Uma das coisas que impressionam nos países nórdicos, além da extrema beleza, é a ausência de luxo residencial. Obviamente munidos de percepção mais aguçada, quem sabe com olhos de arquiteto, diante da paisagem urbana logo se percebe a inexistência de suntuosidade nas edificações de moradia. Edifícios residenciais verticais, quase não se veem. E as casas, moldadas no estilo escandinavo, são de concepção plástica simples, muitas vezes vedadas com madeira, janelinhas brancas e telhados em duas águas acentuadamente inclinadas.
Grundarfjörður, Islândia ▪ DL
Na Islândia, por exemplo, acrescenta-se com mais ênfase o uso de cores nas cobertas, dando ao país o gracioso apelido de “terra dos telhados coloridos”. E o que marca o cenário urbanístico islandês é o equilíbrio dos níveis sociais que se diferem apenas pela função que cada um exerce na comunidade, mas nunca pela diferenciação do modo de ter ou viver, do tamanho, padrão de acabamento ou da arquitetura de suas habitações.Islândia ▪ DL
Vestmannaeyjabær, Islândia ▪ DL
Nestes mares e lugares que se avizinham da linha do Ártico, um belo cenário rico em montanhas, lagoas, geleiras, fiordes, gêiseres, e muitos vulcões, até a Aurora, que surge no céu, no meio da noite é Boreal, e faz deste lugar motivo de sonho. Vestmannaeyjabær, Islândia ▪ DL
Já havíamos dito que as Ilhas Gregas, a Riviera Italiana, a Nova Zelândia, a Costa da Croácia, a Austrália e o Havaí figuravam entre os lugares mais lindos que estivemos. Mas isso foi antes de conhecer a Islândia e seus fenômenos naturais impactantes, como os gêiseres e Gulfos: um rio perene que virou cachoeira porque o solo de seu leito se abriu numa enorme fenda. Uma coisa tão linda que várias empresas já quiseram instalar hidrelétricas e ninguém deixa, para não estragar a beleza que já é patrimônio da Unesco. Panoramas paisagisticamente minimalistas, mar azul, montanhas ao fundo e gramados alternam-se com campos de pedras pretas, compostas de lavas antigas na Terra dos Vulcões, com cidades pouco adensadas que celebram a vida urbana colorida com mimosas edificações.Skógafoss, Islândia
Harpa, Reykjavik, Islândia
Harpa, Reykjavik, Islândia
Harpa, Reykjavik, Islândia
Os elementos da fachada têm a função primordial de minimizar o uso de energia, tanto para a calefação como para a refrigeração, assim como para a emissão de carbono.
Além de cumprir o papel ecológico, o projeto do Harpa atende aos exigentes critérios de funcionalidade e acústica e, como não poderia deixar de ser, de beleza e harmonia estética em suas formas geométricas justapostas com movimento arrojado e efeitos luminotécnicos surpreendentes. As lâminas de vidro foram estudadas para refletir os raios de Sol, em determinados ângulos, e mudam de cor, ao longo do dia, oferecendo ao conjunto um deslumbrante resultado que une tecnologia e Arquitetura.
Essa “porosidade” vitrificada, montada em módulos “ocos”, que muda de cor frequentemente, promove, dada a sua transparência, um diálogo permanente da vida interior do edifício com o panorama da cidade.
O projeto ganhou o 1º lugar no Concurso “Mies van der Rohe”, em meio a 335 trabalhos de vários escritórios de Arquitetura de 37 países europeus, em junho de 2013, em Barcelona. É uma visita imperdível para quem se dispuser a conhecer um dos mais belos e civilizados países do Mundo, a Islândia, onde talvez Goethe nunca haja posto os pés...
Harpa, Reykjavik, Islândia
Por fim, falemos um pouco da experiência humana. Já tínhamos ouvido falar de que os islandeses possuíam um respeito admirável pela Natureza. Pudera, com aquele meio ambiente exuberante, preservado e a baixíssima densidade demográfica, a natureza, realmente, é quem fala mais alto nas suas paisagens, inclusive as urbanas.Esta reverência quase sagrada, fruto de educação ambiental exemplar, se estende pela vegetação, em todas as suas formas, pelos peculiares fenômenos geodésicos, recursos minerais, assim como pelo reino animal, igualmente exclusivo. Necessário mencionar o alto nível de cidadania, respeito mútuo e bem-estar registrados nas pesquisas que colocam a Islândia entre os países felizes do planeta. Quem sabe, isto esteja relacionado à devoção e ao respeito pela vida lá cultivados.
Kirkjufellsfoss, Islândia
Puffins (Papagaios-do-mar), ave marinha do Atlântico Norte, conhecida por seu bico colorido e hábitos de nidificação em penhascos rochosos. ▪ Imagens: Charlie Marshall
Com muito carinho, juntaram-se os três, de frente para o mar, o filho no meio, seguraram o pequeno puffin com as duas mãos e ensinaram à criança, com movimentos de baixo para cima, que o devolveriam aos céus. Então, com o filhote nas mãos do garoto, juntos lançaram-no para o alto. O puffin alçou voo imediato com incrível destreza.Vestmannaeyjabær, Islândia