A verdade é que o homem, que já não sabe mais conviver com o semelhante, não conhece mais os sinais da natureza. Pior: perdeu completamente a capacidade de dialogar com ela. Pouca gente dá importância a coisas como a direção dos ventos, as fases da Lua, a posição do Sol, as estações do ano, as marés, as correntes marítimas. Para muitos jovens, solstício e equinócio são palavrões ou nomes de remédios para emagrecer.
B. Yurasits
Puxando o assunto para o nosso sítio, João Pessoa, o ideal seria que as autoridades pensassem mil vezes antes de permitir a ocupação da beira-mar. A beira-mar é o lugar menos indicado para se instalar palcos, arenas, bares, barracas, quaisquer estruturas, mesmo que removíveis. A gente observa que não é o mar que avança sobre o continente. É o homem que agride e invade o mar de forma cada vez mais irresponsável e descontrolada.
Caminhar à noite ou de manhã cedo nas areias de Tambaú e Cabo Branco é um suplício para quem ainda se sensibiliza com o sofrimento dos animais marinhos que dependem das praias urbanas para sobreviver. O desrespeito ao mar está em toda parte. Encontramos tudo, tudo mesmo. De peixes mortos por tentar comer material plástico a corpos estranhos que provocam ferimentos.
N. Jensen
Poucos se incomodam com os sinais emitidos pela morte lenta do Cabo Branco. Dá para desconfiar de que os paraibanos só vão começar a se preocupar com o assunto quando o mar destruir totalmente o asfalto e alguns imóveis da primeira avenida.