Entrei no pub sem grandes expectativas, nada me levou até lá por informações prévias, fossem elas dos raros amigos que cultivava, ou por ...

Lendo o mais do mesmo

Entrei no pub sem grandes expectativas, nada me levou até lá por informações prévias, fossem elas dos raros amigos que cultivava, ou por indicações de críticas jornalísticas. Entrei por entrar, talvez pela melancolia que havia dado o ar de sua graça, o que não era algo incomum ocorrer comigo.

Saí de casa sem objetivos definidos. Saí por simplesmente achar que seria pior ficar, onde apenas morava e pouco havia a fazer, salvo o de apenas receber os impactos comprando a edição do dia do The Guardian,
o meu jornal favorito em Londres, e ser informado pela enésima vez, embora concordando, que a Inglaterra ou acordava, ou viria a acelerar o já visível declínio do pós guerra e aceitar o domínio global americano com pequenas sobras para URSS, já que o Japão em reconstrução fora impedido por Washington de recriar um poderio militar.

Receberam muito dinheiro dos americanos depois de por eles destruídos, simplesmente para promover o desenvolvimento de um poderio econômico que evitasse um eventual crescimento político chinês na Ásia.

O mesmo ocorreu com a Alemanha Ocidental , para brecar a expansão Soviética. Neste cenário percebia-se claramente que o único país que de fato havia perdido a guerra havia sido o Reino Unido pela falta de urgência de voltar a ser potência militar, pela distância do “ Urso a nossa porta” , programa que vi na BBC, que trazia uma “imparcialidade” jornalística próxima à do Pravda em Moscou.

Fui, bebi discreta e silenciosamente, e assim voltei para casa para no outro dia enfrentar como amanhã, uma segunda como aqui enfrentarei. Deixei o Guardian no Pub, que me alimentou novamente das mesmas notícias de sempre com uma harmonia verbal diferente, mas não o suficiente para não deixar de perceber que estava lendo o mais do mesmo. Evitava outros jornais com conhecimento de leitura prévia, porque assim agindo me poupava de acreditar ainda menos na espécie humana...

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  1. "as mesmas notícias de sempre com uma harmonia verbal diferente", "harmonia verbal diferente" que, evidentemente, acabou sendo, também, a mesma. Bela sacada, do tipo que deixa o leitor no fluxo do pensamento,.

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