Se há algo que ainda me faz acreditar na vida é a capacidade de pensar e, como consequência, de escolher. Pensar bem, embora outras vezes nem tanto, mas pensar de forma que reflita o produto de minhas experiências.
Pensar mesmo com algumas imperfeições, mas como resultado do que me passaram meus pais, meus livros, os filmes que vi, a música que ouvi e as pessoas com as quais me identifiquei.
Cometi erros? Sim, claro, mas a liberdade me proporcionou a possiblidade de não repeti-los, ou no mínimo de tentar evitá-los.
A felicidade, para alguns um conceito abstrato, no qual me incluo, existe. E a melhor forma de alcançá-la, senti-la e quiçá abraçá-la , só pelos atalhos da arte. Meu mundo é movido por ela, alimentado por ela e impossível sem ela. Devo aos artistas de todos os gêneros um respeito de devoto mendigo.
Sim, há uma necessidade materializada em amor, amor de verdade, sem prazo de validade, paixão ampliada, sem tempo cessante dos seus criadores e suas magias. E como os amo e os confundo nas minhas condições temporais…
Hoje revi um de que tenho tudo, em som e imagem, de transbordar emoções . Vi “Chico um artista brasileiro”, fazia um tempo que não via e foi transcendente. As histórias, as músicas todas lembradas e cantadas, de fases distintas me premiaram com festa interior e total.
Nas mesmas condições vi Elis, estes ao alcance das mãos, e outros em sons e imagens que me fizeram e me fazem até hoje saber que apesar dos momentos de dúvida, é necessário manter a certeza que vale a pena viver.