Pelas bandas de cá do mundo, o Nordeste é diferente. O céu de junho traz notícias específicas e especiais. Ele desenha em nuvens de comida de milho, se enfeita de bandeirolas e até tem uma playlist ao ritmo de forró pé-de-serra, xote, baião. E traz chuva mais forte, faz cair suave e deliciosamente os marcadores dos termômetros.
O céu de junho é recheado de reminiscências. Tem gosto da primeira infância, da adolescência, da juventude de sempre. Engraçado, mas até possui cheiro de terra, fragrância de mato molhado, de dias nublados. Porém, também são feitos de azul, ainda mais límpido, bem celestial para celebrar a tríade dos santos juninos: Antônio, João e Pedro.
Quino Al
Céu junino pode até parecer meio tristinho com despejo de águas. Interpretação enganosa, pois chuva é festança celestial, alegrias e comemorações por santos famosos. É festa no céu, é festança na terra. Junho em céu e o momento de celebrar as origens, a fartura, os esforços, as trajetórias, as vidas e as saudades.
Quino Al
Desfere junho uma tela de céu que se renova. Do azul, pincela ao alvorecer e ao fim do dia rápidas rajadas alaranjadas até a transformação do azul negro noturno. Com as nuvens, compõem balés na formação de novas chuvas que se anunciam antes de se precipitarem para beijar todas as coisas físicas e subjetivas que encontram na terra.
Quino Al