Cacos Eles me olham da gaveta invisível Com olhos de Argos Silentes e vigilantes. Reviram o instante, vasculham arredores Subi...

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Cacos
Eles me olham da gaveta invisível Com olhos de Argos Silentes e vigilantes. Reviram o instante, vasculham arredores Subidas, descidas, curvas Grutas de elos perdidos. Fazem-me dar voltas sem descanso Nada me perguntam Nem dizem se já é hora...

O que mais vem me impressionando ultimamente – no que se refere a esta ... marcha ... da Humanidade – é a revisão total que tenho feito do...

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O que mais vem me impressionando ultimamente – no que se refere a esta ... marcha ... da Humanidade – é a revisão total que tenho feito do século passado, ao não mais vê-lo em filmes de lusco-fusco preto e branco, mas nítidos, remasterizados e colorizados, no YouTube, com ruas e avenidas de Londres, Berlim, Paris, Viena, Amsterdam ou Nova Iorque, em 1926, 1910, 1945, 1900, tudo com tal qualidade de imagens, que elas parecem ao vivo, sempre o trânsito intenso, multidões elegantes nas calçadas, um Ford 29 aqui, um V-8, ali um Citroën “traction avant” de 1935, moças e senhoras com vestidos da Dior ou Chanel, os cavalheiros, todos, de chapéu Prada ou Ramenzoni, - tudo estalando de novo, e isso ... parece ter a ver com a velha e estranha sensação, minha, de que os amigos Kaplan e Dr. Atêncio, de que meus pais, de que meus irmãos Wilma e Ney, de que o filho Dmitri, todos... continuam suas vidas em Pombal, Fortaleza e Sorocaba, ou ali, na Avenida Espírito Santo, tal a nitidez com que os vejo e ouço na memória. Agora mesmo, neste mesmo lugar em meu gabinete ,diante do computador, ouço mais uma vez a voz, lá fora – como em... 1994:

Euclides da Cunha diz em “O Homem”, segunda parte de Os sertões , estarmos “condenados à civilização. Ou progredimos, ou desaparecemos” (S...

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Euclides da Cunha diz em “O Homem”, segunda parte de Os sertões, estarmos “condenados à civilização. Ou progredimos, ou desaparecemos” (São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2019, cap. I, p. 114). A razão dessa afirmação taxativa é a reverberação do que ele viu em Canudos, a mais acabada imagem da barbárie, a ponto de ser chamada de “Troia de taipa dos jagunços” (Cap. II, p. 144; Cap. V, p. 225) e de “Jerusalém”, que se amaldiçoa (Cap. V, p. 255), numa alusão ao fato real da ação devastadora dos romanos contra os judeus, em 70 d. C., sob o comando do imperador Vespasiano e de seu filho Tito, e também ao grande mito de resistência guerreira na imagem da Troia homérica, devastada, igualmente, pelos argivos, sob o comando de Agamêmnon.

Bendito o tempo que conduz nossa vida, que acrescenta experiência, que nos dá sapiência, que oferece a oportunidade de construirmos nossa ...

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Bendito o tempo que conduz nossa vida, que acrescenta experiência, que nos dá sapiência, que oferece a oportunidade de construirmos nossa identidade, que nos proporciona astúcia para compor uma biografia.

O envelhecimento vem me ensinando a viver plenamente, e a abraçar a vida com sentimentos de amor-próprio. Vejo com clareza meu sentir e o quanto sou corajosa em redesenhar o roteiro da vida. Concluo que a felicidade está em mim. Reconheço minhas imperfeições, meus medos, minha vulnerabilidade, mas sou a dona do meu espaço amoroso e nada abalará essa enorme certeza do quanto minha vida é rara e preciosa.

Dez páginas, apenas e tão somente dez páginas em corpo 10 dos velhos magazines de linotipo!... E que páginas! Há prefácios assim. Esse d...

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Dez páginas, apenas e tão somente dez páginas em corpo 10 dos velhos magazines de linotipo!... E que páginas!

Há prefácios assim. Esse de meus frequentes retornos é assinado pelo professor José Pedro Nicodemos à edição feita para publicar pela Universidade Federal da Paraíba, através de sua editora, sob recomendação de um conselho editorial dirigido por Francisco Pontes da Silva.

