Continuemos seguindo por estas praias. Cumprindo os passos de Anchieta , que escrevia seus poemas para a Virgem nas areias de Rerigtiba ...

Itinerário do Sol (2)

literatura capixaba espírito santo poetas escritores poesias selecionadas
Continuemos seguindo por estas praias. Cumprindo os passos de Anchieta, que escrevia seus poemas para a Virgem nas areias de Rerigtiba, cidade que hoje recebe seu nome e abriga um importante sítio histórico. Busquemos os poetas, que como ele, deixaram que o mar decidisse sobre a imortalidade de seus passos nas areias deste litoral banhado pelo Atlântico.

Muitos poetas capixabas nasceram e seguiram para outros Estados. Outros fizeram o caminha inverso e, mesmo nascendo em outros Estados, vieram morar, viver e escrever seus poemas no Espirito Santo. Assim é a vida.

A suprema arte é a raiz dos ausentes. Sim, muitos dos poetas que ora apresentamos aos leitores já são falecidos. Grandes poetas que deixaram seus passos em vida e seguiram com a morte, essa passageira inexorável do tempo.
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9ª CANTIGA DE ACORDAR MULHER
Um dia te acharás sem inteirar a casa: ouvirás o marido ressonando, os filhos dormindo em calma… O espelho te acenará, te lembrará coisas da mocidade, coisas da meninice, te mostrará vindas algumas rugas; contemplarás o espelho, o quarto, a casa; perguntarás por ti mesma, pelo teu próprio destino — e o espelho fará silêncio: será o sinal de estares acordando.
RESÍDUO
Tanta cal, tanta cinza, tanto incenso e o vôo impraticável e o pesado projeto de cruzar o rio a nado e o caminhar feito um esforço imenso. Raro sujeito mostra-se propenso a alar as rédeas do seu próprio fado: objeto, o mais geral aceita alheado toda a cal, toda a cinza, todo o incenso. Contra a revolta, a palha da rotina; há aquele gesto ou grito que termina trocando uma bandeira por um lenço, e então seguir é ir carregando a estrada nos ombros – e com ela carregada vai a cal, vai a cinza, vai o incenso.
ALBA
Não faz mal que amanheça devagar, as flores não têm pressa nem os frutos: sabem que a vagareza dos minutos adoça mais o outono por chegar. Portanto não faz mal que devagar o dia vença a noite em seus redutos de leste - o que nos cabe é ter enxutos os olhos e a intenção de madrugar.
QUESTÕES DE TEMPO
Quem perguntará por mim quando a última passar com seu facão? Que mulher grave desfalecerá vendo apagados meus olhos na multidão? Que homem de bem guardará o adeus meu seco na palma da mão? Quem lembrará minha voz coral ausente em qualquer canção? Quem se pagará a herança inteira ou em pedaços do meu indivisível coração? E a quem a flor de raiz em mim fará os acenos do não?
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Geir Campos/ São José do Calçado, ES (1924—1999)
Publicou seu primeiro livro de poesia, Rosa dos Rumos, em 1950. Na época, ingressou na Faculdade de Direito e no curso de Letras Anglo-Germânicas da Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, mas não chegou a conclui-los. Entre 1950 e 1970 colaborou nos periódicos cariocas O Semanário, Paratodos, Jornal de Letras, Diário Carioca, Diário de Notícias e A Noite. Em 1951, fundou as Edições Hipocampo, com o poeta Thiago de Mello. Nos anos 50, traduziu várias obras, entre as quais Parábolas e Fragmentos, de Kafka, e publicou o livro de contos O Vestíbulo, Conto & Vírgula, além de ensaios e peças de teatro. Recebeu, em 1955, o Prêmio Olavo Bilac para poesia. Em 1960 foi diretor da Biblioteca Pública Estadual do Rio de Janeiro e publicou o Pequeno Dicionário de Arte Poética. Teve poemas publicados na antologia Violão de Rua (1962), organizada pelo Centro Popular de Cultura da UNE. Sua poesia vincula-se à terceira geração do Modernismo.
