se na “pedra angular” da Ancestralidade. Por isso, no mundo novo que fundo; com palavras, amor e arte, Sou Rainha de mim em toda parte. Sem esperar na janela, Sou a Rainha da Nova Era. E na pátria da existência; que canta, escreve, luta e encanta, e nos palácios onde os meus deixaram egrégoras, Sou a Rainha da Esperança, essa Nova Primavera.
Transmutação Evocativa
À Lugones. Quando uma Mu-lher se cala,... Por "providência" ou fatalidade da existência, é um novo cha-ma-men-to. O universo faz uma nova Con-vo-ca-ção... O grande círculo é (re)feito em volta de uma nova fogueira que, oportunamente, se (re)acende(rá) em algum lugar do u-ni-ver-so. E após a dança, à grande Deusa-Mãe, em um grito u-nís-so-no, reconstitui-se novas vozes a partir daquela que se fez Partícula Universal e multiplicou-se… Isso acontece porque, Voz de Mulher, é Con-vo-ca-ção Ancestral,... É Trans-mu-ta-ção Evocativa: E a carne se fez V-o-z "e habitou entre nós",... E a voz fez-se His-tó-ria e viverá em Nós!
(Des)cabida
Nascida sob o signo do des(cabimento) ratifico que não caibo: nas caixas, malas, nas regras, normas, nos ditames sociais e atemporais da hipocrisia reportadas, nessas, tantas vias: da família da cidade da sociedade da menos valia que, descaradamente, forjam as alegrias das gentes que é maioria da/na nação! Nos amores per(feitos) (des)feitos na maresia do machismo, do racismo, da LGBTQIAPN+ Fobia vigilante senhorial da heteronormatividade que em meu peito, não tem jeito: dói, arde e também não cabe! Descabida como humana, plena, e de querelas, caibo é na vida bela: na imaginação, mas, na fantasia, ilusionada, não quero caber não! Caibo é: na autoria, na alegria na poesia na emoção! Mas, só na vida sem vida é que faço questão e não caibo não, prestimoso, coração! Sou mesmo assim, (des)-ca-bi-da, com ou sem razão, queira você ou NÃO!

Há quem não se dê conta de que um texto, literário ou não, é algo fabricado, urdido, constituído de uma estrutura bem montada. ...

literatura dante divina comedia inferno purgatorio paraiso
Há quem não se dê conta de que um texto, literário ou não, é algo fabricado, urdido, constituído de uma estrutura bem montada. Claro que me refiro aos textos bem escritos, que sugerem, apenas sugerem, ao leitor terem sido escritos com facilidade. Nem sempre. Para um texto parecer fácil, o leitor nem imagina a dificuldade por que passou o escritor para chegar até ali. Por outro lado, sabemos identificar muito bem o texto artificioso e, com mais facilidade ainda, o mal escrito, pela escrita forçada, pela falta de lógica ou de concatenação entre as suas partes. Dizer, portanto, que um texto é uma estrutura, é reconhecer que

      MAIÚSCULAS LETRAS DE MIM Sou maiúsculas letras de mim Num eterno diálogo entre o existir e o ser... EU! Feita ...

literatura poesia paraibana annecy venancio
 
 

 
MAIÚSCULAS LETRAS DE MIM Sou maiúsculas letras de mim Num eterno diálogo entre o existir e o ser... EU! Feita de nãos, porquês e imensuráveis interrogações, Perco-me na distância do dito e o não dito, Do acerto, e do erro, Do direito de ser quem sou: Louca, tempestiva, apaixonada, viva, Exclamação, reticências e vírgulas. Posso deixar-te, meu amor... Depende de como a tua mão repousa em mim. Sou mulher, bebo esse luto. Submissa liberdade de ser quem eu sou,

Esta é a incrível e verdadeira história de Jho Low, um malaio que com menos de 30 anos conseguiu enganar o sistema finance...

Esta é a incrível e verdadeira história de Jho Low, um malaio que com menos de 30 anos conseguiu enganar o sistema financeiro internacional por muito tempo e tornar-se o mais destacado bilionário nas superfestas da mais alta sociedade do mundo. Para que vocês tenham uma pálida ideia de quem era Jho, ele conseguiu ser amigo de infância de Leonardo di Caprio e Paris Hilton em poucos meses, desviou algo em torno de 5 bilhões de dólares, dava festas semanalmente nas boates da moda onde nunca pagou uma conta de menos de um milhão de dólares. Exibia-se em leilões de arte, embora entendesse zero do assunto e chegou a arrematar um único quadro de Basquiat num leilão da Christie’s por 50 milhões de dólares.

Não estranhem. A história aconteceu, assim mesmo, no tempo em que os bichos falavam. Ninguém dava conta de Galileu, a onça. A indiazinh...

quadrinhos perere turma tininim fundao
Não estranhem. A história aconteceu, assim mesmo, no tempo em que os bichos falavam. Ninguém dava conta de Galileu, a onça. A indiazinha Tuiuiú não continha o choro. Seu Nenem Moreira, enquanto isso, desfilava por perto com ares de satisfação mal disfarçados. Observava tudo a sua volta para depois repassar ao compadre Tonico Macedo cada reação daquele grupo onde também estavam o macaco Alan, o coelho Geraldinho e o amigo Moacir. Este último vivia da profissão de carteiro apesar da condição e dos passos lentos de jabuti. Fora ele o portador da notícia do sumiço de Galileu.

Vocês já notaram que a gente não sabe mais como se comportar diante de situações que, até pouco tempo, eram muito simples? ...

discussao politica intolerancia polarizacao
Vocês já notaram que a gente não sabe mais como se comportar diante de situações que, até pouco tempo, eram muito simples?

Por exemplo, quando a gente se interessava por uma pessoa, tipo, ficar a fim de namorar se rolasse um clima (desculpem pela referência a uma situação recentemente indigesta), a gente paquerava, iniciava uma conversa, e, se o "clima" fosse mútuo, o namoro começava. As pessoas próximas traziam as informações de segurança. Namorador, cachaceiro, gente boa, moça de família, complicada e perfeitinha, falada... Essa era a rede social disponível. Agora a gente precisa oficializar o relacionamento para pessoas que nem nos conhecem, os chamados seguidores das redes sociais, e exigir a senha para ver quem está curtindo as fotos dos nossos recém-amores. Controle tipo "o grande irmão". Para quem não sabe o que é isso, vide 1984, de George Orwell.