Adeus
"My mind"
Nesse dia de sol que se põe
Mas eis que
Enterrada na luz "My mind"
Ressurge na imensidão noturna do sonho
E as cores
As dores
Espectros
Amores
Essas coisas de viver
E que precisamos
Contar
E contar
Números
Maiores
Que dedos
Histórias
Maiores
Que a alma
Minha mente
Dita
De tantas maneiras
Beijo relâmpago
De pregar a luz
Na memória
Um sorriso doce
Uma prece
E o universo em nós
Tantas coisas poucas
Para deixar
Não fosse o tanto que já somos
E caminhamos
Como quem nunca vai
Para nunca mais voltar
Na última curva
Abandonamos a nós mesmos
E seguimos retas que não voltam
Dolorosamente
Você a sua
E eu ainda…
Serão só Sóis poentes
Naufrágios dourados
Perfumes passados
Sobras de nós
Que inventamos
O querer
Tão bem querer...
Mudo
Coisas
E olhos
E a dimensão
Não sei
A não ser que saudade
Dou de olhos tristes
Ao que está perdido
Mas creio no futuro
E brinco de amarelinha
Nas calçadas
Que restam
Largo-me
Das distâncias
E deito
Durmo
No tempo
Acordo na estrela
Pergunto
Sobre a saída
Sem saber da entrada
Daí percebo
O quanto sou fluxo
E devo retornar
Mas também descubro
A força do meu grito
Na direção de estar
Sou nuvem
Sou mar
Não é o que voa
Teu beijo
Barra de sabão
E queijo
Teu hálito
Hortaliça
Urtiga doce
Tu
Encarnação
Da alma que amo
E eu
Erro estratégico
Do universo sem tua vida
Posto que
Só tenho a minha
E a tua é tua…
Feliz
Não é anúncio
É ócio pleno
Feliz é borda
E leve
É limite
Feliz
Necessariamente
Não é volume
Nem espera
Nem hora marcada
É circunstância
Sensação
De plenitude que
Se põe em nós e depois parte
Feliz se dança
Voo de pássaro
Beijo na boca
Ou simplesmente
Poder comer
Quando há fome
E amar quando
É possível deitar
Sobre o coração amado
Mas Feliz só há
Quando se sabe
Que a felicidade pode estar logo ali…
E mesmo sabendo
Não poder alcançá-la para sempre
Aí não é mais ser feliz
É realidade
E a ilusão
Vira carne
Do desejo
Que envolve um dissoluto ser
Tão eu
Quanto
O vazio de um sexo sozinho
Mas amar é muito mais:
Já estava na Caverna de Platão
Só que já era um ato
Por si
CIumento…
O de não querer
Ver
O mundo lá fora…
Cadê o Batom?
Para Alaurinda Romero
Há quem diga
Que o que veste
Uma bela mulher é o batom
Já vi uma à busca
Da roupa dos lábios
Que ja havia se desgastado
Ela era mais que lábios
E batom
Ela é bela
É cuidado
E carinho
É gente
Mas eis que chega
O batom
E botou mais poesia
Na taça de vinho tinto
Que ficou marcada
De alegria
Seus lábios
No fino cristal
Impressão de um beijo





















