Tomei gosto pela história da Paraíba, eu ainda bem jovem, logo que saí do gibi. Na biblioteca da minha cidade (Alagoa Nova), os autores preferidos, como no país inteiro, eram Alencar, de O Guarani e Iracema; Castro Alves, de O Navio Negreiro; Macedo, de A Moreninha; e, disputadíssima, a Anthologia Nacional — assim com "th" — que a prefeitura do espírita e intelectual Arlindo Colaço empenhara-se em disponibilizar com o maior número possível de exemplares. A biblioteca era pretensiosa como o seu fundador e sem espaço para o número de “dependentes”. E isso angustiava o prefeito, que aparecia com frequência para conferir a repercussão de sua obra.
Subi até o Ponto de Cem Réis e, num dos antigos pavilhões que abrigava a conversa bem vestida e falante, comecei a aprender fora do livro, a me situar nas particularidades da terra. Chovia muito, e um senhor de rosto largo e cabelos soltos, pontificando num dos pavilhões da praça, saiu-se com esta, a propósito da invernada:
“Não há chuva que não escorra rápido nesta cidade. Deve-se isto a Martim Leitão, que soube escolher o monte, a colina entre o rio e o mar. A tempestade que cair tem por onde escorrer.”
Leon Clerot Ag. Senado
Com Linduarte Noronha, Balduino Leles e Deusdedit, cedo fiz coro em reclamar do interesse público e oficial por um museu à altura da nossa história. História a que me liguei (repito) a partir do livrinho do doutor Tavares.
Precisamos de 70 anos para que a Paraíba se capacitasse a instalar seu museu, por sorte, muita sorte, entre lajes e paredes erguidas no início da cidade — convento, palácio e museu.
Mesmo de séculos, há demoras que valem a pena.
























