Anos atrás, década de 90, eu e um amigo tomávamos a imprescindível cervejinha do final de expediente. Praia de Tambaú, pés na areia e mãos no copo, quando comentávamos nossas trajetórias de professores, época em que morávamos no interior de São Paulo,
Está aí um dito popular com o qual devemos tomar cuidado: o tal de “dessa água eu não bebo”. Podemos acabar bebendo sim. Explico. Anos a...
Dessa água eu não bebo
Anos atrás, década de 90, eu e um amigo tomávamos a imprescindível cervejinha do final de expediente. Praia de Tambaú, pés na areia e mãos no copo, quando comentávamos nossas trajetórias de professores, época em que morávamos no interior de São Paulo,
Cuida! Cuida, para não entrar no labirinto do silenciar. Ele não te deixará sair. Por desejares muitas metades; penetrares em sonhos div...
Seja quem realmente você é
Por desejares muitas metades; penetrares em sonhos diversos; víveres incontáveis mentiras, por mais simples que sejam; fugires das verdades mais sublimes; enfim, por ser a fantasia tua vestimenta diária, já não sabes quem és, qual teu eu se faz presente.
“Tudo que é sólido desmancha no ar”. Ou na corrente sucessiva e sem fim dos ventos empoeirados que terminaram arruinando a casa do meu ant...
Berman, que saudade
Como se sabe, a frase vem de Marx, colhida por Marshall Berman como título e corolário do seu livro mais famoso. Frase que passei por cima, deixando-me levar pela compacta solidez dos vinte anos.
O território Pés pousados no chão. Abro os olhos para a realidade e sint...
Tudo em terra firme (II)
O território
Eduardo Frieiro, no seu livro “Os livros nossos amigos”, começa-o afirmando que “querer bem aos livros é sentimento que se parece muito...
Livros, não me livro
Estava a conversar com um amigo acerca das vaidades entre cidades que evidentemente existem nos corações e mentes de suas populações. E u...
Ciúmes
Criei uma ilha só pra mim do deserto dos homens me isolei só queria avisar que me encontrei ao contato comigo, desejei que...
Uma ilha só pra mim
Como um rio Escrevo, quase sempre no arrastar dos dias, medindo a temperatura dos meus sentimentos. Mas também como um rio em busca do m...
Páginas soltas de um Diário Perdido (I)
Se soubesses... Tudo tão contraditório em mim! Quero apossar-me de todas as paisagens e passagens, com suas cores, marcas, perfumes, e ao mesmo tempo desejo adormecer, até mesmo anestesiar-me, algumas vezes. Cansaço!
Na adolescência habitamos a mesma paisagem e fomos alimentados pela garapa da cana caiana e pisamos no barro que ficou pregado nos pés...
Conversa com a Memória
Li há algum tempo uma pesquisa sobre a palavra mais bonita da língua portuguesa. Muitos levaram em conta apen...
A palavra mais bonita
Poderíamos chamá-la de lutadora ou de guerreira e estaria muito bem, apesar do clichê. Ela foi (é) tudo isso e muito mais. Uma vencedora, ...
Elza Soares, uma brasileira
Paraíba, 23 de janeiro de 2022 A Pauta Cultural do Ambiente de Leitura Carlos Romero chega ao Episódio nº 25 em novo formato — ALCR Revi...
Pauta Cultural (Ep. 25)
Certas coisas “calam” a alma, e uma desesperança preenche, subitamente, o espaço que recriamos, dia -a -dia, para existir. Após assistir ...
Um pedido de socorro pela Mata Atlântica
O escrito, o exposto, essas meias verdes verdades, já não se escondem atrás de máscara.
