Uma considerável profusão de publicações sobre o tema depressão e doenças cardiovasculares vem ganhando destaque na literatura científica do Brasil e do mundo desde o final dos anos 1990. De modo geral, o conjunto das evidências atuais destaca o fato de que sintomas depressivos, bem como o diagnóstico de um transtorno depressivo, predizem um pior prognóstico evolutivo e redução de sobrevida na doença arterial coronariana, sobretudo na angina
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instável, no infarto agudo do miocárdio e, ainda, no período após revascularização do miocárdio (cirurgia de pontes de safena, de mamária, radial, entre outras), assim como naqueles que se submeteram a angioplastias coronárias, com implante de stents.
A doença cardiovascular está associada ao aumento do risco de distúrbios do humor e, inversamente, os distúrbios do humor correlacionam-se à morbimortalidade elevada na doença cardiovascular (DCV). Até 20% dos pacientes com DCV também preenchem critérios para o diagnóstico de depressão mais avançada ou de transtorno bipolar.
Os estudos e pesquisas têm avançado nessa área específica, produzindo material para analisar evidências científicas atuais a respeito da influência da depressão sobre o risco cardiovascular e em situações específicas, como após um quadro de acidente vascular cerebral, na hipertensão arterial sistêmica e na insuficiência cardíaca.
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Como conclusão, queremos deixar a mensagem de que o cardiologista moderno e atualizado precisa possuir profundos conhecimentos em medicina psicossomática e, por conseguinte, os pacientes portadores de distúrbios psicoemocionais devem procurar com urgência o cardiologista que tenha domínio nessa área específica de atuação.