Em casa, nas avenidas, nos becos, nos clubes e pelas ladeiras... O Carnaval tem uma energia diferente e como festa popular crava na memória várias lembranças. O colorido, as músicas, a alegria, o sorriso, a maratona. E a mente vai arquivando em pastinhas feito uma aquarela as imagens, sensações e situações.
Lembrar do primeiro Carnaval é difícil. Provavelmente, foi na sala de casa, ouvindo os antigos discos de vinil as marchinhas clássicas num toca-discos. Da “Cabeleira do Zezé”, “Máscara Negra”, “Mamãe eu quero”, “Ô abre alas” e tantas outras, pelos frevos de Claudionor Germano, os
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Recheado de boa música, os carnavais se acumularam. Na maioria das vezes, em casa, bem tranquilo. Mas sempre com ouvidos abertos para os sonos carnavalescos e energéticos ritmos. Foi assim que pude ver as antigas, tradicionais e extintas batucadas que circulavam em caminhões pela cidade e paravam em casas pré-programadas para “reabastecer” de bebida e seguir a festa. Uma delas “convidou” a minha casa para um pit stop no Castelo Branco. E ainda veio uma ala ursa junto. E tome batuque.
Já no início da adolescência acompanhei (viria a fazê-lo novamente, já como jornalista) ao desfile do Carnaval Tradição. E o que mais me impressionou na Avenida Getúlio Vargas, tradicional palco do desfile cívico-militar de 7 de Setembro, que em fevereiro abre espaço para os cidadãos carnavalescos, foram as tribos indígenas e sua rítmica apresentação de guerreiros e guerreiras com suas coreografias e suas lutas. “Papo Amarelo” e “Pele Vermelha” foram nomes que acabei aprendendo na memória.
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Melhor usar a carteirinha da extinta Assufep nas matinês carnavalescas. Fica rodando no salão ao som de muita música como se atravessasse o deserto do Saara.
E já adulto vieram as ladeiras de Olinda... Sobe e desce ladeira, e tome ladeira, muito calor, fantasias, orquestras de frevo, multidão, e um inexplicável encantamento, mais um diferente carnaval.
Carnaval de Olinda (PE) Ed Machado