Tenho testemunhas do que vou contar. Estávamos no café da manhã da padaria Bonfim, sempre numa mesa enorme que junta de bolsonaristas a lulistas (fato quase impossível nos dias que correm) e, somente por essa razão, já dá para imaginar a algazarra, não fora a presença diária dos senhores I. do Gelo e N. Panta, que protagonizam diálogos, digamos assim, não muito recomendáveis para menores de 50 anos, quando trocam “elogios” incríveis.
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Após a vaia que levou, superando os epítetos de comunista e corno, disse que sua proposta era taxar em 100% as importações de produtos americanos aqui no Brasil, para revidar o tarifaço de Trump. Um colega dele deu uma gargalhada e perguntou se iria incidir sobre o doce americano ou sobre os copos americanos que foram feitos sob medida para tomar cerveja. Porém, o quase edil não se incomodou, foi em frente.
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O cientista político Breno, que vez por outra estaciona seu skate na padaria, intrometeu-se na conversa e quis saber como isso seria possível. A resposta veio rápida:
– Vou trazer ele. Você acha que os americanos, mesmo contando com a NASA e todo o poderio militar, conseguiriam engalobar tanta gente que se achava sabida como ele conseguiu?
Por mais que fosse espremido, o autor da ideia não revelou quem era ele. Porém, há fundadas suspeitas de quem se trate, muito embora atualmente esteja fora do Brasil.
São assim, às vezes, os cafés da manhã na padaria Bonfim.
Et tollet eam a papeiro – Vai tomar no papeiro.
Gallaecum est papangu – O galego é um papangu.