E eis o gatilho!! As últimas chuvas, no Cariri, acenderam minhas lembranças e instigaram minha alma... O brilhante escritor José Amér...

Museu imaginário & memórias afetivas

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E eis o gatilho!! As últimas chuvas, no Cariri, acenderam minhas lembranças e instigaram minha alma...

O brilhante escritor José Américo de Almeida, minha inspiração como grande autor de frases impactantes, desperta minhas memórias afetivas e o meu particular museu imaginário, num processo de maturidade, que acessa as boas reminiscências. Cada frase de efeito reverbera na minha alma. "O que tem de acontecer tem muita força". Essa é uma das minhas preferidas.

E eis que, depois de uma longa pausa de seca, Deus mudou o panorama e enviou as recentes chuvas.

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Cariri (Paraíba) Ubiratan Farias
Benditas águas que encheram os dois açudes (açudão e açudinho) e o lajedo do meu amado Navalha (fazenda dos meus avós paternos). Lá, naquele pedaço do Cariri paraibano, os açudes sangraram e viraram mar.

Por descendência, já fui proprietária de uma fatia da terra um dia. Hoje, não sou mais dona física, mas o Navalha será sempre meu, estará sempre dentro de mim, de minhas memórias afetivas e imaginário de todas as épocas de minha trajetória. E o melhor, terei acesso para desfrutar daquele local, na hora que quiser, por permissão de meus tios Euclides e Socorro, e hoje, de seus filhos e atuais proprietários.

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Ubiratan Farias
Quando recebi as imagens do meu primo, @ubiratanfarias , voltei à minha infância, por volta dos cinco anos, e tive vontade de repetir as cenas de outrora: sentir o friozinho daquelas águas, tomando banho "de cuia", ministrados por minha mãe, ou deslizar nos lajedos, com tanques naturais, e receber as águas cristalinas, num declive, semelhante a uma mini-cachoeira.

Nos intervalos ia recolher seixos (sempre gostei de pedras). Quando chegava na casa grande bebia aquela água fria, coada e conservada num pote de barro. A lembrança desperta tanto, ao ponto de sentir agora o gostinho único.

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Ubiratan Farias
Correr ou andar pelos baldes também era uma atração ímpar. De um lado, água; do outro, abismo, plantações inerentes da região e o cheirinho da relva. Antes de chegar à casa, passar um tempinho embaixo da árvore símbolo da família, imponente até hoje: a baraúna.

Como filha caçula temporã não vivi tantos bons momentos quanto minhas irmãs e primas mais velhas, que alcançaram ainda a vivência com meus avós. No entanto, conheço fatos e histórias interessantes, de um tempo que não vivi, mas que minha irmã Socorro e minha prima Cidinha narram, ao ponto de aguçar e me senti "protagonista-assistente", daquelas felizes reminiscências.

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Ubiratan Farias Ubiratan Farias
Enfim, nesta trajetória terrestre, o Navalha será sempre meu, nosso. Ainda, se porventura, quando toda esta geração partir, vier parar em mãos de terceiros, não morrerão a energia, as histórias vividas e o amor dos Pereira de Farias ali fincados. Como diz minha prima Elvira, com sua licença reproduzo o seu depoimento, descrito em bate-papos: "Eu tive o privilégio de nascer e crescer lá (Navalha), então tudo tem um significado enorme naquele lugar. Tenho quase trinta anos fora, vivendo em vários estados diferentes, mas levo no meu coração tudo que vivi e aprendi lá, como você. Os Pereira de Farias são muito amorosos e protetores e isso não tem preço". Concordo, prima. "Amorosos e protetores". Assim eram meu Pai, irmãos e única irmã.

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Ubiratan Farias
Aproveitando a oportunidade, me considero muito privilegiada, porque sou e fui muito amada por todos os tios e tias, irmãos e irmãs dos meus amados, amorosos e protetores Pai e Mãe.

Em nome do que preconiza a Constelação Familiar: Gratidão, honra e reverência 🙏🙏 a todos vocês, amados ancentrais Pereira de Farias e Soares Batista.

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