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CAIM
Aqui estou, Pai Seu filho enjeitado pela eternidade Aquele que carregará Para sempre Em seu ventre Todos os males da Humanidade Por que você me fez carne? Por que você me deu o sopro da vida? Por que você me fez essa maldade? Pois não sou eu que existo Apenas e tão somente Segundo a sua vontade? Nas minhas mãos O sangue do meu sangue Na minha testa O selo do pecado De nada valeu ter me arrependido De nada valeu ter tanto chorado Seu desejo era me ver maldito Eu e toda a minha geração E é do fruto da minha árvore Que as piores coisas virão É dela que sairá Quem entregará seu filho amado E é só por isso que eu existo: Para ser o mal encarnado Que fardo pesado, Pai Que fardo pesado.
A PALAVRA PURA
Para Carlos Drummond de Andrade Quero a palavra simples e pura A mais bela A mais curta Aquela que, de tão bela, Pareça qualquer Quero a palavra única Que, de tão precisa, Não enseje outra E que, de tão profunda, Pareça rasa E, de tão rasa, Permita o mergulho de poucos
UM REINVENTAR DE OLHOS
Que lindos pés são esses que vejo coser as sendas do caminho? Que lindos pés são esses a ganhar asas no infinito (quando tudo se move numa torre de delírio?) São esses os pés que dobram a curva do impossível onde é refeito o destino São os pés que se aninham entre minhas pernas como velas em uma Nau de Sargaços um nosso reinventar de olhos (o vórtice do nosso redemoinho)
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Anaximandro Amorim / Vila Velha, ES (1978)
Advogado, professor e escritor. Formado em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Pós-graduado em Direito Processual Civil pela Estácio de Sá. Licenciado em Letras Português e Francês pela UFES. Mestrando em Estudos Literários pela UFES. Membro da Academia Espírito-santense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo e da Academia de Letras de Vila Velha.
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VOCÊ FUMA SEU MARLBORO E DENTRO DAS CALÇAS SENTE TESÃO E MEDO
Você fuma seu Marlboro  e dentro das calças sente tesão e medo. Eventualmente você mente. E embora tente quase nunca sente pelo mundo. Você respira fundo antes de dizer o que acha ser verdade. Em cada pausa uma nódoa. Uma náusea. Uma rosa virada ao avesso. Você acessa sites  e seus gigabytes tornam o fim o seu começo. Você quebra a banca. Banca o foda. E tal e qual a lesma, toda prosa, lambe o musgo do muro para não morrer de fome. Você some na hora em que o bicho pega. Nega por três vezes quem jurou defender. Mas, você ri do que? Estica o dedo em riste e come alpiste com shake para emagrecer. Você caga e anda e sangra a cada dia uma gota da agonia que insiste em não ver. Você assina o cheque. Você risca a porta. E o som metálico do seu hálito faz jus a quem você diz ser. Você encontra e esconde, porque quer tudo. E ao reter engorda. E ao engordar explode tudo que não soube dividir ou conter. Você chora quando vê algo terrível e pensa que podia ser com quem ama. Ou com você. Tenta engolir mas engasga a verdade nodosa. Leva as mãos às faces distorcidas pelo horror, ao perceber  que o anjo - ainda que alado - também morre afogado. E aí, nada mais há a fazer. Mem por você, que sou eu. Nem por mim, que sou você.
EXU BATE OS CASCOS NO AZUL ESCURO DO ASFALTO
Exu bate os cascos no azul escuro do asfalto. Quando ele vem fala alto. Sua gargalhada estronda por sobre toda a cidade. Exu é permanência – imensa. E brevidade – evade. Exu bebe o fogo das taças. Não tropeça, Não trapaça. Galopa e conecta a terra com o avesso do que a revela.
