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O presidente Jair Bolsonaro deveria seguir a maioria que já passou pela sua cadeira: pensar e cuidar do geral, cuidar de todos, e deixar ...

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O presidente Jair Bolsonaro deveria seguir a maioria que já passou pela sua cadeira: pensar e cuidar do geral, cuidar de todos, e deixar a gestão dos ministérios com os seus ministros. O que os ministros devem saber em particular resulta no saber do presidente. É lição da República de 1903, com Rodrigues Alves deixando a varíola, a bubônica, o cólera, a febre amarela com quem entendia disso. Fosse ele interferir no que não lhe competia não teria realizado um dos mais lembrados governos da República, vitorioso na campanha sanitária que impôs ao Rio, na urbanização da cidade de cortiços

Dou com Tristão de Ataíde em confissão de grande dívida para com a influência de Chesterton. Como sou grato a Tristão, desde muito, pelo...

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Dou com Tristão de Ataíde em confissão de grande dívida para com a influência de Chesterton. Como sou grato a Tristão, desde muito, pelos fundamentos e segredos que os cristais do seu ensaio traziam à rudeza de minha percepção , ponho-me agora a correr atrás de Chesterton. Impressionou-me a veemência da confissão. Como poderei bicar esse escritor e pensador de tamanha influência?

Octacílio de Queiroz cultivava e sabia muitas vezes mais do que pôde ou conseguiu escrever. Tive a fortuna do seu convívio de homem exempl...

Octacílio de Queiroz cultivava e sabia muitas vezes mais do que pôde ou conseguiu escrever. Tive a fortuna do seu convívio de homem exemplar e intelectual ativista, influente e participativo a partir de sua passagem pela direção de A União, no governo de Pedro Gondim. Gritava ordenando ou simplesmente conversando, até mesmo lendo e escrevendo. Não se empolgava calado. Deu um urro sozinho no gabinete, corri a ver o que era e era ele lendo Gilberto Amado a descrever a passagem de Carlos Dias Fernandes, de tamanco, chapéu de abas largas, uma sacola de compras na mão, atravessando airoso a calçada do Café Lafaiete no Recife. Não sabia segurar as emoções. Nem transigir nos seus códigos ou princípios. Fiquei lhe devendo até hoje, passados sessenta anos.

Num shopping sem muito alvoroço, facilitando o olhar para o que resta do Cabo Branco, permaneci umas duas horas num luxo cintilante de p...

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Num shopping sem muito alvoroço, facilitando o olhar para o que resta do Cabo Branco, permaneci umas duas horas num luxo cintilante de pavimento ocupado por consultórios médicos. Acabara de me desligar, em casa, do noticiário assustador exposto pela tragédia das enfermarias e UTIs em que o país se debate.

Em vez de pensar a morte nos lembremos da vida. E em seu início…

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Em vez de pensar a morte nos lembremos da vida. E em seu início…

“Lesse Paiva , hoje?!” – Seria Martinho Moreira Franco chamando de manhã para a crônica das quartas de Luiz Augusto de Paiva, no nosso ...

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“Lesse Paiva, hoje?!” – Seria Martinho Moreira Franco chamando de manhã para a crônica das quartas de Luiz Augusto de Paiva, no nosso jornal. Com qualquer um que acertasse ele fazia isto. Um lesse espontâneo, sem satisfação à gramática, ele a quem se confiava a mais segura revisão final de textos. Esse “ lesse hoje?” a deixar na saudade o tutear gramatical do decano dos decanos , Celso Mariz, único das minhas antigas e novas amizades a falar no modo certo sem sair do coloquial: “Leste quem, neste Carnaval?” Pergunta antiga em seu modom ortodoxo. Mas ficava bem, nele. Cumpria a rigidez dos tempos e dos modos sem a gente dar por ela. Só dávamos por sua simpatia com todos, com os da rua e os do seu clube, inspirando-me o desejo de usar chapéu só para o cumprimentar.

