Vou tratá-la assim, por nome muito diferente daquele com o qual o pai, a mãe e os padrinhos a levaram à pia batismal. Não quero confusão com possíveis parentes, embora eu não saiba, na idade em que hoje me encontro, da existência de ascendentes nem descendentes da moça vinda ao mundo para o desgosto dos seus e de si mesma. O filho único, fruto da terceira união mais estável, não resistiu à leucemia que o abateu em tenra idade.
A mais bela tarefa confiada à boca, pelo Senhor Nosso Deus, foi sorrir. Não menos importante: falar. E beijar. E mamar. E comer. Talvez nenhuma estrutura anatômica tenha recebido tantas tarefas nobres quanto a boca.
Em tempos de incerteza e polarização, a busca pela humanidade ressoa como uma necessidade premente, uma convocação para que cada indivíduo reconheça seu papel na sociedade. O mundo atual, repleto de contrastes e desafios, demanda uma reflexão profunda sobre como nos relacionamos com o próximo. A convivência entre pessoas de diferentes origens, culturas e crenças deveria ser uma rica tapeçaria de experiências e aprendizados,
Tenho por hábito fazer alguns exercícios de memória. Costumo buscar, nos escondidos do tempo, passagens de minha primeira infância lá nos espinhaços da Mantiqueira. Tudo começou em Campos do Jordão, bem nos altos de Jaguaribe (olhem a coincidência), bairro que fica entre Abernéssia e Capivari. Casa de madeira, como a maioria delas por lá naqueles anos distantes. Ainda na memória, lembro-me de que, em frente à minha casa, era a morada de Dona Gabriela, de Seu Juca; um pouco abaixo, a de Seu Zequinha, que tinha banca de frutas no Mercado Municipal.
Técnica machadiana e controle das percepções nas Big Techs
É um verdadeiro lugar comum da crítica machadiana considerar que o quadro literário legado por Machado de Assis espelha a paisagem das relações humanas por meio de uma técnica artística cuja análise não se restringe a uma abordagem local ou regional – é dizer, o microcosmo carioca de suas experiências. Pelo contrário, os traços de nosso maior escritor compõem figuras e enredos a partir dos quais
Depois que os produtos industrializados começaram a estampar ‘alto em sódio’, ‘alto em açúcar adicionado’, comecei a me perguntar como seria se os humanos também viessem com embalagens rotuladas. Imagine encontrar alguém e, antes de dizer “bom dia”, deparar-se com um selo: “Contém traumas não resolvidos”. Ou aquele vizinho sorridente, rotulado com “ressentimento elevado”.
A psicopatia tem despertado interesse crescente nas análises acadêmicas das ciências sociais, da psicologia, da psicanálise, da filosofia e da ciência política. A imagem simbólica do líder carismático — frequentemente com traços messiânicos e guiado por interesses próprios — levanta questionamentos sobre os perfis de personalidade que favorecem a ascensão ao poder, frequentemente marcada pela brutalidade, em diferentes regimes políticos. Nesse contexto, marcado por dinâmicas de ódio, a psicopatia — compreendida como um transtorno de personalidade caracterizado pela ausência de culpa, comportamento antissocial e egocentrismo — emerge como uma patologia que pode assumir dimensões tanto individuais quanto coletivas nas reflexões sobre liderança e governança.
Contrariando Nathanael Alves, que, na maioria das vezes, sugeria a leitura do livro para depois voltar ao prefácio ou à introdução da obra, em relação ao exemplar de Viagem no tempo e outros escritos, da professora Maria das Graças Santiago, imortal da Academia Paraibana de Letras, primeiro percorri as páginas iniciais para sentir as impressões dos mestres Hildeberto Barbosa Filho e José Mário da Silva, igualmente acadêmicos, com elevados conhecimentos da arte de escrever e estudiosos da literatura, que deram relevantes insinuações sobre o trabalho da nossa confreira.
Há quem pense que filosofia é coisa para grandes salões, debates intermináveis sobre a existência ou livros poeirentos escritos por homens de barbas impressionantes. Mas eu acho que a melhor filosofia cabe numa xícara de café, de preferência, acompanhada de um biscoito.
