Os tímidos se ocultam dos holofotes e se escondem de ovações. Li em ”O Homem Medíocre”, do filósofo argentino José Ingenieros, o libelo contumaz a descrever os tipos que não se aquietam enquanto não recebem o incenso de elogio fácil. Ele cita do mais popular humano aos entronizados no poder, nas artes, na política, enfim, nas diversas posições ocupadas pelos pobres mortais. É um estudo de fôlego.
Celyn Kang
Mas os tímidos são contraponto de tais espetacularizações tão bem estudadas por Mario Vargas Llosa, onde o escritor peruano aborda a chamada “civilização dos espetáculos”. Este modismo preponderante no chamado pós-modernismo, quando toma palcos e altos níveis quem procura assenhorar-se do efêmero como se fora permanente.
Celyn Kang
Tudo passa, como afirma Santa Teresa de Jesus (a espanhola carmelita) na sua famosa oração, considerada uma das maiores mulheres já nascidas no meio de nós. Todos nós somos operários, trabalhando os detalhes, altos e baixos relevos de nossas vidas transitórias. Clóvis dos Santos Lima, meu mestre de Direito do Trabalho, repetia sempre: “os mausoléus estão cheios de imortais”. Valemos pelo que fazemos em favor do bem comum e reconhecemos que, apenas, contribuímos para o crescimento humano. Isto no anonimato, sem estrelismo, sem opulência.