A profundidade de um olhar Quem sabe o que se vai encontrar Na profundidade de um olhar? Será uma promessa? Será uma esperança? Será uma...

A profundidade de um olhar

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A profundidade de um olhar
Quem sabe o que se vai encontrar Na profundidade de um olhar? Será uma promessa? Será uma esperança? Será uma negação? Ah quanto fala um olhar! Preciso é saber lê-lo, Necessita-se da alma Para o interpretar. Olhares tímidos, Olhares perscrutadores, Olhares misteriosos, Olhares de paixão. Eu li segredos no teu olhar Que falaram lindo Ao meu coração. Entremeios
Entre o Céu e a Terra Estão as nuvens, Castelos de algodão, Que construímos Usando a imaginação. Entre o rio e o mar, Existe o caminho, O desejo de não ser mais um A vontade de não ser sozinho. Entre a rosa e a mão Existe o espinho, Que fere e machuca, Mas a rosa é tão bela, E a dor traz a sua compensação. Entre o dia e a noite, Existe uma madrugada, E nela vivem meus sonhos, E eu vivo sonhando acordada. Entre o poeta e a poesia, Existe o sentimento. A lágrima e o riso. A eternidade e o momento. Existe a palavra, Falada ou escrita, Que eterniza o momento. Entre o pintor e a tela Existe a beleza. Eternizada pelo olhar, Materializada pela imaginação. Sentida pelo coração. Entre o ódio e o amor, Existe apenas o silêncio, Que segue sem motivo, Sem explicação, Esperando, um dia, Pela beleza do perdão. Aquele poema
Aquele poema andava adormecido, Esperando a madrugada certa Para ser acordado. Aquele poema andava guardado, Esperando a rima certa Para ser escrito. Aquele poema andava engasgado, Esperando o momento certo Para ser declamado. Aquele poema... Ah! Aquele poema, Precisava ser uma obra prima! Aquele poema, Precisava do luar, Precisava do arco-íris Como rima. Aquele poema Tinha de acontecer... No tempo certo, na hora exata, No sentimento puro, na métrica perfeita. E quando se reuniram Todos os elementos, Ele surgiu E foi lançado aos ventos. E as borboletas Como flores voadoras Espalhavam-no pelo ar, E os pássaros vibravam a cantar. Eu te amo, eu te amo, eu te amo! Ilusão
Ilusão é quando a gente foca errado E a imagem é borrada, Sem perfeição. Ilusão é errar o alvo, É andar na contramão. Ilusão é a visão míope, É enganar-se na emoção. Ilusão é sentimento equivocado, Que obnubila o coração. Ilusão é perder a rota, E navegar a deriva. Ilusão é errar o golpe E cortar na carne viva. Digo então, desperta, Ajusta o foco, Tira a venda, Corrige a rota, Desilude-te E liberta o coração.



Vólia Loureiro do Amaral é engenheira civil, poetisa e escritora

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  1. Grata sempre pela oportunidade de estar presente neste espaço que a cada dia se torna um ícone da Cultura paraibana.

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