VOLT
Um poema para romper os tímpanos e dividir o átomo. Escatotrágico e volátil, como a baba da lesma na grama. Como a nesga da matéria radioativa ou a vida dividida em pacotes de dez. Um poema com antídoto para traças. Como se, baças, as letras tivessem asas que grafassem queimas & teimas & resmas.  Ledas dançando com cisnes disfarçados de Zeus Um poema como se todo o dolo fosse seu. Cheio de palavras cruas. Feito você, nua a aquecer a noite da minha rua
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Caê Guimarães / Rio, RJ (1970)
Escritor e poeta, autor de Por baixo da pele fria (poesia, 1997), Entalhe final (conto, 1999), Quando o dia nasce sujo (poesia, 2005), De quando minha rua tinha borboletas (Crônicas, 2010) e Vácuo (poesia, 2014). Seu primeiro livro foi lançado na Catalunha com o título Per sota de la Pel Freda (trad. Joana Castells Savall, 2013). Encontro você no oitavo round (Record, 2020) é seu romance de estreia e venceu o Prêmio Sesc de Literatura 2020.
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NOVA MÚSICA AQUÁTICA
Ó rio Doce, quanto da tua lama são lágrimas de quem te ama! Valeu a pena o verso de Pessoa? De Drummond, o aviso-poema? Nada vale nada se a alma é pequena. Reside remota esperança nas histórias de toda infância. Existem urgentes cuidados nos temas da nossa sinfônica. Rápido reúnam músicos exímios em Linhares, Colatina, Baixo Guandu para tocarem peças clássicas e de nós afastarem os rejeitos da cobiça, palavras gastas e omissas, a negligência feita com pesados metais. Em Linhares toquem Villa-Lobos, Guarnieri, Guerra Peixe para relembrarmos os antepassados vindos de terras portuguesas, de campos africanos, das matas daqui mesmo e que resistiram a tudo. Nós também resistiremos! No programa em Colatina incluam o Concerto de Varsóvia de Addinsell para homenagear os bravos poloneses que resistiram em Águia Branca. Também resistiremos! Em Baixo Guandu não se esqueçam de Handel, Verdi, Wagner para celebrarmos brasileiros, italianos, alemães desbravadores de selvas e que a tudo resistiram. Sim, também resistiremos! O mundo todo marcou um encontro no Rio Doce. Os sons da orquestra capixaba combaterão a lama percorrerão o imenso vale, animando as pessoas para as lutas que virão. A chama da vida retornará aos poucos, trazida por cordas, sopros, percussão. A todos chegará o apelo musical – aos peixes mortos, às algas desmilinguidas, às avermelhadas pedras, aos pássaros caídos... Haverá lagostins novamente nas rochas submersas em Mascarenhas. Os cascudos voltarão às suas locas na altura de Barbados. E em Regência Augusta, perto do mar, águas limpas verão de novo os pulos dos robalos. Resistiremos. Resistiremos sempre. Como a pureza resiste dentro da gente. Como o futuro resiste em cada criança.
NÃO ESTAVA LÁ
Não estive lá, mas é como se lá estivesse. A fumaça subindo, o rubro das chamas, pequenas explosões amareladas, o prédio inteiro iluminado pela última vez. Não estive lá, mas é como se lá estivesse. Por que nos agarramos a objetos, recordações, memórias? Como escrever poemas depois de Auschwitz? Não estive lá, mas é como se lá estivesse. Para que fazer poemas depois do Museu Nacional incendiado ao vivo e a cores? Não estive lá... Um ponto existiu no universo, num tempo do universo, e dele fumaça e cinzas subiram, foram aos céus qual miúdo sol se derretendo num sacrifício a Ninguém. Devem ter chorado por todas essas cinzas, chorado por toda essa fumaça. Muitos talvez ainda não saibam: perdemos um parente, perdemos pessoa querida, acabou-se o que era doce juventude. Foi-se para sempre um pedaço nosso, dissipado na fogueira desesperada. Mas tudo bem, a vida continua, o incêndio será extinto, o calor da hora passará. Tudo passa, tudo se acaba nesta vida. Mas precisava ser assim? Precisava ser tão rápido? Numa das salas do museu, a diretora Heloísa Alberto Torres combinou com o cientista Mello Leitão uma forma de contratar o jovem Augusto