fevereiro 06, 2025
POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras (Editora COUSA – 2023) A MULHER QUE ME APRESENTOU A VIDA Não sei se o veneno tinha cheiro...
POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras
(Editora COUSA – 2023)
A MULHER QUE ME APRESENTOU A VIDA
Não sei se o veneno tinha cheiro de um sonho
e a composição da cura passava por despertar um corpo,
uma consciência
(o mutilado se satisfaz com uma miragem da perfeição)
Mas não me vesti com seu desejo,
não me coube as cores de seu futuro,
vesti-me de mim, esse ser salobro
que se interroga a capacidade de amar
fevereiro 06, 2025
janeiro 30, 2025
POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras (Editora COUSA – 2023) O poema corre contra o sol nascente para que se espalhe a sombra...
POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras
(Editora COUSA – 2023)
O poema corre contra o sol nascente
para que se espalhe a sombra dos homens
sobre as cores da Terra.
PORQUE CARECEMOS DA ILUSÃO
Precisamos de um novo herói,
de um mago, de um mestre dos tempos,
que nos corrompa e seja obsceno,
que nos derrame o sangue de seu afeto
e nos apresente os desígnios das nuvens.
janeiro 30, 2025
janeiro 23, 2025
POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras (Editora COUSA – 2023) “Morte, tu me obrigas a mudar Nesta estufa em que meu corpo sua Todos os e...
POEMAS DO LIVRO “XXI Sombras
(Editora COUSA – 2023)
“Morte, tu me obrigas a mudar
Nesta estufa em que meu corpo sua
Todos os excessos do século.”
Hélinand de Froidmont
“Os Versos da Morte – Século XII"
janeiro 23, 2025
janeiro 16, 2025
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças” (Editora COUSA – 2022) MANUAL DO SANTO AMPARO Apoio a cabeça em mão que ...
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças”
(Editora COUSA – 2022)
MANUAL DO SANTO AMPARO
Apoio a cabeça
em mão que não é minha.
Ela me batiza,
me passa a unha,
acaricia,
desmancha o cabelo,
me põe medo
tampando os olhos,
empurra o nariz
janeiro 16, 2025
janeiro 09, 2025
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças” (Editora COUSA – 2022) MANUAL PARA LOUVAR A POESIA Abençoado o terror dos...
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças”
(Editora COUSA – 2022)
MANUAL PARA LOUVAR A POESIA
Abençoado o terror dos dedos
entregues à poesia madrugadora.
Abençoado o menestrel
das insurgências absurdas,
das desculpas, do torvelinho,
que late solto pelas cordilheiras.
Abençoado o nascido sonolento,
um passo atrás das urgências.
Abençoado o talo da imensidão
e o machado do corte,
o soletrar dos vícios
na paz dos escombros.
janeiro 09, 2025
janeiro 02, 2025
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças” (Editora COUSA – 2022) 1° de janeiro Após o pão e circo, sigo em busc...
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças”
(Editora COUSA – 2022)
1° de janeiro
Após o pão e circo,
sigo em busca da ciência de desinventar.
No vazio do salão amanhecido
ainda ressoam os ecos dos champanhes,
os alaridos esperançosos,
os sussurros de cumplicidade.
janeiro 02, 2025
dezembro 26, 2024
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças” (Editora COUSA – 2022) MANUAL PARA FAZER BOLA DE GOMA DE MASCAR A goma...
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças”
(Editora COUSA – 2022)
MANUAL PARA FAZER BOLA DE GOMA DE MASCAR
A goma é urbana
— ruminância humana.
Observar
os preceitos do bom uso
dos dentes,
da forma de mascar,
de sorver a abundância
da saliva,
remoer na mandíbula
e repousar sobre a língua.
dezembro 26, 2024
dezembro 19, 2024
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças” (Editora COUSA – 2022) MANUAL DE SE ENVEREDAR EM CAMINHOS Os campos er...
POEMAS DO LIVRO “Manual de Estilhaçar Vidraças”
(Editora COUSA – 2022)
MANUAL DE SE ENVEREDAR EM CAMINHOS
Os campos eram de um algo
de desprezar estradas,
percorrer vazios,
recontar as sombras.
Era um bastar-se
despercebido.
(Mesmo sem,
era muito.)
Preparar saltos,
conter a fadiga.
dezembro 19, 2024
dezembro 12, 2024
POEMAS DO LIVRO “A arte do Zero” (Editora Arribaçã – 2021) Quo Vadis Sou um devoto de pernas tortas, um desequilíbrio me p...
POEMAS DO LIVRO “A arte do Zero”
(Editora Arribaçã – 2021)
Quo Vadis
Sou um devoto de pernas tortas,
um desequilíbrio me preenche,
uma crença na embriaguez
(Um tom de cor
que não percebem os olhos claustrofóbicos)
Conforme os cartazes, não existo,
uma impossibilidade me percorre como
um sangue incolor
dezembro 12, 2024
dezembro 05, 2024
POEMAS DO LIVRO “A arte do Zero” (Editora Arribaçã – 2021) Cacos do Zero Meus cacos ― grãos no deserto do sonho desfei...
POEMAS DO LIVRO “A arte do Zero”
(Editora Arribaçã – 2021)
Cacos do Zero
Meus cacos
― grãos no deserto
do sonho desfeito.
