No prédio do Tribunal de Justiça da Paraíba, até algumas décadas atrás — segundo me contou certa vez o historiador Humberto Mello —, ha...

100 anos do amor trágico de Ágaba e Sady

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No prédio do Tribunal de Justiça da Paraíba, até algumas décadas atrás — segundo me contou certa vez o historiador Humberto Mello —, havia um buraco provocado por um dos tiros desferidos contra Sady Castor.

Em 22 de setembro de 2023, a tragédia de amor de Ágaba de Medeiros, normalista de 16 anos, e Sady Castor, estudante do Lyceu Parahybano, morto aos 23 anos, completou 100 anos. No dia 22 de setembro de 1923, Sady foi assassinado na atual Praça Joao Pessoa, onde estudantes do Lyceu Parahybano e da Escola Normal se encontravam. O Lyceu funcionava no prédio que posteriormente serviu à Faculdade de Direito da UFPB; a Escola Normal é o atual edifício do TJ da Paraíba, no centro histórico da capital do estado.

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Praça Comendador Felizardo, atual praça João Pessoa, na capital da Paraíba: no prédio à direta, com a torre, funcionava o Lyceu Paraibano. ▪ Fonte: TJPB
A tragédia foi uma das que mais tiveram repercussão na Paraíba: o assassinato de Sady Castor foi seguido pelo suicídio de Ágaba Medeiros, ocorrido em princípios de outubro de 1923.

A ordem dada pelo Monsenhor Milanês, diretor da Escola Normal, de defender a "honra" e bons costumes das normalistas (que iam até à Praça paquerar os rapazes do Lyceu e vice-versa), foi cumprida à risca por um guarda, resultando na morte de Sady.

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Sady Castor

Ainda segundo Humberto Mello, o guarda morreu décadas depois, na mendicância. O querido Germano Romero (Ambiente de Leitura Carlos Romero) me enviou o link por meio do qual baixei o exemplar da Revista Era Nova que circulou na Paraíba na época dos fatos (década de 1920). Um dos exemplares, de 1923, traz a repercussão do caso em 03 páginas.

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Fonte: UFPB
A postagem da capa da revista não é de Ágaba. Só a primeira das fotos da matéria mostra a estudante. A segunda e a terceira fotos retratam o enterro e a comoção social em setembro/outubro de 1923. O material pode ser acessado neste endereço eletrônico, mantido pela UFPB, em projeto de pesquisa da prática de leitura e escrita no contexto social dos séculos XIX e XX, na Paraíba.

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