Do galope compassado dos vaqueiros, ao som do aboio na vaquejada, aos galopes sonoros e rasantes de Zé Ramalho. Montado em quatro patas, bebo das águas paraibanas na secura dos Cariris e sertões; viajo no olhar do homem montado a receber a bênção do padre, em água benta, na porta da igreja, no cair da noite. Chapéu na mão, olhos marejados, contrição, arreios puxados, animal domado, fé em profusão.
Estivesse entre nós, Luiz Augusto Crispim teria completado no último dia 23 de agosto deste 2025 oitenta primaveras. Corrijo-me a tempo dizendo melhor que ele está entre nós, nunca deixou de estar, e porque é assim, não podia deixar de ser assim, que comemoramos seu aniversário de nascimento, como se deve, ou, como dizem os franceses, comme il faut.
Ney Matogrosso contou, numa entrevista, que, quando trabalhou no Hospital de Base de Brasília, pediu para ser transferido do setor de Anatomia Patológica para o de Pediatria, onde passou a se dedicar à recreação junto às crianças internadas. Ele levava cartolinas, tintas, argila, tesouras, cola e outros materiais comprados por conta própria, organizava brincadeiras, teatro e até virava “cavalinho” para diverti-las. Ney disse que esse foi o trabalho mais amoroso de sua vida, pois buscava levar alegria a crianças que muitas vezes não sobreviveriam.
Ontem, Luiz Augusto Crispim fez oitenta anos. Digo fez porque, enquanto houver leitor da obra que ele nos legou, o menino que nasceu em Tambiá estará vivo.
Uma das coisas que impressionam nos países nórdicos, além da extrema beleza, é a ausência de luxo residencial. Obviamente munidos de percepção mais aguçada, quem sabe com olhos de arquiteto, diante da paisagem urbana logo se percebe a inexistência de suntuosidade nas edificações de moradia. Edifícios residenciais verticais, quase não se veem. E as casas, moldadas no estilo escandinavo, são de concepção plástica simples, muitas vezes vedadas com madeira, janelinhas brancas e telhados em duas águas acentuadamente inclinadas.
A escritora, acadêmica e professora Ângela Bezerra de Castro teve a oportunidade de ser recebida pelo ilustre escritor e político paraibano José Américo de Almeida apenas uma vez, no entanto aquele momento foi suficiente para imprimir nas suas memórias e coração um presente inesquecível.
Os versos mais conhecidos no Brasil e em Portugal são de uma poetisa de quem poucos sabem o nome. Trata-se de Bertha Celeste Homem de Mello, paulista de Pindamonhagaba, nascida no dia 21 de março de 1902 e falecida no dia 16 de agosto de 1999. Publicou um livro de poemas – Devaneios – mas talvez, em seus 97 anos de vida, só tenha tido sucesso com apenas uma trovinha.
Ao anunciar que ministraria um curso sobre o romance Os miseráveis, de Victor Hugo (iniciei-o, desde o dia 16 de agosto passado), com aulas aos sábados, no horário das 09h às 12h, no auditório Celso Furtado da Academia Paraibana de Letras, muitas pessoas demonstraram interesse em fazer a inscrição. Algumas outras perguntaram se o curso não teria uma opção on-line. Respondi que a filmagem e a transmissão do curso, para um dos canais da web, exigiriam recursos de que a nossa Academia não dispõe.
Tenho testemunhas do que vou contar. Estávamos no café da manhã da padaria Bonfim, sempre numa mesa enorme que junta de bolsonaristas a lulistas (fato quase impossível nos dias que correm) e, somente por essa razão, já dá para imaginar a algazarra, não fora a presença diária dos senhores I. do Gelo e N. Panta, que protagonizam diálogos, digamos assim, não muito recomendáveis para menores de 50 anos, quando trocam “elogios” incríveis.
Cuité é “Crescentia cuteje L.” nos livros e cadernos científicos. Popularmente, esse fruto também pode ter os nomes de coité, cabaça, cuteje e outros mais. Eu pensava que fosse cria do nosso Semiárido antes de pôr as vistas num desses textos acadêmicos que circulam na Internet a três por quatro.
A Ética a Nicômaco, escrita entre 340 e 335 a.C. pelo filósofo grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), permanece como um dos fundamentos do pensamento ocidental. Nela, o pensador analisa a natureza da moralidade, da virtude e do bem. A obra é organizada em dez livros e visa investigar como os seres humanos podem construir o bem-estar por meio da prática da virtude. O título faz referência a seu filho, Nicômaco.
Uma considerável profusão de publicações sobre o tema depressão e doenças cardiovasculares vem ganhando destaque na literatura científica do Brasil e do mundo desde o final dos anos 1990. De modo geral, o conjunto das evidências atuais destaca o fato de que sintomas depressivos, bem como o diagnóstico de um transtorno depressivo, predizem um pior prognóstico evolutivo e redução de sobrevida na doença arterial coronariana, sobretudo na angina
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instável, no infarto agudo do miocárdio e, ainda, no período após revascularização do miocárdio (cirurgia de pontes de safena, de mamária, radial, entre outras), assim como naqueles que se submeteram a angioplastias coronárias, com implante de stents.
Lima Barreto escreveu um conto antológico – O homem que sabia javanês — em que narra as aventuras de Castelo. Não dispondo de meios para sobreviver, Castelo contou ao amigo Castro como se tornou professor de javanês, uma maneira de conseguir alguns trocados. Precisava de um emprego e viu, no Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, um anúncio de alguém que procurava um professor de javanês. Enviou carta ao jornal como era comum na época, início do século XX, na esperança de conseguir o desejado emprego.
Um relacionamento entre pessoas que sempre se consideram certas pode ser um campo fértil para discussões e, ao mesmo tempo, um terreno minado para a discórdia. Em essência, a forma como as pessoas interagem e se comunicam desempenha um papel crucial na dinâmica desse relacionamento. A ideia de que alguém está sempre certo pode gerar um ambiente onde a escuta ativa e a empatia são postergadas em favor da necessidade de validar uma posição. Isso pode levar a um ciclo de disputas,
Cada vez mais invento. Invento para me retirar do vácuo das incertezas. Não quero trair a mim quanto à solidez de minha crença na corrente da vida que mata para viver, até que morra para que outra haja. Nem por minha profunda dúvida quanto à salvação do eu pelo atravessar dos confins, que me parece tola, sem consistência e desnecessária.