Tenho várias manias e cacoetes. Sobretudo uma mania que considero muito boa. Aliás, me orgulho dessa mania. Sempre me dá bons retornos. Ad...

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Tenho várias manias e cacoetes. Sobretudo uma mania que considero muito boa. Aliás, me orgulho dessa mania. Sempre me dá bons retornos. Adoro visitar mercados públicos. Quando visito uma cidade, a primeira pergunta que faço é: “onde fica o mercado municipal?” Do jeito que adoro mercados, detesto shoppings. Em Itaporanga, no sertão da Paraíba, comprei algumas corujas esculpidas em madeira. Obras magníficas do saudoso Mestre Gabriel, artesão reconhecido. Gente de primeira qualidade. No Mercado de São Luiz do Maranhão, fiz algumas compras e ganhei preciosidades. CDs de um grupo de Boi de Matraca. Uma lindeza só. Em Belém do Pará, comprei um prato de cerâmica Marajoara (foto que ilustra esse texto) que ainda hoje está na minha sala.

Nascido em 1912 em Exu, Pernambuco, Luiz Gonzaga foi um dos melhores músicos e artistas que o Brasil já viu. E a maior expressão da música...

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Nascido em 1912 em Exu, Pernambuco, Luiz Gonzaga foi um dos melhores músicos e artistas que o Brasil já viu. E a maior expressão da música sertaneja nordestina, considerado pelos estudiosos como o mais importante cantor-músico-compositor que o nordeste já produziu.

Tendo o seu pai Januário como mestre e ídolo, ele começou a vida tocando sanfona no interior do nordeste, percorrendo o polígono da seca e absorvendo toda a cultura regional, baseada principalmente no sofrimento do povo nordestino, assolado por esse flagelo.


Aos 13 anos comprou a sua própria sanfona, ajudado pelo coronel Manuel Alencar, seu protetor. Aos 17 saiu de casa para tocar no Crato, do outro lado da Serra do Araripe, e não voltou mais. Vendeu a sua sanfona e sentou praça no exército, em Fortaleza, em busca de uma renda regular. Passou nove anos.

Instalada a Revolução de 30, viajou pelo país sendo o corneteiro da tropa, e foi bater em Minas Gerais, onde mandou fazer uma sanfona e aprimorou o seu domínio, aprendendo escala musical com Domingos Ambrósio, sanfoneiro mineiro.

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Luiz Gonzaga ("soldado Nascimento") na banda do 10º Regimento de Infantaria de Juiz de Fora-MG, em 1939 Fonte: Exército Brasileiro

Depois que deu baixa, emigrou para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde voltou à carreira de músico. Porém ainda não tocava músicas regionais nordestinas, senão músicas estrangeiras, nos bares e cabarés da periferia da cidade.

Até que um dia Luiz Gonzaga apresentou-se no Programa de Ary Barroso. Agradando, foi contratado pela Rádio Nacional, a poderosa e maior locomotiva que impulsionava a música brasileira da época. Assim recomeçava a carreira, que só terminaria com o seu falecimento em 1989.

Luiz Gonzaga aperfeiçoou o baião, que então era o único ritmo nordestino aceito pelos sulistas. Nos anos 1940 e 1950 era muito forte a presença do jazz, do Fox e,
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principalmente, do samba canção, nas noites de Rio de Janeiro e São Paulo.

Porém na Rádio Nacional a sua carreira artística deslanchou. Em 1941 ele gravou o seu primeiro disco, pela gravadora RCA Vitor.

Somente no início da década de 1950é que ele passou a compor e divulgar outros rimos nordestinos, como o xote e o xaxado.

Ao final de sua carreira, entre baiões, xotes, toadas e xaxados, Luiz Gonzaga deixou um acervo de mais de 627 músicas gravadas em 266 discos, 53 músicas de sua autoria, 233 em parcerias e 331 de outros compositores. Foram parcerias com letristas e compositores do maior quilate. Deles destaca-se o advogado cearense Humberto Teixeira, com quem, em cinco anos de parceria, compôs centenas de músicas. E depois com o médico compositor, poeta e folclorista pernambucano Zé Dantas, com quem teve produção semelhante.

