A mãe, nenê no ninho, olha, no espelho – com muito carinho – a bela boca nada neutra, pronta pr´outra. quem não vê, numa fábula de Esop...

Vida Aberta, à final

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A mãe, nenê no ninho, olha, no espelho – com muito carinho – a bela boca nada neutra, pronta pr´outra.

quem não vê, numa fábula de Esopo, a versão... virtual.. de um filme de animação?

Gosto do pessoal da Bauhaus que, pondo de lado o sagrado – do Cristo, Virgem, Vênus ou Marte – fez, de pentes e jarras, Arte.

Se o que leio me bastasse, não escreveria. Por que o faria?

Se o que leio me bastasse, não escreveria. Por que o faria?

por menos que me discrimine, vejo-me Hamlet, que se define machine.

fadados ... a cemitérios e arrotos, prisões e hospitais, ... horrores bestiais ... e esgotos,

... vamos ... sempre... chegar, pra compensar qualquer crime, ao... sublime.
Puxo o que talvez até possa, OK, ser a carruagem de um rei, mas não deixa de ser carroça.

Terás, algum dia, aristocrata, borboleta de verdade de gravata? Aí quem sabe se cancele, na tua sala, a cabeça do antílope morto à bala, e surja, ali, um Botticelli!

Sei que não há, por exemplo, na Natureza, Justiça como a entendemos e ( se previna ), nem — como você aprendeu num templo — a... Divina. A mim me fascina... não ser de Tupã o trovão, e que a ira tenha outro nome: fome, na onça, lobo e leão.


* Excertos do livro Vida Aberta, Ed. Penalux, 2019, classificado como finalista no Prêmio Jabuti 2019 / categoria Poesia


W. J. Solha é dramaturgo, artista plástico e poeta

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