A ARTE DO DESAPARECIMENTO Em algum momento há de se aprender sobre o desaparecimento Os dentes assinam as raizes das ...

A vida tem sua fome de glória

poesia literatura capixaba jorge elias
A ARTE DO DESAPARECIMENTO
Em algum momento há de se aprender sobre o desaparecimento Os dentes assinam as raizes das coisas (algo desapercebido - o lapidar da esfinge) A vida tem sua fome de glória e guerra pela verdade e estende seu piso até a Terra que nos preenche com a derradeira surpresa.
NASCIMENTO
O sentido da porta não é o mesmo do destino, nem mesmo o do rio caudaloso de rumo certo, por isso a corda do tempo leva adiante o homem
UMA HISTÓRIA SOBRE O SÉCULO PASSADO
As adversidades não remontam à criação do Mundo, e contar uma história de um tempo redondo, assim, isolado da medida dos passos no profundo medo, é entender que o cordão do útero se estende no horizonte da consciência, e marca com nós o desespero; e se nos apegamos ao século que ora expirou é para descrever o interregno suspenso na consciência do ser confuso; é pelo poder de síntese, pelo desapontamento dos extremos, pelo sem chão das horas que só encontram a paz no sono do Homem solitário em sua verdade.
O DECLÍNIO DO ÚLTIMO DIA
Arde o sol na terra posta sobre o tropel dos compassivos. Os restos de ontem combinam com os corpos de outras eras. São os mesmos mortos, as mesmas taças, o mesmo desperdício. A tradição das luvas e das meias, as fendas na carne, as porções de nozes sobre a mesa e as varejeiras, tranquilas, sobre os castiçais.
VAGAROSO
Busque o caminho mais longo, já que as folhas de outono se espalham entre as trincheiras e se vê melhor o sem fim do eterno instante quando se pisa na mansidão da trégua. Busque o caminho mais longo, já que a verdade se arvora nas bocas tortas como beijo que espuma certezas, e o silêncio se disfarça nas sombras tristes. Busque o caminho mais longo, já que a crença ou sua ausência é a vaidade de muitos e a loucura de tantos outros, e o que se chama paz pouco tarda no olhar da inocência.
PROMETHEUS
“Acho que o mundo veio do liso” de uma menina O nada se faz plano (ainda não é o tempo do labirinto). O espaço, pleno em sua vastidão, uma promessa à criação divina. Moldou-se o barro, a silhueta, fez-se um rosto inanimado. Ergueu-se a forja dos deuses e da centelha o ardor da fala. E os iguais em selvageria partiram a moldar o infinito.

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