Há anos que deixei de ir ao cemitério no Dia de Finados. Justificava que aquilo era bobagem, pura vaidade para dar satisfação aos outros e que não servia de nada para quem já tinha partido.
Neste ano, no entanto, mudei de pensamento e fiz diferente: comprei flores, acendi velas e andei por entre as alamedas estreitas da “última morada” de minha cidade, Pocinhos, parando em vários túmulos para ver fotos e ler epitáfios.
Neste ano, no entanto, mudei de pensamento e fiz diferente: comprei flores, acendi velas e andei por entre as alamedas estreitas da “última morada” de minha cidade, Pocinhos, parando em vários túmulos para ver fotos e ler epitáfios.
PMBH
O clima é de festa. Os jazigos, todos bem limpos (pelo menos nessa data), com muita água, sabão e cera líquida. São flores para todos os lados, em jarros de tudo quanto é tipo e tamanho, e as fotografias, antes guardadas e amarelecidas, ficam expostas para o deleite de olhares curiosos, porém consternados.
Alguns morreram faz tempo e outros se foram recentemente. Para os que nos deixaram há pouco, a atenção é redobrada e especial. Ainda restam lágrimas e a incredulidade diante do acontecido. “Era tão jovem”; “Uma pessoa tão boa”; “Descansou”; “Agora está nos braços do Pai”.
Agência Brasília
Valeu a pena ter ido ao cemitério no Dia de Finados, mesmo com o sol escaldante, e disputar espaço entre as lápides tomadas por pessoas. Valeu também a pena ler de novo a famosa frase em latim que me intrigava quando eu ia lá, afixada na entrada do campo-santo, bem em cima do pesado portão de ferro: Hodie mihi, cras tibi (Hoje eu, amanhã você).
Que essa dura sentença demore muito a se consumar. Amém!
Cemitério de Pocinhos (PB) Acervo da autora