Em 1950 gravou a música ao mesmo tempo bela e triste, Assum Preto, que havia feito em parceria com Humberto Teixeira, pela RCA Vitor. E em 1952 confirma o sucesso como principal divulgador da música sertaneja nordestina, gravando a toada Acauã, com Zé Dantas, também pela RCA Vitor.


No mesmo ano de 1952 grava também na RCA Vitor o baião Paraíba, lançada em 1950 com o cearense Humberto Teixeira. E aquela música que viria a se tornar o hino nacional do sertanejo nordestino, Asa Branca, que havia sido lançada em 1947 da mesma parceria com Humberto Teixeira, e também um baião. Vinte anos depois, em 1972, essa música vestiria uma roupa nova na versão espetacular do magnífico conjunto recifense Quinteto Violado. Nesta versão destaca-se memorável solo da flauta de Ciano Alves.


Anos depois Luiz Gonzaga encontrou-se com aquele que se tornou o seu herdeiro artístico natural: o também pernambucano Dominguinhos. A partir daí tornaram-se inseparáveis, em diversos espetáculos pelo Brasil.

Luiz Gonzaga era além de músico um grande artista cênico. A sua presença num palco era contagiante. São notáveis e gostosos os solos de sanfona em diversos espetáculos, como na música Samarica, Parteira. E na homenagem que fez ao jumento, que considerava irmão do sertanejo.

Ao longo de sua carreira participou de milhares de espetáculos pelo Brasil e exterior. Ele teve, então, muitos parceiros. Mas os espetáculos mais notáveis foram com Dominguinhos e com o cearense Raimundo Fagner, com memorável solo de sanfona.

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Fagner, Luiz Gonzaga, Oswaldinho do Acordeón e SivucaArq. Nacional

Em inusitada parceria com Hervé Cordovil, Luiz Gonzaga compôs outro hino de nossa geração: o excelente e alegre Vida de Viajante , que canta junto com o filho Gonzaguinha, e contracenou com Fagner.

Ao longo da sua trajetória artística Luiz Gonzaga teve muitos e bons parceiros. Os mais conhecidos são mesmo Zé Dantas e Humberto Teixeira. Um bom exemplo, fruto dessa parceria, é O Xote das Meninas , composto com Zé Dantas e gravado em 1953 pela RCA Vitor. Nesta música Zé Dantas revelou o seu conhecimento de fisiologia e ginecologia. Também mostrou a sua veia poética, ao descrever a transição da infância para a adolescência, comparando a menina-môça com a flor do mandacaru. E ao associar ao fim da estiagem. Bonito!

Mas o escritor, historiador e jornalista investigativo Flávio Ramalho de Brito considera que o melhor de todos foi Zé Marcolino, de Sumé. E em quantidade de músicas teve João Silva, de Garanhuns.


Destaques para Pássaro Carão , música alvissareira com Zé Marcolino. E Uma Pra Mim, Outra Pra Tu , animada mazurca de quadrilha-de-São João, composta em parceria com João Silva, onde Luiz Gonzaga erra maliciosamente a divisão das mulheres do salão. Muito engraçada!

Figura discreta, João Silva compôs mais de duas mil músicas que foram gravadas por grandes nomes da música brasileira. Cem delas só com Luiz Gonzaga.

Luiz Gonzaga era muito atualizado. Como se pode ver no Xote Ecológico , que compôs com Aguinaldo Batista.

Além de músicas de Zé Marcolino, de Sumé, Luiz Gonzaga prestigiou outro autor paraibano: Rivaldo Serrano de Andrade. Pois em 1973 ele gravou a linda música Fogo-Pagou , de autoria de Rivinha Serrano, como era conhecido. Com Humberto Teixeira, Luiz homenageou o seu pai, Januário, com o delicioso xote Respeita Januário .

Sempre divulgando o folclore e a cultura nordestinos, Luiz Gonzaga compôs vário clássicos, como O Jumento é Nosso Irmão Samarica Parteira — música rica em onomatopéias, como boa parte das músicas dele —, Vem Morena e ABC do Sertão .

