História e literatura estão assim de casais: Marco Antônio e Cleópatra, Bonnie e Clayde, Tristão e Isolda, Dom Quixote e Dulcineia, Sc...

Ele & Ela

ivan proenca amor romance
História e literatura estão assim de casais: Marco Antônio e Cleópatra, Bonnie e Clayde, Tristão e Isolda, Dom Quixote e Dulcineia, Scott e Zelda Fitzgerald. Isso sem contar o mais famoso de todos: Romeu e Julieta. E haja casal! Uma lista longa e quase interminável. Vamos ficar só nesses e mais num outro que aparecerá adiante.

Acontece que a relação entre esses pares de linhas atrás nunca foi coisa fácil. Alguém levava um sonoro pontapé no traseiro, a relação podia só ser fruto de uma imaginação prodigiosa ou o chamego abarrotado de contratempos terminava em tragédia, Pois, vejam:

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Júlio César e Cleópatra (filme)
Silver Screen
Cleópatra, lá no Egito, deu um “chega pra lá” em Marco Antônio e quis ficar com Otávio. Este já derrotara o maridão da vez, o infeliz Marco Antônio, que depois de ganhar aquele ornamento bovino no cocuruto resolveu suicidar assim que levou uma pisa na batalha de Áccio. A rainha egípcia era uma danada. Já ficara com Júlio César, mas não teve chance com aquele que mais tarde mudaria o nome de Otávio para Augusto. Preterida, Cleópatra deixou-se morder num dos seios por uma víbora e deve ter ido morar embaixo de alguma pirâmide devidamente embalsamada e enrolada em ataduras. Vamos adiante.

Os bonitões Bonnie e Clyde, apaixonadíssimos um pelo outro, assaltaram bancos e tocaram o maior terror na região central dos Estados Unidos durante os anos da grande depressão. Morreram novinhos, ele com 25 e ela com 23. E em que circunstâncias foram falar com Deus, no mesmo dia e hora? Viviam driblando a polícia, até que um dia não houve jeito, o pessoal da lei armou uma emboscada e foi um tal de cano de metralhadora cuspir chumbo no par de atrevidos que não houve como escaparem naquele 23 de maio de 1 934. Receberam, como diz o título de filme que conta a história deles, uma “rajada de balas” e ficaram tão cheios de furos pelo corpo que nem dava para contar quantos tiros receberam.

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Tristão e Isolda
Rogelio Egusquiza
Agora a história de Tristão, um garboso e valente cavaleiro de um reino chamado Cornualha (que nome para se batizar um reino, hein!?) e de uma princesa, Isolda, que ele fora buscar na Irlanda para ela se casar com o tio dele. No caminho, trazendo Isolda, ele bebe uma poção mágica e se apaixona pela loura estonteante que escoltava. Banido do reino, casa-se com outra, mas não desanima e, em suas aventuras é ferido por uma lança. Moribundo, a esposa o engana dizendo que Isolda nunca viria visitá-lo. E esta, Isolda, ao chegar já o encontra morto e também morre, só que de tristeza.

Outro casal que não deu certo foi o que resultou da “união” do engenhoso fidalgo Dom Quixote e sua paixão Dulcineia de Toboso que tinha a melhor mão para salgar porcos que qualquer outra mulher de toda a Mancha. Paixão meramente imaginária, claro que não ia dar certo. O fidalgo, ao invés da amada, só conseguia ver uma camponesa desengonçada, vítima de um encantamento, e durante toda a sua aventura não consegue quebrar o feitiço. Então. nada da Dulcineia que idealizara. Não foi propriamente uma tragédia, mas uma desventura. Não me lembro muito bem, mas acho que foi assim.

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Scott e Zelda Fitzgerald
@zelda.fitzgerald
Já Scott e Zelda, ele escritor e ela quase, formaram um par endiabrado nas primeiras décadas do século passado. Viveram uma relação conturbada e glamorosa, ela muito exibida dançava sobre as mesas em reuniões sociais ou nadava nua em público. Ele tomava todas e morreu precocemente. Ela partiu dessa para aquela dita como melhor (eu não garanto isso) uns anos depois, queimada, numa casa de saúde que se incendiara quando ali estivera internada. A correspondência entre ambos depois do rompimento revela que viveram uma paixão intensa e alucinante. De índoles diferentes, não era para terminar bem.

De Romeu e Julieta, nem é preciso dizer, quase todo mundo sabe da tragédia. Os dois adolescentes tiveram de morrer para que a paz se estabelecesse entre os Montechios e os Capuletos.

Bem chega de mortes e desventuras. Pois não é que recentemente a literatura me apresentou ao vivo e a cores, um casal que caminha ao largo desses estereótipos, não vive dessas intemperanças da alma, caminha sim, pelas veredas da benquerença quando a paixão vai se abrandando e dando lugar àquela relação madura, capaz de navegar em céu de brigadeiro ou em mar de almirante. Tem gente que chama isso de amor. Eu desconfio que seja isso mesmo. Ela ainda umedece os olhos quando houve a canção que elegeram como favorita”: Isto não pode ser mais do que uma canção Queria que fosse uma declaração de amor”.

É bonito ver o cuidado e a admiração recíproca, essa manifestação branda e terna que floresce na maturidade. Pois meninos eu vi, e quem sabe, no futuro a literatura conceda umas páginas aos Proenças, Isis e Ivan. Então sim, teremos como enredo uma doce história de amor, diferente das que contei aqui, e daquelas que os livros costumam trazer.

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