Ruschi que iniciava suas pesquisas de fauna e flora em Santa Teresa do Espírito Santo. Tantas histórias pra contar... Vi uma vitrine com imenso caranguejo do Alasca, vi o meteorito Bendegó, caído na Bahia, vi uns vidros com nove fetos humanos, mostrando cada mês da gestação. Respirei sofisticadas culturas indígenas. Ouvi o ronco das múmias do Egito, paradas aqui por engano porque iam pra Argentina e o Império as comprou. O que mais experimentei? Mostruários de insetos, de pedras e ossos. Muitos ossos, até os da preguiça gigante, quem sabe megatério de Cachoeiro de Itapemirim antes dos capixabas existirem? Examinemos o meteorito Bendegó. Para ele o incêndio não foi nada: já suportou temperaturas bem mais altas, o Bendegó. Não seria o caso de fazer nas ruínas plataforma de lançamento e mandar o meteorito girar no espaço de novo? Nós não o merecemos. Não merecemos mais nada depois dessa fornalha. Sim, estamos de luto, e falamos as palavras convencionais quando morre alguém da família ou do círculo de amizades. E repetimos a expressão: Esta é uma tragédia anunciada. Anunciada somente? É tragédia elaborada pouco a pouco, ano a ano por nossa incompetência, por nossa imprudência, nossa imperícia. Nós os humanos somos todos urdidores dessas dores, dessas fumaças que subiram das chaminés de fornos crematórios, e que agora se elevaram dos restos do Museu Nacional na Quinta da Boa Vista, Cidade Maravilhosa, Brasil. Não estava em Auschwitz, mas é como se lá estivesse. Não estávamos na Quinta da Boa Vista mas é como se estivéssemos todos lá desde as nossas infâncias curiosas. O que vamos falar pros netos? Dizer que as fumaças se dissiparam da mesma forma em Auschwitz e no crematório do Museu Nacional? Garantir que as duas tragédias se assemelham por terem matado pessoas? No nosso caso, destruíram numa só fornada o passado e o futuro de muita gente. Holocaustos não se fazem por acaso: nossa maldade os constrói. O que as cinzas do velho museu adubarão? Se pudesse, o próprio Bendegó deixaria a Terra depois desse horror.
CULINÁRIA ANTIGA
Tu que tens a ilusão de tudo dominar, humilha-te. Do trigo fazes pão e da uva, vinho. Conservas o leite por mais tempo, ao transformá-lo em queijo. Em um animal juntas carne e o chamas carneiro. No boi reúnes mais carne, por gostares muito dela. Da mandioca brava tiras farinha: do mal arrancas algum bem. Mas por que cultivas o horror? Ele sempre integra tua história, o horror. Subjuga-te, tu que convertes em aço o ferro e o carvão. Eles sumirão se os dissipares. Nada substitui o original, até no mundo dos minérios. E é bom mesmo conservares sementes em abrigos seguros: se morrerem os germens das batatas, todas elas acabarão. Também entre os vegetais, nada substitui o original. Ajoelha-te, tu que aos poucos conheces as leis da natureza apenas para lhes obedecer. Nenhuma tu crias ou revogas. E és desobediente por natureza. Para teu bel-prazer, queres tudo amestrar. Tens animais em cativeiro para repasto teu, mas esqueces: eles não te pertencem. No reino onde existem, nada substitui o original. Ó povo rude, curva-te. Domaste poucas aves dos céus. Submeteste alguns seres das águas. Selecionaste bichos e plantas para te servirem assim ou assado. Erras se pensas que és o topo da cadeia alimentar. Acima tem outra besta-fera que de ti se nutre: tu mesmo, em teus desvarios. Nada substitui o original. Nem teus novos pecados. Levanta o rosto para responder: Quem te sujeita? Quem te amansa, infeliz? ( ) E aí? Continuas mudo? Guardas a boca somente para comer o feijão com arroz de todo dia? Isso até evitaria muita desavença... Até quando criarás o horror? Será isto, fabricar o horror, a tua natureza original? Verga-te então sob tua própria pequenez. Nada domesticaste, nem sequer a ti. E entre borboletas feitas com pão de forma e manteiga, igual à Lagarta Azul interrogando Alice naquele desenho animado do Disney, convém perguntar ao estranho que te habita: – Quem és tu?
