Beijo de metal Da faca que divide a tarde da noite que ilumina a lâmina e corta o Sol quero o toque da navalha na face em um beijo de ...

Poemas da tarde

jornalista clovis roberto

Beijo de metal

Da faca que divide a tarde da noite
que ilumina a lâmina e corta o Sol
quero o toque da navalha na face
em um beijo de metal, com língua de sal

enquanto sinto pequenas nuvens

em ventos se aproximam vindo do litoral
veículos onde escrevem versos multicores
desenhos raros, borrões, boreal

é um fim de algo, entardecer
e mesmo começo, recomeço, um revival
a respiração está ainda perto, aqui bem
quase uma canção, sem despir a ida, a vida

e quando o fio chega, faz-se presente
cercado em um beco, em distância abissal
persiste na negativa, insiste o impossível
segue a luz, rumo de serpente, bem e mal

* musicado por Gabriella Grisi


Equilibrista

No alto vive em desacordo
diante de olhos acordados
talvez semicerrados
fixos no som dos acordes vindouros
existência por um fio, por um arroubo
equilibrista no passo sem frevo
- num sono, um sonho, sem acordo
Tensão máxima... a corda, acorda, o tombo


Clóvis Roberto é jornalista e cronista

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