A minha Semana Santa começa sendo vista sob um novo ponto de vista. Na leitura matinal de hoje, n’A União fui surpreendido por dois excel...
A Semana Santa vista sob outro prisma
E se a escritora aceitar o meu convite? Tenho me perguntado cada vez mais, pensando como vai ser, o que devo fazer, pois gosto muito de d...
E se ela vier?
Ah, sim: antes de continuar, deixem-me apresentar a escritora. Trata-se de Marlena de Blasi, jornalista que escrevia para vários periódicos norte-americanos sobre gastronomia internacional e crítica de restaurantes pelo mundo.
Meu filho Henrique sempre disse que, se um dia o mundo se acabar, será ao som de Carmina Burana. Já ouvi dezenas de vezes a música de Carl...
O fim do mundo
Assistindo à rápida deterioração das condições físicas de vida na Terra, indagamos: será que o Homem chegou ao seu ápice e a espécie humana se aproxima do fim no nosso planeta? Quantas gerações ainda duraremos?
Seu Elias foi realmente um caso preocupante, como mostrou a sua evolução. Nasceu portador de uma síndrome pouco conhecida: Agenesia de Anj...
Seu Elias, o azarado
Pois é, Seu Elias nasceu desprovido daquela entidade mítica tão importante para as crianças, aquele que, distante da mãe, não deixa que o menino entre em situações de risco: banho de mar brabo, de açude ou de rio, pular muro para roubar goiabas, pegar “morcego” em ônibus ou caminhonetas, aperrear o doido da cidade. Ou se o menino entrar em frias, livrá-lo delas.
“ I have a dream A song to sing To help me cope With anything... ” (I Have a Dream - Abba) Crenças não combinam bem com a minha fo...
Acredito em anjos
A song to sing
To help me cope
With anything...”
(I Have a Dream - Abba)
O conjunto musical sueco ABBA compôs uma bela canção chamada I Have a Dream , lançada em 1979. A música é grega em seu ritmo, crescendo do binário ao terciário, até terminar em compasso quaternário, na qual diz: “...I believe in Angels...” Belíssima, mesmo.
O vento tem gosto? O meu tem! O meu Amigo Vento só me desperta prazeres. Tomar um banho e me deixar secar ao vento é um deles: estimula a...
O sabor do vento
I Influências Quando eu era menino meu saudoso e querido pai Francisco Espínola comprou um disco LP chamado España Cañi . O LP tinha ...
¡Arriba, España!
Influências
O sentimento religioso provavelmente surgiu nos tempos primitivos da humanidade, a princípio baseado no medo do desconhecido: o medo da no...
Ave Maria no morro
Sou do tipo que entende que as boas coisas da vida devem ser compartilhadas. E as coisas ruins, esquecidas ou denunciadas. Por isso é qu...
Um passeio pela Toscana brasileira
A esperança é um sentimento que transcende o ser humano, e também se manifesta entre os animais. É a sensação de possível realização de qu...
Juízo Final
É um nobre sentimento. Está representado em todas as culturas, sob a forma de estátuas, quadros, ícones. É tão nobre que se tornou antropônimo dado a muitas das nossas meninas ao nascerem.
Nascido em 1912 em Exu, Pernambuco, Luiz Gonzaga foi um dos melhores músicos e artistas que o Brasil já viu. E a maior expressão da música...
Vozes da seca
Tendo o seu pai Januário como mestre e ídolo, ele começou a vida tocando sanfona no interior do nordeste, percorrendo o polígono da seca e absorvendo toda a cultura regional, baseada principalmente no sofrimento do povo nordestino, assolado por esse flagelo.
Aos 13 anos comprou a sua própria sanfona, ajudado pelo coronel Manuel Alencar, seu protetor. Aos 17 saiu de casa para tocar no Crato, do outro lado da Serra do Araripe, e não voltou mais. Vendeu a sua sanfona e sentou praça no exército, em Fortaleza, em busca de uma renda regular. Passou nove anos.
Instalada a Revolução de 30, viajou pelo país sendo o corneteiro da tropa, e foi bater em Minas Gerais, onde mandou fazer uma sanfona e aprimorou o seu domínio, aprendendo escala musical com Domingos Ambrósio, sanfoneiro mineiro.
