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Pelas bandas de cá do mundo, o Nordeste é diferente. O céu de junho traz notícias específicas e especiais. Ele desenha em nuvens de ...

paisagem junina crepusculo cores ceu
Pelas bandas de cá do mundo, o Nordeste é diferente. O céu de junho traz notícias específicas e especiais. Ele desenha em nuvens de comida de milho, se enfeita de bandeirolas e até tem uma playlist ao ritmo de forró pé-de-serra, xote, baião. E traz chuva mais forte, faz cair suave e deliciosamente os marcadores dos termômetros.

Na mesa, dados, tabuleiros, perguntas, brindes e a formação de lembranças em jogos novos e antigos. A vida está presente em movimento d...

jogo vida sorte visao de mundo
Na mesa, dados, tabuleiros, perguntas, brindes e a formação de lembranças em jogos novos e antigos. A vida está presente em movimento de mãos, bocas e olhares nos cíclicos encontros. Numa caixinha, músicas se alternam, conectam e transportam mentes. Vozes e instrumentos ecoam versos e acordes de tempos atrás. A música está presente mesmo quando silenciosa, quase um murmúrio, uma oração, um apelo para que o tempo daquele instante se torne eterno.

O balanço das páginas abre mundos, personagens, vivos, mortos ou imaginários, tempos, coisas, cenas, ventanias. Histórias de cria...

leitura paginas literatura poesia
O balanço das páginas abre mundos, personagens, vivos, mortos ou imaginários, tempos, coisas, cenas, ventanias. Histórias de criatividade real ou realidades ilusórias. Ondas de navegação ao tempo das caravelas, das canoas, dos monstros de aço que deslizam por calmarias ou tempestades pelos mares da imaginação autoral.

Desvario de tempo. Igual e diverso para cada olhar. É necessário para tudo que se encontra na dimensão perceptível do momento. O espa...

Desvario de tempo. Igual e diverso para cada olhar. É necessário para tudo que se encontra na dimensão perceptível do momento. O espaço métrico de algo impalpável e, da mesma forma, concreto que se desmancha a cada instante e se reconstrói em lembrança. Ao olhar dos homens, talvez dos demais seres, o tempo se apresenta em mutações, em ritmos variáveis, quando, verdadeiro, apenas segue adiante, mesmo que em aparentes voltas, sem voltar.

Prateleiras, gavetas e caixas guardam uma coleção de objetos, coisas coletadas ao longo da vida. É um álbum, um armazém de memórias...

recordacoes lembrancas arrumacao memoria
Prateleiras, gavetas e caixas guardam uma coleção de objetos, coisas coletadas ao longo da vida. É um álbum, um armazém de memórias guardadas. Volumes catalogados num repositório de lembranças jamais esquecidas, só devidamente estacionadas, que, às vezes, emergem ao se disparar gatilhos. Coisas dos humanos, um ser improvável, que equilibra-se quando bambeia mesmo sozinho.

Um solfejar a intervalos revelam notas das memórias, descortina rostos, histórias, sorrisos e lágrimas alegres. Produz mergulhos n...

reflexoes nostalgia lembranca
Um solfejar a intervalos revelam notas das memórias, descortina rostos, histórias, sorrisos e lágrimas alegres. Produz mergulhos nas lembranças e na piscina azul de claro contorno noturno das luzes em contracena do tinto do copo. Tudo refletido pelo princípio da noite, um descortinar diário que sempre encanta.

Os riscos dos movimentos em ballet das nuvens constroem a cenografia para as avoantes de todas as formas e origens, biológicas ou ...

ceu altura sonho nuvens
Os riscos dos movimentos em ballet das nuvens constroem a cenografia para as avoantes de todas as formas e origens, biológicas ou tecnológicas. O céu é um imenso palco em constante espetáculo mutável. O azul em multitons, o branco e o cinza formados pelos blocos de enevoamentos em caminhada como romaria ao sabor dos ventos, o negro tempestuoso ou o breu noturno. E ainda os alaranjados efeitos especiais declarando o início do dia ou a proximidade da noite. Sem contar a caixa de lápis de cor aberta pelas curvas dos arco-íris em ligação de dois pontos e como mensageiros aos homens: todas as cores importam.