Vivi algumas vezes o salto desse garoto nu para o deslumbrante abismo, em meu quadro "Mirabile Visu", embora não me desse conta disso ao criá-lo, nem me preocupasse com explicações:
Pessoas podem ser divididas das mais diversas maneiras, infinitas maneiras, na verdade. Cada qual escolhe o critério divisor que quiser, o que pode trazer revelações mais sérias ou apenas diversão. Os antigos fãs de Marlene ou de Emilinha Borba, por exemplo. Ou a cisão entre criacionistas e evolucionistas. Pensando um pouco sobre o assunto, concluí que também é possível dividi-las entre as que apreciam o Adágio for Strings (Adágio para cordas), de Barber, Samuel Barber, compositor norte-americano (1910 – 1981), e as que não. Para mim, um critério tão válido quanto qualquer outro, um critério suficiente para distinguir as pessoas, de modo a identificar, só com ele, quem é quem; ou melhor, como é cada qual, sua maneira de ser, pois, no caso, é o “como” que importa mais.
Ela se define como casa, ateliê, hospedagem, experiências. Um refúgio urbano. Conheci a loja há anos, com coisas dos Orientes, peças de moda, decoração e os tais espelhinhos que amo desde a década de 70. Loja no Mag Shopping, no Sebrae, no Shopping Bancários e no Mercado de Artesanato. Sempre dava uma olhadinha nas vitrines. Anos depois, abriram a Casa no Manaíra, que teve saraus, brechós e até um café. E hoje funciona na casa dos donos, Rita e Ramon, com os filhos e familiares envolvidos. Rita e Ramon, como se apresentam: “viajantes, sonhadores, realizadores, artistas e anfitriões da Casa Furtacor”.
No exercício da presidência da APL, substituindo Juarez Farias, dispus-me a reordenar o memorial que Luiz Augusto Crispim dedicara a Augusto dos Anjos. Falei aos confrades e, com duas ou três exceções, foi o mesmo que falar às paredes. Todos ouviram, assentiram em silenciosa boa vontade e, de costas para o que se pudesse fazer, foram cuidar de sua literatura pessoal. Nada mal.
Uma homenagem ao meu pai, falecido em 01 de agosto de 2011.
(José Olímpio de Queiroga Filho - 13/08/1922 + 01/08/2011.)
Meu beijo saudoso, Dedé!
Acordei pensando nele, será o primeiro dia dos pais sem o “meu velho".
Corri pra registrar e só então vieram-me as primeiras lágrimas, ausentes na última despedida.
Continuava intrigado, por que será que não chorei, como meus inúmeros irmãos?
GD'Art
Dormi com esta pergunta ecoando ao inconsciente. De manhã, junto com o sol, veio afinal a desejada explicação.
Eu fui muito feliz com meu pai; recebi dele o amor que, pródigo, distribuiu com fartura. Desfrutei de seus conselhos, admirei-o, imitei-o com orgulho, pude ser seu amigo e, por fim, recebi a grata honraria de ser seu cuidador.
Revirando na mente o baú de presentes que me legou, encontrei muitos e valiosos. Alguns simples e passageiros como o gosto pelos carros e a busca permanente pelo Eldorado, onde “juntaríamos o cobre com os dois pés e as duas mãos”; outros menos visíveis, porém mais valiosos, como a certeza de que o melhor carro é sempre o nosso, independentemente de cor, estilo, grife etc; e que o dinheiro só tem valor se formos livres para usá-lo como quisermos, colocando-o no justo lugar, de preferência, em seu caso, num carro novo. Este sim agora o melhor.
Ganhei incontáveis conselhos, quase sempre sobre a difícil prudência, "— Escolhe bem tuas companhias, meu filho!", acho que aproveitei bem, a qualidade dos meus amigos deve depor a meu favor.
Stelo Queiroga e seu pai, José Olímpio
Finalmente uma jóia preciosa: o gosto pelo serviço, olho em volta e começo a notar que me cerquei de vários amigos com igual predileção; foi com meus pais, e com ele em especial, que aprendi a me deleitar com este prazer silencioso, talvez nem mesmo ele tivesse tal consciência.
Hoje concluo que a felicidade e alegria de viver que eram só suas, provinham principalmente deste prazer, poder amar e ajudar aos outros.
Lembro-me agora, do orgulho que meu pai sentia pela oportunidade de ter cuidado do meu avô na velhice do mesmo e agradeço a Deus por ter me concedido igual graça, pois entre tantos e amados filhos de sangue e de coração, fui agraciado com tão grande honraria.
Por fim, perdoem-me se possível, acho que não chorei porque, além do sentimento de dever cumprido, sinto que o devolvi feliz(eu e ele) ao Criador.
José Olímpio Queiroga Filho
Quem sabe, relembrando um ritual que ele insistia em repetir neste último ano doente, quando não se deitava sem antes cumprimentar e beijar uma foto do seu velho, talvez este seja o seu Dia dos Pais especial, em que vai pôr fim à saudade do seu, enquanto apenas começo, e agora choro, a minha.