Estudo realizado pela Lies University desenvolveu uma equação matemática demonstrando que quanto pior o hálito de alguém maior será a necessidade de aproximação que ele sente para falar com os circunstantes. Se os queridos leitores escaparam até hoje dessa verdadeira provação, provavelmente passaram pela terrível experiência de viajar por várias horas num ônibus ou avião bem apertado ao lado de alguém que não prima muito pela higiene corporal, se é que me entendem. Há quem pense ser esse um problema menor.
Adriaen Brouwer
Os odores corporais são, sim, problema que envolve desde tecnologia, psicologia e até sensibilidade.
Começo pelo mais simples; a transpiração pelas axilas, que o vulgo teima em denominar sovaqueira. Neste caso é fácil identificar quando o pobre coitado que exala essa essência tem consciência do problema. É daqueles que aqui e acolá faz de conta que está limpando o nariz na manga da camisa bem juntinho da “origem do problema” e discretamente confere a situação. Sendo pessoa de sensibilidade haja vista ter demonstrado que se preocupa com o bem estar dos circunstantes, não é de se crer que esteja satisfeito com aqueles desodorantes que prometem 24 horas de proteção. Aí já temos razão, sensibilidade e tecnologia. A psicologia surge quando procuramos uma maneira de avisar ao fulano que ele tem mau hálito ou chulé. Pior ainda, como no caso de uma moça que um dia comecei a namorar e era dotada desse predicado. Juro, por covardia preferi sacrificar o amor ao constrangimento de tocar no assunto. Teria sido feliz com ela, OU NÃO? Nem o professor Zarthur saberia dizer.
Gustave Doré
Há um último odor que aqui não tratarei por respeito aos leitores, mas cujo constrangimento coletivo é cruel. Se silencioso traz uma dúvida terrível nos circunstantes sobre o autor; se sonoro transfere o constrangimento para o solista. Há mesmo o caso de um galanteador amigo nosso que assumiu aquele momento pela namorada e para provar tentou imitar o som, só que... deixa pra lá.