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Fernando Antônio de Moraes Achiamé / Colatina, ES (1950)
Poeta e historiador. Ocupante da cadeira nº 17 da Academia Espírito-Santense de Letras (AEL). Autor do Guia Preliminar do Arquivo Público Estadual (1981); do Catálogo dos Bens Culturais Tombados no Estado do Espírito Santo (1991, em coautoria); do livro de poemas A Obra Incerta (2000); da pesquisa histórica O Espírito Santo na Era Vargas: elites políticas e reformismo autoritário, publicada pela Editora da FGV (2010); da pesquisa histórica Esquadro e compasso em Vitória – álbum da Loja Maçônica União e Progresso, editada pelo IHGES (2010); e do Livro Novíssimo – poemas (2011). Publicou o ensaio biográfico Guilherme Santos Neves (2013, em coautoria). Em 2018, a Editora Patuá lançou seu livro, Manual prático do mistério – poemas. Em 2020, a Editora Cousa imprimiu a segunda edição do livro Novíssimo – poemas, a ser lançada brevemente.
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REFLEXÃO DO PAJÉ
Estrangeiros em nossa própria terra, sonhamos uma terra fabulosa,    um mundo legendário, e vagamos sem rumo nesta busca do mítico país da venturança, hebreus em eterna travessia de um mar vermelho de sangue e vergonha, ponte entre o precário e o supino − via que nos leva ao divino. Pobres almas iludidas, mirrando em transe errático neste vasto território, à procura de outra terra nesta terra, de outro mundo neste mundo e outra vida nesta vida. Em busca de outra terra jamais encontrada, quantos índios pereceram! E quantos pobres diabos ainda zanzam nestas belas plagas, iludidos por um cruel engodo, esfíngico mistério, enigma simbólico, poético — enfeitiçados por belas metáforas! Terra sem mal, que tanto almejamos, mirífico país, sonho que aflige as nossas almas mais que o pesadelo, onde te encontraremos?
LIÇÕES DE TUPI-GUARANI – III
KOÃ, KUÃ – cintura KOÁ, KUÁ – cintura, quadril, anca, meio, centro do corpo KOÁ, KUÁ, KOARA, KUARA – furo, orifício, buraco, gruta KÕY – duplo, gêmeos, unidos KUÃY – preceito, mandamento, ordem KOÕ – pungir, queimar, irritar, arder KÕÕY – ofender, injuriar, desagradar
LIÇÕES DE TUPI-GUARANI – IV
KU – língua KUÁ – porto, baía; quadril, anca, meio; orifício, buraco AKU – quente, tépido, cálido KUABA – saber, conhecer KUAKUBA – esconder, ocultar KUAPABA – sabedoria, conhecimento, ciência; sinal, marca KUAKUPABA – esconderijo, refúgio KUAPARA – sabedor, estudado, cientista, erudito KUAKUPARA – escondedor, ocultador
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Waldo Motta / São Mateus, ES (1959)
Autor de Eis o homem (FCAA-UFES, 1987), Poiezen (Massao Ohno/Ufes, 1990), Bundo e outros poemas (Unicamp, 1996, finalista do prêmio Jabuti 1997), Recanto - poema das 7 letras (Ímã, 2002) e Transpaixão (Edufes, 2009, 2. ed.). Indicado pelo Instituto Goethe-SP, ganhou do Landeshauptstadt München Kulturreferat e Fundação Villa Waldberta uma bolsa e estadia de 3 meses na Villa Waldberta, Alemanha, em 2001-2002, com o projeto do livro Terra sem mal, e foi writer-in-residence, por um mês, em 2002, na Universidade da Califórnia, em Berkeley, EUA. Experimenta linguagens e formas diversas, pesquisa culturas arcaicas, mitos, símbolos, religiões e propõe um sistema de pensamento cujo fundamento é a concepção do lugar sagrado.

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  1. Parabéns, Jorge Elias! Você é uma pessoa ímpar. Um belo trabalho de divulgação. Abraços.

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  2. Obrigado, Ana Cristina. Nós, capixabas, devemos agradecer ao editor Germano Romero e sua equipe, pelo espaço e edição primorosa.

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