O menino atira o olhar em forma de flecha pela janela e atinge muitos tempos. Das eras dos outros garotos, dos velhos nas praças, d...

infancia olhar crianca
O menino atira o olhar em forma de flecha pela janela e atinge muitos tempos. Das eras dos outros garotos, dos velhos nas praças, do motorista da condução apressado, do sorveteiro concentrado no equilíbrio dos negócios para que não derretesse, da menina sonhadora da outra janela. E mirou máquinas modernas e ultrapassadas que se encontravam nas esquinas, nos desenhos e nos destinos.

É um dia normal de abril, o céu está com algumas nuvens, mas a temperatura segue abafada e qualquer rasgo de vento que bate vindo do le...

É um dia normal de abril, o céu está com algumas nuvens, mas a temperatura segue abafada e qualquer rasgo de vento que bate vindo do leste é como mãos macias acariciando cabelos, rosto, o corpo pensativo e caminhante. A música suave ecoa na mente como em ondas que se aproximam e se afastam ao ritmo da maré dos pensamentos.

A porta da antiga barbearia ainda está aberta. Na inclinada calçada vejo os mesmos batentes para facilitar o acesso ao estabelecim...

nostalgia passado recordacao
A porta da antiga barbearia ainda está aberta. Na inclinada calçada vejo os mesmos batentes para facilitar o acesso ao estabelecimento. Do lado de fora, ao passar, observo de relance que pouco foi modificado. Duas cadeiras de barbeiro de frente para os espelhos e, por trás, um banquinho para quem aguarda a vez. A rua, a Peregrino de Carvalho, que hoje sei do nome, fervilha menos devido às mudanças impostas pelo tempo.

O olho no fundo do copo mira a vista e a mente com turbidez. Balança no mar do líquido embriagante, em tom de tango, bem argen...

vinho embriaguez boemia
O olho no fundo do copo mira a vista e a mente com turbidez. Balança no mar do líquido embriagante, em tom de tango, bem argentino, delicioso, que domina o corpo, feito um poema cantado por Zé Ramalho, um Zeca maranhense ou Alceu pernambucano e todas as suas formas diretas e metáforas para falar do simples e o complexo, do irreal e do concreto.

Os pombos fazem um banquete na calçada da praça, vasculham qualquer coisa que os alimente, ciscam toda a área. Eles ocupam também a fi...

fome miseria indiferenca injustica
Os pombos fazem um banquete na calçada da praça, vasculham qualquer coisa que os alimente, ciscam toda a área. Eles ocupam também a fiação, empoleirados e, a cada dia, retornam com novos pássaros. Os homens vasculham restos que os alimentem. Buscam a sobrevivência em latas de lixo, portas de lojas, embaixo de marquises. Ilícitas presenças no horizonte barradas por muitos concretos, a mais dura, a realidade, que de tão forte e violenta causa o grito silencioso do olhar do menino pobre de posses, rico de ausências, onde a fome é presença.

O corte no solo feito pela lâmina da água que brota do fundo da terra ou mergulha do alto do céu ao longo dos tempos cria a ...

trilha ecologica rio mumbaba paraiba
O corte no solo feito pela lâmina da água que brota do fundo da terra ou mergulha do alto do céu ao longo dos tempos cria a estrada permanentemente irregular, bela e de onde até das pedras emana o cheiro de vida. Na contramão da água em cantoria vinda de uma nascente próxima, o corpo humano aceita o desafio e avança, a mente acata o convite à viagem e viaja e o Sol encontra espaços para compor pincéis de luzes telas.

Há lágrimas femininas a chorar dores terríveis. Da violência e preconceitos de todas as formas e tamanhos, do imprensível vazio pelo...

dia da mulher justica sociedade perdao
Há lágrimas femininas a chorar dores terríveis. Da violência e preconceitos de todas as formas e tamanhos, do imprensível vazio pelo marido ou filho levados precocemente pela guerra diária da sociedade que mata gratuitamente, do medo de cruzar a rua e sobreviver a um estupro e mesmo do desafio de lutar pelo espaço que lhe é devido. Apesar de tantos avanços, ainda há muitos atrasos. E é preciso continuar lutando... E impedir que mais mulheres tombem, porque a cada mulher caída, a raça humana sofre uma derrota.