Depois que deu baixa, emigrou para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro, onde voltou à carreira de músico. Porém ainda não tocava músicas regionais nordestinas, senão músicas estrangeiras, nos bares e cabarés da periferia da cidade.
Até que um dia Luiz Gonzaga apresentou-se no Programa de Ary Barroso. Agradando, foi contratado pela Rádio Nacional, a poderosa e maior locomotiva que impulsionava a música brasileira da época. Assim recomeçava a carreira, que só terminaria com o seu falecimento em 1989.
Luiz Gonzaga aperfeiçoou o baião, que então era o único ritmo nordestino aceito pelos sulistas. Nos anos 1940 e 1950 era muito forte a presença do jazz, do Fox e, principalmente, do samba canção, nas noites de Rio de Janeiro e São Paulo.
Porém na Rádio Nacional a sua carreira artística deslanchou. Em 1941 ele gravou o seu primeiro disco, pela gravadora RCA Vitor.
Somente no início da década de 1950é que ele passou a compor e divulgar outros rimos nordestinos, como o xote e o xaxado.
Ao final de sua carreira, entre baiões, xotes, toadas e xaxados, Luiz Gonzaga deixou um acervo de mais de 627 músicas gravadas em 266 discos, 53 músicas de sua autoria, 233 em parcerias e 331 de outros compositores. Foram parcerias com letristas e compositores do maior quilate. Deles destaca-se o advogado cearense Humberto Teixeira, com quem, em cinco anos de parceria, compôs centenas de músicas. E depois com o médico compositor, poeta e folclorista pernambucano Zé Dantas, com quem teve produção semelhante.
Em 1950 gravou a música ao mesmo tempo bela e triste, Assum Preto, que havia feito em parceria com Humberto Teixeira, pela RCA Vitor. E em 1952 confirma o sucesso como principal divulgador da música sertaneja nordestina, gravando a toada Acauã, com Zé Dantas, também pela RCA Vitor.
No mesmo ano de 1952 grava também na RCA Vitor o baião Paraíba, lançada em 1950 com o cearense Humberto Teixeira. E aquela música que viria a se tornar o hino nacional do sertanejo nordestino, Asa Branca, que havia sido lançada em 1947 da mesma parceria com Humberto Teixeira, e também um baião. Vinte anos depois, em 1972, essa música vestiria uma roupa nova na versão espetacular do magnífico conjunto recifense Quinteto Violado. Nesta versão destaca-se memorável solo da flauta de Ciano Alves.
Anos depois Luiz Gonzaga encontrou-se com aquele que se tornou o seu herdeiro artístico natural: o também pernambucano Dominguinhos. A partir daí tornaram-se inseparáveis, em diversos espetáculos pelo Brasil.
Luiz Gonzaga era além de músico um grande artista cênico. A sua presença num palco era contagiante. São notáveis e gostosos os solos de sanfona em diversos espetáculos, como na música Samarica, Parteira. E na homenagem que fez ao jumento, que considerava irmão do sertanejo.
Ao longo de sua carreira participou de milhares de espetáculos pelo Brasil e exterior. Ele teve, então, muitos parceiros. Mas os espetáculos mais notáveis foram com Dominguinhos e com o cearense Raimundo Fagner, com memorável solo de sanfona.
Em inusitada parceria com Hervé Cordovil, Luiz Gonzaga compôs outro hino de nossa geração: o excelente e alegre Vida de Viajante , que canta junto com o filho Gonzaguinha, e contracenou com Fagner.
Ao longo da sua trajetória artística Luiz Gonzaga teve muitos e bons parceiros. Os mais conhecidos são mesmo Zé Dantas e Humberto Teixeira. Um bom exemplo, fruto dessa parceria, é O Xote das Meninas , composto com Zé Dantas e gravado em 1953 pela RCA Vitor. Nesta música Zé Dantas revelou o seu conhecimento de fisiologia e ginecologia. Também mostrou a sua veia poética, ao descrever a transição da infância para a adolescência, comparando a menina-môça com a flor do mandacaru. E ao associar ao fim da estiagem. Bonito!
Mas o escritor, historiador e jornalista investigativo Flávio Ramalho de Brito considera que o melhor de todos foi Zé Marcolino, de Sumé. E em quantidade de músicas teve João Silva, de Garanhuns.
