O eventual leitor (ou leitora) poderá, com toda razão, indagar o que têm a ver Van Gogh e Vermeer com sopa de tomate. Explico. É que te...

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O eventual leitor (ou leitora) poderá, com toda razão, indagar o que têm a ver Van Gogh e Vermeer com sopa de tomate. Explico. É que telas famosas de ambos os pintores, grandes nomes da arte universal, foram recentemente atingidas, em diferentes museus do mundo, por sopa de tomate lançada por ativistas que protestavam contra danos ao meio ambiente. Como se vê, dois artistas distintos, dois grupos de ativistas diversos, um mesmo meio de agressão (a sopa de tomate) e um mesmo motivo (o protesto a favor do ambiente). Aqui, vamos tentar analisá-los conjuntamente,

Sento diante do tablet , olho para ele como se nada percebesse, nem mesmo a importância dele para mim naquele exato momento. As ocorrê...

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Sento diante do tablet, olho para ele como se nada percebesse, nem mesmo a importância dele para mim naquele exato momento. As ocorrências desastrosas, me referindo apenas às mais recentes, nas quais estamos inseridos, deveriam ou poderiam passar com menor intensidade em nossas mentes neste mundo abjeto comandado pela força bruta.

Sentada em um banco da rua Sete, vejo a brisa fria do outono desfolhar os dentes-de-leão no gramado. A luz incendeia as folhas das árvo...

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Sentada em um banco da rua Sete, vejo a brisa fria do outono desfolhar os dentes-de-leão no gramado. A luz incendeia as folhas das árvores. É uma tarde esplêndida, indiferente ao rugido de inquietação que ecoa pelas esquinas do mundo.

Tomo o caule do dente-de-leão entre os dedos e o examino, sem arrancar. Tão frágil. Qualquer sopro pode desfazer o elaborado desenho.

Na noite do dia 28 de dezembro de 1943, estreava no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro “Vestido de Noiva”, peça escrita pelo j...

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Na noite do dia 28 de dezembro de 1943, estreava no palco do Teatro Municipal do Rio de Janeiro “Vestido de Noiva”, peça escrita pelo jornalista e teatrólogo pernambucano Nelson Rodrigues. “Vestido de Noiva” se constituiu em um marco na modernização do teatro brasileiro. Três fatores contribuíram para o enorme êxito da peça: o revolucionário texto de Nelson Rodrigues, a inovadora direção de Ziembinski — um jovem polonês que havia chegado dois anos antes ao Brasil fugindo da guerra - e o suporte de uma criativa cenografia que contemplava os três níveis da ação, a alucinação, a memória e a realidade. Para o crítico Álvaro Lins, o cenógrafo do espetáculo “desenhando os cenários e construindo a arquitetura cênica – com bom gosto e uma penetração psicológica à altura da peça” poderia ser considerado uma espécie de coautor de “Vestido de Noiva”.

Pelos finais do século XIX, há um bom tempo a franco filia se espalhara pelo mundo levando sua influencia e reverberando daquela pro...

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Pelos finais do século XIX, há um bom tempo a franco filia se espalhara pelo mundo levando sua influencia e reverberando daquela proeminência cultural (afinal tinha-se ali na pós Gália Cisalpina, o próprio berço da Europa central) constantemente revalidada por pontos diversos da atividade intelectual, como ciência, matemática, artes e literatura, sem falar nas suas recentes diversificações pelos rumos da moda e das estéticas corporais, com ênfase no desenvolvimento da indústria de cosméticos e produtos de beleza.

Árvore morta Desnudo galho dependurado Pedaço sem vínculo, morto projétil seco, inutilizado que já foi vida, compôs um todo...

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Árvore morta
Desnudo galho dependurado Pedaço sem vínculo, morto projétil seco, inutilizado que já foi vida, compôs um todo Se foi feito verso de poema igual a tijolo de casa o presente é corpo insepulto flutuante decomposição A árvore, agora ser decrépito sem vida, não tem sustento forma até de belo quadro mérito do que foi no passado

Dois meninos de engenho, embora diferentes. Um revela as suas memórias de modo copioso, seja na ficção ( Menino de engenho , Doidinho ,...

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Dois meninos de engenho, embora diferentes. Um revela as suas memórias de modo copioso, seja na ficção (Menino de engenho, Doidinho, Banguê), seja na autobiografia (Meus verdes anos), de que se alimenta a sua ficção. O outro mostra apenas alguns flashs da memória, transfigurados pela sua poesia estonteante e desconcertante (“Debaixo do Tamarindo”, “Vozes da Morte”, “As Cismas do Destino”, “Os Doentes”, “Gemidos de Arte”, a Trilogia dos sonetos ao Pai, “Noite de um Visionário”, “Insônia”, “Tristezas de um Quarto Minguante”, e o soneto “Ricordanza Della Mia Gioventú”, que reputamos ser a memória mais substancial).

A difusora A Voz de Pocinhos, idealizada por meu pai, Hermes de Oliveira, foi ao ar pela primeira vez em 10 de outubro de 1951, execut...

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A difusora A Voz de Pocinhos, idealizada por meu pai, Hermes de Oliveira, foi ao ar pela primeira vez em 10 de outubro de 1951, executando a música Moreninha, moreninha, de Luiz Gonzaga. Sua criação se deveu, principalmente, ao programa A Voz de Campina Grande, apresentado em uma rádio da vizinha cidade, à qual, inclusive, Pocinhos pertencia, política e administrativamente, nessa época.