O sereníssimo encontro de doce e sal faz a mistura perfeita da natureza. As águas, a areia, a rocha, o verde, os corpos, o sol e a ...

rio miriri trilha ecologica rio tinto paraiba
O sereníssimo encontro de doce e sal faz a mistura perfeita da natureza. As águas, a areia, a rocha, o verde, os corpos, o sol e a paz. A procissão adocicada serpenteia por entre tons enverdejantes e cinzentos do mangue em muitas curvas, algumas retas, várias vidas até o abraço com o salgado oceano dominante que se abre infinito.

Percebo as imagens através da taça de vinho que revela muitos dizeres e pensares e olhares. Que traz à vida a ladeira que ficou um tem...

olinda carnaval cronica
Percebo as imagens através da taça de vinho que revela muitos dizeres e pensares e olhares. Que traz à vida a ladeira que ficou um tempo parada, nunca esquecida e que do vazio reviveu através das fantasias e antigas e eternas alegrias. Feito o beijo esquecido e desconhecido pelos becos e esquinas em todos os cantos, nos Quatro Cantos. E quando a festa acaba ficam pelo chão as lembranças das serpentinas e confetes, dos pés de muitas cores e dores, das latinhas esvaziadas e recolhidas para garantir o pão de alguém que vive em outra badalada vida.

Um bem-te-vi equilibrado na fiação canta descontraidamente exibindo sua camiseta cuja frente é amarela. Em seguida, voa p...

Um bem-te-vi equilibrado na fiação canta descontraidamente exibindo sua camiseta cuja frente é amarela. Em seguida, voa para um galho próximo e depois para o próprio ninho não muito longe dali. Caso queira, poderá prosseguir no voo ou buscar alimento na grama da praça, nos galhos das árvores. A pequena ave exibe a essência do que é liberdade. É como a mão do escritor passeando pela folha em branco, preenchendo com a tinta espaços antes desertos, que se tornam oásis, viram florestas de significados em frases, textos, tratados. A liberdade do escriba é dimensionalmente idêntica a do leitor, do ser que consegue enxergar sentido na união das letras, que possui o poder de interpretação. É mais um voo livre.

O sol vai se soltando por trás do cabo chamado de branco, que ganha tons em ouro, de várias árvores e de algumas nuvens que p...

cabo branco caminhada ginastica esporte saude
O sol vai se soltando por trás do cabo chamado de branco, que ganha tons em ouro, de várias árvores e de algumas nuvens que parecem se juntar para servir de cortina. Elas se abrem para o espetáculo do astro-rei. Na orla, o despertar de parte da cidade em pedaladas a girar nas rodas das bicicletas, das pernas que com seus músculos avançam corpos. Tudo em banhos atlânticos de imensidão a beijar em toques mansos as areias quase desertas das primeiras horas.

Uma penumbra caiu no meio da tarde. Lá fora, a chuva intermitente de um verão estranho anunciava-se, pronunciava-se, revelava-se, molh...

chuva nostalgia reflexao tarde
Uma penumbra caiu no meio da tarde. Lá fora, a chuva intermitente de um verão estranho anunciava-se, pronunciava-se, revelava-se, molhava. Do lado de dentro, o retorno à idade das velas, com a escuridão das nuvens projetada nos ambientes fechados e ainda mais claustrofóbico devido à suspensão do fornecimento de energia. Mesmo chuvoso, o clima era abafado, esquisito, impróprio para janeiros comuns.

A vegetação de Caatinga com pontos verdes de algumas chuvas esparsas, as plantas belas e igualmente hostis com seus inúmeros espinhos...

rio paraiba sitio arqueologico pedra alatar barra santana
A vegetação de Caatinga com pontos verdes de algumas chuvas esparsas, as plantas belas e igualmente hostis com seus inúmeros espinhos, pedras perdidas no espaço como marcos de um mundo distante, os bichos escondidos à espreita e sobre a paisagem o Sol reinante que alcança praticamente todos os recantos. Aos humanos, animais estranhos, o astro rei torna-se ainda mais inclemente. A definição, por mais estranha que pareça, é de uma espécie de paraíso.