No ano de 1953 o Nordeste foi assolado por uma das suas piores secas, com grande sofrimento para a população. O desastre ambiental provocou uma das maiores migrações já vistas no Brasil, com levas e mais levas de nordestinos emigrando para o sudeste, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo. À época o Brasil era composto por 20 Estados e seis Territórios federais.

Pois bem: indignados com a inércia e incompetência do governo federal, presidido pelo gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas compuseram a música Vozes da Seca, um brado de protesto contra o descaso que à época já era praticado contra o povo nordestino.


A letra da música é uma brilhante carta produto da indignação. Dirigindo-se respeitosamente ao presidente Vargas, inicia-se com a apresentação dos signatários, os nordestinos:

“Seu doutor, nordestinos, temos muita gratidão Pelo auxílio dos sulistas, nesta seca do sertão...”

E continua com uma lembrança de que o presidente Getúlio Vargas foi eleito para governar, também, os nordestinos:

“É por isso que pedimos proteção a vosmicê Homem, por nós, escolhido, para as rédeas do poder...”

Seguido do alerta para a ampla repercussão do flagelo da seca sobre a população da época:

“Pois doutor, dos vinte estados, temos oito sem chover Veja bem, mais da metade do Brasil tá sem comer...”

Em seguida dá uma aula de como se deve combater a seca e suas conseqüências:

“Dê serviço a nosso povo, encha os rios e barragens Dê comida a preço bom, não esqueça a açudagem...”

Oferecendo ao presidente Vargas possibilidades de bons dividendos conservando a dignidade, por ser justo para com o Nordeste e o seu povo humilhado pela situação de ter se tornado pedinte:

“Livre assim, nós da esmola, que no fim desta estiagem Lhe pagamo inté os juros sem gastar nossa coragem...”

E revela aquilo que será a redenção para o sertanejo nordestino afligido pela seca:

“Se o doutor fizer assim, salva o povo do sertão Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação E nunca mais nós pensa em seca, vai dá tudo neste chão Como vê, nosso destino, mercer tem na vossa mão...”

A canção conclui com uma advertência para o que acontecerá ao povo nordestino, se o governo federal continuar a dar-lhe as costas: tornar-se uma versão moderna do escravo histórico:

“Mas doutor, uma esmola a um homem que é são Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão!”


Nos dias de hoje, quando o nordestino tem sido tão discriminado por pessoas de baixo nível, racistas de outras plagas em sua maioria, concluímos que agem assim por inveja, por não aceitarem que um povo tratado como cidadão de segunda classe, possa ter dado gente de tanto valor, tanta expressão cultural, política, científica e social, entre os seus filhos.

A civilidade é um comportamento cada vez menos praticado nos tempos atuais. A sociedade contemporânea não encara mais como importante ...

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A civilidade é um comportamento cada vez menos praticado nos tempos atuais. A sociedade contemporânea não encara mais como importante cumprir as normas que garantam um bom convívio entre as pessoas. Valores e princípios são desconsiderados nas condutas dos indivíduos na vida social. Estamos perdendo o espírito harmônico que deveria existir nas relações humanas.

A foto de 5 crianças posando para uma simulada selfie na qual uma sandália de plástico faz a vez do celular que não possuem, é um petardo ...

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A foto de 5 crianças posando para uma simulada selfie na qual uma sandália de plástico faz a vez do celular que não possuem, é um petardo de alegria que vem pela internet ultrapassando latitudes e longitudes há mais de 2 anos.

Diante da foto, qualquer um de nós dá-se o direito de pensar na possibilidade daquelas crianças estarem talvez mais felizes ali, onde o princípio tecnológico da ação foi abolido em favor de uma fantasia compartilhada, do que estariam caso tivessem à mão um celular de verdade, e isso nos leva a crer na possibilidade de uma proeza metafórica poder as vezes resultar num tipo de alegria mais expansível que outras mais duramente enquadradas nos delimites da realidade,

Aquela noite da agonia derradeira, quando contemplei o rosto sereno de minha mãe na cama do hospital, segurando meu braço, ela murmurou co...