A redoma estilhaçada faz frágil o ser antropocêntrico. A névoa, agora, é cinza de morte. A hora se apresenta túrgida de desassossego. O suor que nasce e evapora do febril pensante é quente, como no Holocausto de ontem. A vidraça, o vapor, a névoa, sobretudo o calor, fundem o metal encantado de Wall Street, em pleno Sol de meio-dia. É o céu um espelho partido, forjado por todos os alquimistas que acenderam o fogo da ambição. O girassol torporoso, refugia-se entre as pétalas que não tombaram ao orvalho ácido do alvorecer. Ele é incapaz de encarar a verdade deste Sol. O que dizer dos seres ignotos que se admiram nos espelhos das nuvens... Onde está a cuspideira, para que eu possa comemorar a soberba humana? Homem, mosaico de fluidos, senhor dos pensamentos dúbios e incoerentes, não tardes esperando que tua racionalidade te dê o norte. Ouve os ociosos que, perdidos entre estrelas, anteveem o simples fim. A rosa oriental que nasceu aos pés do cogumelo de poeira, já era rubra, ao brotar. Hoje, ganhou um toque tropical, está mais encarnada, herança diária dos inocentes exangues, que teimam em nascer, à margem do mundo globalizado. Os seres débeis já se esvaem na fumaça que escreve números em todo o céu. E o principal protagonista não lê os escritos das ondas, que, insistentes, desistiram de lavar as areias e passaram a deixar os seus escritos, nas memórias de uma geração.
Nada menos humano, menos carnal que o verde. Pútrida carne verde dos abandonados em valas. O que é verde o corpo despreza. Catarro, pus, vômica sinônimos de morte. A pele que ainda respira quando verde agoniza. De verde apenas os seres de nosso pobre imaginário. Nada mais vida, mais sentimento que o verde.
Gostaria de que o final do ciclo dos sóis visíveis me encontrasse bestando a apreciar bromélias.
A transparência dos fatos macula-se com a palavra. Como se a busca pelo caos fosse brindada com louvor e êxtase.
Em algum momento, antes do fim absoluto, o homem enfim olhará suas mãos sujas com a poeira do caos.
“O esquecimento jamais devolve seus reféns” Fabrício Carpinejar Somos formigas demais para o verde que resta. A escada de Tistu já não existe mais, perdeu-se no fogo verde. Ele, felizmente, está salvo, é um anjo... Legou-nos a metáfora de seu toque, mas nessa fila de ir e vir só a pele interpreta e julga o que o olhar não entende. Somos deuses demais para o verde que resta. Pode chorar ingazeira, pois não se volta do esquecimento. O tropel segue polvilhando cinzas sobre o cobre do entardecer, e a consciência não segue os passos de seus atos. Afinal, criamos Deus à nossa imagem, temos a chave da vida. Somos dementes demais para o verde que resta.
O mar afoga as colinas onde até anteontem os passos deixavam [ marcas de certezas. Os três ou quatro versos que eu deixei voltaram ao sal. Já não restam vogais, somente rastros na rocha dos tempos. Rezar não adianta; na cruz – poleiro dos derradeiros papagaios –, os musgos viçosos sobrevivem. O VERBO partiu e levou consigo o pecado. O mundo suspira aliviado o retorno à solidão.
Certa vez, psicografei um beija-flor morto na morna manhã da sensatez. Ele me confirmou que a turba renovará o erro de sempre. – O desespero do luar está em teus olhos, disse-me ele. Diz-me, rapaz, és capaz de ver quantas perspectivas na falsa inércia de um tronco?... Acreditas mesmo que um coração pode ser o centro do Universo?...
Morre de pé o verde, até que a inexorável gravidade trace seu rumo definitivo: partir para o esquecimento.
Vó Bela! O homem é assim: cultiva a ausência do verde, e, quando este finalmente falta, vende o que resta aos idólatras. Benditos os iconoclastas derrubadores do ídolo verde! Vó Bela! Será que chegará o dia em que tomaremos em nossas bocas uma folha verde como hóstia?
Certas bocas não vestem bem as palavras.
Como muitos cineastas, Steven Spielberg cresceu sonhando em ser diretor de cinema. Corriam os anos 1950 quando o então adolescente Steven ...
Steven Spielberg chega aos 75 sem ficar velho
A revista semanal “O Cruzeiro” foi um dos maiores sucessos editoriais do Brasil. Criada, em 1928, pelo jornalista paraibano Assis Chateaub...
O Amigo da Onça
Apesar de parcerias com vários compositores ligados à UFPB – José Alberto Kaplan, Ilza Nogueira , Carlos Anísio e Eli-Eri Moura – e com o...