No cenário aflitivo enfrentado por todos os prefeitos e governadores mais próximos das tensões vividas por todos e do luto de milhões de...

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No cenário aflitivo enfrentado por todos os prefeitos e governadores mais próximos das tensões vividas por todos e do luto de milhões de famílias, e bem mais próximos dos heróis da Saúde como essa enfermeira, Edna Araujo, que A União entrevistou em pleno trabalho, assaltou-me a memória a leitura de um livro polêmico de Allyrio Wanderley, “As bases do separatismo”, escrito na ditadura de Vargas.

Fiquei parado, medindo cada palavra, cada gesto, a apreensão do olhar no apelo que o governador João Azevedo fez para as pessoas se cuida...

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Fiquei parado, medindo cada palavra, cada gesto, a apreensão do olhar no apelo que o governador João Azevedo fez para as pessoas se cuidarem.

A gente de origem urbana não sabe nem nunca saberá quão valioso é o privilégio de se conseguir e chegar a possuir, saindo da parede de no...

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A gente de origem urbana não sabe nem nunca saberá quão valioso é o privilégio de se conseguir e chegar a possuir, saindo da parede de nossa casa, uma torneira qualquer de metal ou de plástico.

Otinaldo não somente liderou como impôs a presença do rádio político entre os ouvintes de todas as classes aonde chegasse a sua Arapuan. ...

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Otinaldo não somente liderou como impôs a presença do rádio político entre os ouvintes de todas as classes aonde chegasse a sua Arapuan. A Tabajara de grandes estrelas e espetáculos não fazia esse gênero. Tive a percepção clara disso na eleição de outubro de 1965, Agripino versus Rui dependendo das urnas finais de Piancó. Nenhum deles chegava a dois mil votos de frente. E a cidade inteira e suas vizinhanças ligadas na bolinha de cristal de Otinaldo, mesmo se sabendo das suas simpatias e as da família pelo doutor Rui.

Sobre Martinho, quem tocou fundo aqui na corda ou nervo mais sensível foi Ana Adelaide Peixoto ao lembrar “a imagem daquele homem enorme, ...

Sobre Martinho, quem tocou fundo aqui na corda ou nervo mais sensível foi Ana Adelaide Peixoto ao lembrar “a imagem daquele homem enorme, aos prantos e aos frangalhos no velório, e com três filhos pequenos para criar. Chorei junto!”. E cravou-a para sempre.

Eu também, amiga. E foi a imagem desse homem enorme que me reteve, sábado passado, para não ir, de vontade própria, vê-lo inerme num caixão, de mãos cruzadas no peito sem ter sido ele quem as tivesse cruzado. E com flores que nunca pediu nem desejou.

O Dr. Arnaldo Tavares, dermatologista, professor fundador da Faculdade de Medicina da Paraíba, morreu há 28 anos, tempo bastante para...

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O Dr. Arnaldo Tavares, dermatologista, professor fundador da Faculdade de Medicina da Paraíba, morreu há 28 anos, tempo bastante para vertiginosas transformações no comportamento e na vida de todos os povos. Uma delas: no seu tempo o sujeito ou objeto mais direto e principal do exame médico era o doente, a pessoa do doente e o seu físico, a apuração anamnésica, vindo depois os exames, a prioridade de hoje.

Dou com a televisão propagando o amanho de uma família de pequenos agricultores, creio que dos nossos tabuleiros mais próximos, empenhada n...

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Dou com a televisão propagando o amanho de uma família de pequenos agricultores, creio que dos nossos tabuleiros mais próximos, empenhada no cultivo da mangaba. E me ocorre uma lembrança com tudo para ser exagero: a nervosa euforia de Ari Cunha, calmo e veterano editor do Correio Brasiliense dos anos 70, vindo atrás das mangabas de feira que ele papava direto do balaio, sem afrouxar a gravata, instantes depois de deixar a pista do aeroporto Castro Pinto.

