Tomei gosto pela história da Paraíba, eu ainda bem jovem, logo que saí do gibi. Na biblioteca da minha cidade (Alagoa Nova), os autores preferidos, como no país inteiro, eram Alencar, de O Guarani e Iracema; Castro Alves, de O Navio Negreiro; Macedo, de A Moreninha; e, disputadíssima, a Anthologia Nacional — assim com "th" — que a prefeitura do espírita e intelectual Arlindo Colaço empenhara-se em disponibilizar com o maior número possível de exemplares. A biblioteca era pretensiosa como o seu fundador e sem espaço para o número de “dependentes”. E isso angustiava o prefeito, que aparecia com frequência para conferir a repercussão de sua obra.
“Como um dragão encheste a terra de veneno.
Como trovão, quando ruges sobre o mundo árvores e plantas caem diante de ti.
Tu és a enchente descendo a montanha, ó primeva, deusa da lua, Inanna, do céu e da terra.
Teu fogo explode ao redor e cai sobre a nossa nação.
O mito é elemento fulcral no mundo dos clássicos greco-latinos, e, para adentrar esse espaço, é preciso ser iniciado, a fim de compreender, gradativamente, a ética, os valores, as práticas religiosas, os papeis e os sentidos desse universo múltiplo denominado Antiguidade Clássica.
Era uma menina bem pequena, deveria ter seis anos, quase sete. Ela dormia em um sótão repleto de móveis velhos para consertar. Tinha uma cama, uma cadeira, roupas mais ou menos limpas e as suas — muito poucas — em uma malinha; outras, dependuradas em pregos.
Há vestígios da melancolia entre várias civilizações ao longo das eras. Algumas das mais primitivas descrições a respeito dos estados de alteração do humor podem ser encontradas nas escrituras bíblicas e na mitologia grega — na verdade, em várias mitologias de povos da Antiguidade. A mitologia grega, em especial, rica em personagens, reportava-se à Oizius (Ὀϊζύς), uma daimon (demônio), ou seja, um espírito que personificava a tristeza e a angústia,
É incontestável, entre outras coisas, a cultura literária de Victor Hugo. Quem quer que leia as suas obras notará que as referências literárias são sólidas, não são simples alusões. O Inferno de Dante, assunto a que, oportunamente, retornaremos, é refletido em Os miseráveis de uma maneira que só poderia ter sido feita por quem conhece com profundidade a Commedia. Fazemos essas considerações com a intenção de
Um amigo me contou que o sábio Chico Souto ensinava existirem três coisas que não se pode esconder: dinheiro, tosse e paixão. É uma verdade, principalmente aqui, terra de muro baixo, onde todo mundo sabe da vida dos outros (mesmo não querendo), berço da grande verdade: “Dinheiro na Paraíba deixa mais rastro do que trator de esteira na areia da praia”.
Um dos lugares mais quentes da Parahyba fica no entorno das Serras Caririzeiras. Com seus picos acidentados e irregulares, e os arredores com seus penhascos imensos, grotas profundas, grutas em vales sinuosos e abrigos rochosos compostos por rearranjo de pedras arredondadas, tudo isso compõe uma maravilha geológica fascinante de rochas gigantes formando grupos graníticos que aguentaram bravamente as forças erosivas do tempo. Chuva e vento não foram capazes, em milhares de anos, de erodir completamente esse lugar.
Daniel não me saiu da cabeça a semana inteira. Ele mesmo, o profeta, aquele em cujo benefício Deus cerrou as bocas dos leões de Dario. Diz-se que isso ocorreu na Babilônia, entre 522 a 486 antes de Cristo, por aí assim.
"É admirável o talento da nossa simpática artista amadora Amelinha Theorga, revelado em muitas produções de seu feliz pincel, Antendendo-se ao fato de não ter ela frequentado os institutos dos grandes meios, nem realizado viagens que viessem concorrer para seu aperfeiçoamento artístico."
Vivemos em uma época marcada por transformações tecnológicas aceleradas, hiperexposição a estímulos, intensificação das dinâmicas produtivas e fragilização dos vínculos comunitários. Esses processos produzem um modo de existência no qual a sensibilidade — entendida como capacidade de perceber, afetar-se e responder eticamente ao mundo — sofre um visível apequenamento.
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Reconstruir a sensibilidade significa reinstaurar a potência do sentir, reeducar a percepção do olhar e reaproximar o sujeito de si, do outro e da realidade. Trata-se, portanto, de uma atitude que envolve não apenas dimensões individuais, mas também institucionais e civilizatórias. A reconstrução da sensibilidade é uma resposta necessária aos processos de desumanização que atravessam a modernidade. Ela exige reaprender a sentir, reaprender a ver e reaprender a ouvir para manter a dignidade de todos.
É o desempenho contínuo, dinâmico e permanente de atos de valor. A vida em expansão é algo que improvisamos continuamente, que construímos a cada momento. Ao fazê-lo, nossa alma amadurece.
Nos últimos anos, a saúde mental ganhou destaque nas pautas sociais e científicas, revelando uma realidade que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. A depressão e a crise de ansiedade, doenças que antes eram cercadas de estigmas e tabus, agora emergem como questões urgentes, demandando atenção e empatia.
Sempre fui intrigada com os ventos: se seriam mensageiros, portadores de segredos, ou atrevidos a me bagunçar o cabelo e arrepiar minha pele. São, sim, indomáveis para cruzar o mundo, dançar entre folhas, dobrar árvores e gramas.
A criatura em questão era o Zé da Gata. O apelido “da Gata” veio da corruptela de um sobrenome que julgo prudente não revelar. O cenário é a hoje tão decantada “Maravilha do Alto da Serra”, meu torrão natal, a acolhedora Campos do Jordão. O ocorrido foi na metade da década de 1950 do século passado e se passou, mais precisamente, onde funcionavam o Ginásio e a Escola Normal.
O vocábulo "onde" se consolidou como um dos grandes pontos de interrogação na gramática de muitos falantes e escritores da língua portuguesa. Embora seja uma palavra pequena, seu uso inadequado é tão disseminado que, muitas vezes, passamos por ele sem notar a imprecisão que carrega. O problema fundamental reside na confusão entre a função estrita de "onde", que é indicar lugar físico ou localização espacial, e sua aplicação indevida em contextos temporais, conceituais ou abstratos.