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Aquela noite da agonia derradeira, quando contemplei o rosto sereno de minha mãe na cama do hospital, segurando meu braço, ela murmurou com os lábios trêmulos “que Deus te abençoe”, e fui abençoado com a meiguice do seu olhar para o resto de minha vida.

Desde a infância sempre amei as mulheres. Nem mesmo a primeira decepção amorosa com Maria Dutra aos onze anos mudou isso. Até hoje os meu...

Desde a infância sempre amei as mulheres. Nem mesmo a primeira decepção amorosa com Maria Dutra aos onze anos mudou isso. Até hoje os meus “melhores amigos” são mulheres. Quando iniciei nas crônicas semanais (Jornal de Agá, posteriormente Correio da Paraíba) já comecei escrevendo sobre os direitos da mulher, ainda antes de “virar moda” defender o sexo feminino. Lembro bem que cheguei a desafiar o então Presidente Collor que humilhava publicamente sua esposa Rosane.

A figura da madrasta comumente faz lembrar personagens desprovidas de afeto, inclusive estereotipadas negativamente pela sonoridade (“má”)...

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A figura da madrasta comumente faz lembrar personagens desprovidas de afeto, inclusive estereotipadas negativamente pela sonoridade (“má”) da palavra portuguesa. Diferente da versão francesa: “belle mère” (bela mãe) ou do inglês “stepmother” (um grau de mãe) — que poesia... Nos filmes, romances e fábulas infantis são tenebrosas as referências de crueldade.

Em recente releitura de O Novo Testamento, um tema saltou aos meus olhos e ensejou diversas reflexões que desejo compartilhar com os leit...

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Em recente releitura de O Novo Testamento, um tema saltou aos meus olhos e ensejou diversas reflexões que desejo compartilhar com os leitores.

Revisando o Evangelho de Mateus, capítulo 2, li no versículo 11 – “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe e, prostrando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.”

'Muito barulho por nada', título da peça de Shakespeare, me faz evocar o desempenho de alguns poetas cuja dicção estridente, ruido...

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'Muito barulho por nada', título da peça de Shakespeare, me faz evocar o desempenho de alguns poetas cuja dicção estridente, ruidosa, lembra o som de charangas saudadas por fogos de artifício que possuem o falso brilho e a vida breve dos fogos-fátuos. O alarido, no caso, procura camuflar a retórica vazia, ornada de miçangas, paetês, lantejoulas, onde prevalece o acessório em detrimento do principal.

A poesia de Maria de Fátima de Barros Neves se impõe porque é diferente da que grita para se fazer ouvir, escutar, embora essa última quanto mais se esgoele mais faça por merecer ouvidos moucos. Claro que há poetas que gritam a plenos pulmões e têm o que dizer, a exemplo de Maiakovski e Castro Alves.

Sou do signo de Aquário. Um pé na lua. Mas meu ascendente é Câncer. Um pé enfincado na terra. Daí, passei a vida abrindo escalas. E não te...

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Sou do signo de Aquário. Um pé na lua. Mas meu ascendente é Câncer. Um pé enfincado na terra. Daí, passei a vida abrindo escalas. E não teve ballet que melhorasse essa abertura entre o céu e a terra.

Por isso, minha dificuldade com des-arrumação. Sou caótica nas gavetas. Sem método. E não sei onde achar uma tesourinha. Então, como me mudei, há 3 anos, de uma casa onde morava havia 34 anos? Falam para des-apegar. Mas essa não é a questão. Os meus “objetos sólidos” fazem parte dos meus braços e pernas. E não vejo como amputá-los. Quem vê assim, pensa que tenho coisas. E tenho.

Um dos períodos mais deslumbrantes de minha vida foi o que tive na segunda metade dos anos 60, em Pombal, indo dormir à meia-noite e despe...

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Um dos períodos mais deslumbrantes de minha vida foi o que tive na segunda metade dos anos 60, em Pombal, indo dormir à meia-noite e despertando às 3, para ler o máximo que pudesse – já que o dia me era todo tomado pelo exercício da subgerência do Banco do Brasil da cidade ... e pela vida em família – Ione e nossos filhos Alexei Dmitri (de 66 ) e Andréia (de 67 ).