Não é fácil tirar os olhos de Manaus. Já ficou muito mais distante, quando Chico Avelino, meu avô, saiu de burra do Riachão entre Areia e ...

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Não é fácil tirar os olhos de Manaus. Já ficou muito mais distante, quando Chico Avelino, meu avô, saiu de burra do Riachão entre Areia e Alagoa Nova até alcançar a Serra do Cuité, e de lá juntar-se aos cearenses da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do próprio Ceará para se afundarem ou se afogarem nas águas e seringais ilusórios do Amazonas.

Nesse tempo, o que fosse do Norte era cearense. “Baiano” e “paraíba” vieram bem depois. O Ceará, da primeira academia de letras, de onde saiu o primeiro romance da seca, emplacava toda a região que, nas primeiras décadas do século XX, passou a se chamar Nordeste. Depois de 1922, já sob a onda da revolução modernista, ainda eram do Norte os que ousaram se estabelecer por conta própria, como José Américo. “São os do Norte que vêm!” - gritaram do Rio e de São Paulo.

Manaus sentada às margens do Rio Negro, respirando o ar da maior floresta do mundo e morrendo por falta de oxigênio. Acabaram os supriment...

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Manaus sentada às margens do Rio Negro, respirando o ar da maior floresta do mundo e morrendo por falta de oxigênio. Acabaram os suprimentos, remediados com urgência urgentíssima dos estoques vizinhos e dos que a cidade de São Paulo pôde mandar de avião. O intérprete da opinião da Globo, William Bonner, atinge o patético. Quatrocentas ou quinhentas pessoas estão pelos corredores sem ar e sem mais esperança de atendimento.

Flávio Ramalho de Brito envia-me crônica de 45 anos atrás, lembrança do que senti com a morte de Raiff Ramalho, seu tio, que faria 100 nes...

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Flávio Ramalho de Brito envia-me crônica de 45 anos atrás, lembrança do que senti com a morte de Raiff Ramalho, seu tio, que faria 100 nesse 10 de janeiro. Por Raiff e por mim mesmo, peço ao leitor aceitá-la como matéria de hoje, com o mínimo de supressões:

Coube ao governo do professor Tarcísio Burity dirigir as exéquias do 10 de março de 1980, quando a cidade se deu conta do que acabara d...

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Coube ao governo do professor Tarcísio Burity dirigir as exéquias do 10 de março de 1980, quando a cidade se deu conta do que acabara de ouvir pelo rádio, cedo da manhã, nas últimas palavras de um mito vivo, internado na antevéspera, José Américo, encerrando o discurso de toda uma vida: “Tudo.......consumado”.

Imitação é imitação. À entrada do ano que findou, o fatídico 2020, assisti de uma varanda alta, 16º ou 17º andar, suficiente para descorti...

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Imitação é imitação. À entrada do ano que findou, o fatídico 2020, assisti de uma varanda alta, 16º ou 17º andar, suficiente para descortinar a girândola concentrada à beira-mar, desde a estátua do Almirante à ponta do Cabo Branco.

A pretexto do Natal de luzes falsas, mais de venda que de louvor, sem que se apresente em tempo o ouro dos paus d’arco nem o fervor amoro...

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A pretexto do Natal de luzes falsas, mais de venda que de louvor, sem que se apresente em tempo o ouro dos paus d’arco nem o fervor amoroso dos abraços (comentávamos isso), José Octávio de Arruda Melo telefona para acrescentar o luto dos visionários com a morte de Balduíno Lélis.

Fica longe e faz muito tempo. Não me lembro, portanto, quem tenha me animado a pegar o giz e sair garatujando em portas e janelas a alegri...

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Fica longe e faz muito tempo. Não me lembro, portanto, quem tenha me animado a pegar o giz e sair garatujando em portas e janelas a alegria do Natal e novo ano.