E i s aí uma indagação que mexe com a nossa curiosidade. Sim, qual é a última, trazida pelo jornal, pela televisão, pelo rádio ou Internet? ...

Sabe da última?


Eis aí uma indagação que mexe com a nossa curiosidade. Sim, qual é a última, trazida pelo jornal, pela televisão, pelo rádio ou Internet? E foi com essa pergunta que ela, muito simpática, elegante e de excelente bom humor, foi dizendo para a gente, num encontro casual, lá no Shopping Manaíra, há alguns anos.
Diante de nossa negativa, ela foi logo dizendo: “Sabe da última” é o título do livro que estou escrevendo e que publicarei em breve.
Confesso que fiquei com água na boca, isto é, com um acentuado apetite para a leitura do livro de minha amiga, uma mulher inteligentíssima, muito bem humorada, como já disse, (aliás, humor é o tempero da sabedoria) e que tinha muito o que contar da vida. Personalidade forte, bastante viajada, ela sabia ver o espetáculo da vida como ninguém. Seu pai, era para ela um ídolo. Não só o admirava. Mais do que isto, venerava-o. Não me esqueço daquela manhã, em que foi prestada uma homenagem ao igualmente bem humorado magistrado, quando ela fez a saudação ao velho. Melhor perfil não era possível fazer daquele homem bonachão, sempre alegre, sempre sorrindo da vida e dos homens. Ela o amava, assim como o compreendia. Ambos se identificavam. Ele era ela, e ela era ele.
Escritora, boa cronista, vez por outra nos brindava com um texto, nos jornais. E lembro que, certa vez, eu lhe disse: “esta menina precisa escrever um livro. Tem talento e bagagem para isso”.
Aquela pergunta que ela nos fez, não me sai da cabeça “Sabe da última?”
Passou-se o tempo, até que, numa manhã, alguém me telefona, perguntando: “Sabe da última?”. Pergunta que muito me entristeceu. “Sua amiga, a quem você tanto admirava, não está mais neste mundo”...
Decerto, a amiga Sílvia Rique está num bom lugar pelas amizades que fez, pelo exemplo que deu na vida, pela inteligência e simpatia, que exalavam de sua personalidade, e, sobretudo, pela coragem de ser ela mesma. Inteligente no falar, no olhar, sabendo ficar sempre acima da mesquinhez humana.
“Sabe da última? Que belo título para um livro... Porque, pensando bem, a vida nos leva sempre a uma constante interrogação.

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