Portal da eternidade

Acredito na eternidade da vida. No entanto, minha inteligência não alcança os mistérios do ser enquanto onda e partícula, conforme os postulados da Física Quântica. Não sei também explicar de forma cartesiana, mas sinto que o saudoso escritor, magistrado, professor e cronista Carlos Romero, cujo centenário de nascimento é comemorado este ano, vive.

Na última quinta-feira, a 85ª edição do Pôr do Sol Literário foi dedicada a Carlos Romero, com apresentação da professora, escritora e primeira mulher a ocupar a Presidência da Academia Paraibana de Letras, Ângela Bezerra de Castro.

Ângela Bezerra de Castro
carlosromero.com.br

Ao discorrer sobre o homenageado, Ângela falou com alma, fazendo um verdadeiro poema à altura, à sensibilidade e ao talento do mesmo. Foi uma espécie de sinfonia a emocionar e enternecer todos os que tiveram a felicidade de privar da amizade de Carlos Romero. Foi uma espécie de ode à saudade e à certeza da imortalidade deste.

Em seguida falou o arquiteto Germano Romero, filho do escritor, ressaltando que seu pai, embora fosse de outra época, se adaptava muito bem às mudanças tecnológicas rebentadas pela sociedade de informação, motivo que incentivou a criação do Portal Carlos Romero, que já conta com 14 milhões de acessos, divulgando as correntes mais expressivas do pensamento paraibano.

Conheci Carlos Romero em 1971, no estúdio fotográfico pertencente ao saudoso fotógrafo Ernane Augusto de Carvalho, numa casa situada na Rua Duque de Caxias, 67. Dr. Carlos era o proprietário do imóvel. Quando o vi, pela primeira vez, tentei me esconder. O gelo foi quebrado com sua fala mansa, seu fino senso de humor e seu trato fidalgo. Apelidou-me de “repórter”, título que muito me orgulha e com o qual me apresento aos desconhecidos.

Germano e Carlos Romero / Ângela Bezerra de Castro / 85º Pôr do Sol Literário
carlosromero.com.br

---