Meu pai era, por assim dizer, um multimídia: músico, alfaiate, eletricista, ativista cultural, locutor, animador de festas, chamador de bingos e leiloeiro de galinhas nas festas da padroeira da cidade, entre outras coisas.

Alguns leitores pensam que eu crio as histórias que conto. Ocorre que a realidade é tão maravilhosa que nenhuma mentira se lhe compara....

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Alguns leitores pensam que eu crio as histórias que conto. Ocorre que a realidade é tão maravilhosa que nenhuma mentira se lhe compara. Um exemplo simples são as histórias de Boréu.

Eram sempre vistos juntos desde a oitava série quando passaram a sentar lado a lado no banco escolar. Antes disso, não. Afinal, em todo...

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Eram sempre vistos juntos desde a oitava série quando passaram a sentar lado a lado no banco escolar. Antes disso, não. Afinal, em todos os cantos do mundo, menino e menina apenas se buscam quando começa ele a engrossar a voz e, ela, a afinar a cintura.

Não foi diferente com aqueles dois. Recém-ingressos na adolescência, decidiram que se completavam. Ele era bom em gramática e literatura, enquanto ela se dava de melhor modo com as ciências exatas.

Aujourd’hui, dans nos sociétés évoluées, le loisir est une réalité familière. Joffre Dumazedier (in Vers une civilization du Loisir , ...

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Aujourd’hui, dans nos sociétés évoluées, le loisir est une réalité familière.
Joffre Dumazedier (in Vers une civilization du Loisir, Éditions du Seil, Paris, 1962)

Nos finais dos anos '50 (século passado), a civilização ocidental — curadas as feridas decorrentes da Segunda Grande Guerra — ingressou em uma nova era econômica, de elevada produtividade, com uma consequente melhoria de ganhos salariais e um aumento das horas disponíveis para um otium cum dignitate, a que considerável parcela da comunidade econômica de então chamou de “nova revolução industrial”.

“A desigualdade econômica, quando alcança certo ponto, se institucionaliza. Tal fato, que observamos nas sociedades humanas – a tendê...

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“A desigualdade econômica, quando alcança certo ponto, se institucionaliza. Tal fato, que observamos nas sociedades humanas – a tendência das desigualdades a se institucionalizarem, e a formar classes -, também pode ocorrer entre as regiões do mesmo país.

Quando a desigualdade entre níveis de vida de grupos populacionais atinge certos limites, tende a institucionalizar-se. E quando um fenômeno econômico dessa ordem obtém sanção institucional, sua reversão espontânea é praticamente impossível.

Reconhecimento e gratidão são coisas que não podemos deixar para depois, mas acontece. E quando ocorre, aquele cantinho escuro, pouco ...

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Reconhecimento e gratidão são coisas que não podemos deixar para depois, mas acontece. E quando ocorre, aquele cantinho escuro, pouco visitado por nossos mais marcantes sentimentos, sejam eles de saudade ou de reconhecimento, fica condenado à aridez de um Saara.

Não podemos perder a oportunidade de um abraço, de um beijo, ou quem sabe de um simples olhar fazendo parceria com um sorriso transbordando de benquerença. Precisamos dessas coisas para não nos sentirmos indiferentes às mais básicas relações de uma humana convivência com aquelas pessoas, que por um motivo ou outro, marcaram nossas vidas com tintas de ternura.

Já em meado do século XIX o presidente da Província da Paraíba, Sá e Albuquerque falava da expansão do café pelo do Br...

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Já em meado do século XIX o presidente da Província da Paraíba, Sá e Albuquerque falava da expansão do café pelo do Brejo, cultura que há décadas se adaptou ao clima e às sombras das serras, mesmo que as terras férteis da região proporcionassem bom cultivo de cana-de-açúcar.

Pela hegemonia econômica no Brejo, havia uma boa disputa por maior posição na produção entre o café e a cana, visto que a região nunca foi adaptável à pecuária.

Nem os ossos estão findos! Perpetuam-se por milênios atestando as transformações da vida biológica. Parece clichê, mas é ciência, dize...

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Nem os ossos estão findos! Perpetuam-se por milênios atestando as transformações da vida biológica. Parece clichê, mas é ciência, dizer que “na natureza nada se perde”, tudo se renova.

Nunca tive afinidade “religiosa” com o ambiente de cemitérios. Poética, sim, pois nos ensinam sobre a realidade dos ciclos vitais, que alguns preferem esquecer. E há cemitérios bonitos, bucólicos, bem cuidados, muito arborizados, que servem até ao lazer contemplativo, confraternização e piqueniques.

Há quase onze anos recebi a informação de um grande amigo que havia uma igreja muito antiga em estado de ruína, bem escondida em meio a...

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Há quase onze anos recebi a informação de um grande amigo que havia uma igreja muito antiga em estado de ruína, bem escondida em meio a mata na região fronteiriça entre o município de Lucena e terras de Rio Tinto, no litoral norte da Parahyba, distante 135km de Campina Grande. De pronto vasculhei os limites municipais através do sistema de satélite proporcionado pelo Google Earth e encontrei a imagem do que parecia ser uma ruína sem telhado com uma das partes tomada pela copa de uma árvore. Seria aquela construção a tal igreja dita pelo meu saudoso amigo Jean Dantas?