Zero hora
Sou o princípio,
não passagem.
momento-prece
dos ponteiros rendidos
ao capricho do tempo.
dezembro 05, 2024
novembro 28, 2024
POEMAS DO LIVRO “A arte do Zero” (Editora Arribaçã – 2021) A terra é plana no avesso do Zero. O início O Zero já in...
POEMAS DO LIVRO “A arte do Zero”
(Editora Arribaçã – 2021)
A terra é plana no avesso do Zero.
O início
O Zero já inscrito
na imensidão,
boca aberta
aguardando o verbo
― trocou os dentes.
novembro 28, 2024
novembro 21, 2024
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE” (Editora Mondrongo – 2019) O QUE NÃO CABE A forma contida - este imbroglio, amarras de ...
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE”
(Editora Mondrongo – 2019)
O QUE NÃO CABE
A forma contida - este imbroglio,
amarras de cizal ao vento,
feixo de palavras, regalo,
falso cabedal de um momento
do poeta diante do espelho,
de um olhar vaidoso, soberbo,
lidando com a morte dos tolos
no penduricalho do verbo,
não basta ao real esquecimento
retinto por outros no tempo
como transitório alento.
novembro 21, 2024
novembro 14, 2024
Conheci Carlos Nejar em um almoço na casa de meu amigo e poeta capixaba, Oscar Gama Filho . Sempre admirei a obra de Nejar, uma exte...
Conheci Carlos Nejar em um almoço na casa de meu amigo e poeta capixaba,
Oscar Gama Filho.
Sempre admirei a obra de Nejar, uma extensa e rica produção literária que comprova tratar-se de um dos maiores poetas brasileiros.
novembro 14, 2024
novembro 07, 2024
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE” (Editora Mondrongo – 2019) MASSA DE PÃO O dote, esta maçã mordida; A voz, esta tinta d...
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE”
(Editora Mondrongo – 2019)
MASSA DE PÃO
O dote, esta maçã mordida;
A voz, esta tinta de estar
Nome, fugaz expectativa,
Moinho dos ossos, o lar.
Resmas, orvalhos e os espectros
Restam postos, nomeando dias,
Fermento gestando o passado,
Massa de pão, refluxo, azia.
novembro 07, 2024
outubro 31, 2024
Sempre é oportuno relembrar que a leitura atenta de um livro começa pelo nome com o qual o autor convida o leitor à leitura...
Sempre é oportuno relembrar que a leitura atenta de um livro começa pelo nome com o qual o autor convida o leitor à leitura – sobretudo quando se trata de um livro de poemas. O poeta costuma buscar a densidade em cada palavra, um visgo que grude na capa toda uma carga de significantes e emoções transfigurados em linguagem.
outubro 31, 2024
outubro 24, 2024
No final do século XVIII o pastor, teólogo e filósofo alemão, Johann Kaspar Lavater sur...
No final do século XVIII o pastor, teólogo e filósofo alemão, Johann Kaspar Lavater surpreendeu Goethe com a sua capacidade de dizer sobre a personalidade das pessoas a partir da análise da expressão facial, características físicas e a postura corporal. Lavater ficou conhecido pelo seu livro Fisiognomia e por sua amizade com o jovem Goethe e com o médico Mesmer (criador do mesmerismo).
outubro 24, 2024
outubro 17, 2024
" A invenção da imprensa é o maior acontecimento da história. É a revolução mãe... é o pensamento humano que larga uma forma e ves...
"A invenção da imprensa é o maior acontecimento da história. É a revolução mãe... é o pensamento humano que larga uma forma e veste outra... é a completa e definitiva mudança de pele dessa serpente diabólica, que, desde Adão, representa a inteligência."
(Victor Hugo, Nossa Senhora de Paris, 1831)
O exercício era recortar o jornal
picotar as palavras
lançá-las no aquário
as bolhas de um solitário peixe
tratavam de desmentir
qualquer verdade
outubro 17, 2024
outubro 07, 2024
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE” (Editora Mondrongo – 2019) ERA UMA VEZ A UTOPIA Para Renato Suttana Será possível...
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE”
(Editora Mondrongo – 2019)
ERA UMA VEZ A UTOPIA
Para Renato Suttana
Será possível conservar acasos,
ruas sem rumo e pastos sem cerca?
As cortinas não expõem a tristeza,
o crepitar, o tremor, o espasmo?
Deixem que os mortos testemunhem a dor,
o vibrar ensurdecedor - silêncio,
cada tambor reverberando o ócio
dos que violam o que do amor restou.
outubro 07, 2024
setembro 30, 2024
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE” (Editora Mondrongo – 2019) Nota do autor Crise do soneto ou crise do poeta? Falamos da imp...
POEMAS DO LIVRO “SONETOS EM CRISE”
(Editora Mondrongo – 2019)
Nota do autor
Crise do soneto ou crise do poeta? Falamos da imperfeição métrica, da inacurácia do esteta ou da pobreza técnica?
Impor-se a necessidade das formas fixas, de por “amarrados” os versos que se firmaram como libertos ao longo dos anos de produção poética – este o objetivo do poeta.
setembro 30, 2024
setembro 23, 2024
POEMAS DO LIVRO “O ORNITORRINCO DO PAU OCO” (Editora Cousa – 2018) CUMULUS Quero te dizer de uma nuvem acontecida, das l...
POEMAS DO LIVRO “O ORNITORRINCO DO PAU OCO”
(Editora Cousa – 2018)
CUMULUS
Quero te dizer
de uma nuvem acontecida,
das luzes de uma cidade distante,
– companheira –
desses derradeiros dias,
da última idade antecipada,
setembro 23, 2024