Destaques para Pássaro Carão , música alvissareira com Zé Marcolino. E Uma Pra Mim, Outra Pra Tu , animada mazurca de quadrilha-de-São João, composta em parceria com João Silva, onde Luiz Gonzaga erra maliciosamente a divisão das mulheres do salão. Muito engraçada!
Figura discreta, João Silva compôs mais de duas mil músicas que foram gravadas por grandes nomes da música brasileira. Cem delas só com Luiz Gonzaga.
Luiz Gonzaga era muito atualizado. Como se pode ver no Xote Ecológico , que compôs com Aguinaldo Batista.
Além de músicas de Zé Marcolino, de Sumé, Luiz Gonzaga prestigiou outro autor paraibano: Rivaldo Serrano de Andrade. Pois em 1973 ele gravou a linda música Fogo-Pagou , de autoria de Rivinha Serrano, como era conhecido. Com Humberto Teixeira, Luiz homenageou o seu pai, Januário, com o delicioso xote Respeita Januário .
Sempre divulgando o folclore e a cultura nordestinos, Luiz Gonzaga compôs vário clássicos, como O Jumento é Nosso Irmão Samarica Parteira — música rica em onomatopéias, como boa parte das músicas dele —, Vem Morena e ABC do Sertão .
Pois bem: indignados com a inércia e incompetência do governo federal, presidido pelo gaúcho Getúlio Dorneles Vargas, Luiz Gonzaga e Zé Dantas compuseram a música Vozes da Seca, um brado de protesto contra o descaso que à época já era praticado contra o povo nordestino.
A letra da música é uma brilhante carta produto da indignação. Dirigindo-se respeitosamente ao presidente Vargas, inicia-se com a apresentação dos signatários, os nordestinos:
E continua com uma lembrança de que o presidente Getúlio Vargas foi eleito para governar, também, os nordestinos:
Seguido do alerta para a ampla repercussão do flagelo da seca sobre a população da época:
Em seguida dá uma aula de como se deve combater a seca e suas conseqüências:
Oferecendo ao presidente Vargas possibilidades de bons dividendos conservando a dignidade, por ser justo para com o Nordeste e o seu povo humilhado pela situação de ter se tornado pedinte:
E revela aquilo que será a redenção para o sertanejo nordestino afligido pela seca:
A canção conclui com uma advertência para o que acontecerá ao povo nordestino, se o governo federal continuar a dar-lhe as costas: tornar-se uma versão moderna do escravo histórico:
Nos dias de hoje, quando o nordestino tem sido tão discriminado por pessoas de baixo nível, racistas de outras plagas em sua maioria, concluímos que agem assim por inveja, por não aceitarem que um povo tratado como cidadão de segunda classe, possa ter dado gente de tanto valor, tanta expressão cultural, política, científica e social, entre os seus filhos.
A história a seguir me foi contada pelo meu muito querido e saudoso irmão, João Neto. Ele jurava que havia presenciado o “diálogo”, pois e...
Diálogo sertanejo
Nos idos dos anos 50 e 60 os principais transportes coletivos para o alto sertão eram o trem e umas poucas companhias interurbanas, que arriscavam seus ônibus em estradas pouco melhores do que carroçáveis.
O Brasil está vivendo uma crise institucional criada artificialmente, com o nítido propósito de subverter a ordem democrática, e cujo obje...
Que vença a democracia!
Saímos de Roma Itália afora, em direção à Toscana. A nossa viagem estava sendo muito agradável, circulando por estradas vicinais alter...
Breve passeio pela Toscana (Parte II)
Parte I Procedentes de Paris chegamos à Cidade Eterna onde hospedamo-nos no apartamento de Salomé Espínola. Sassá, como carinhosamente...
Breve passeio pela Toscana
Ela mora num apartamento da Via Sebino. Região prazerosa no nordeste de Roma, dispõe de construções antigas e imponentes, e lugares aprazíveis, como a Villa Copedé, um conjunto de palácios residências do século XIX, com a esquisita Fonte das Rãs.
Em Roma, Sassá nos levou para lugares pouco conhecidos pelos turistas, como uma cervejaria fundada em 1846, a Antica Birreria Peroni, onde bebemos deliciosas cervejas e devoramos um prato muito saboroso: tripa alla Romana! É uma espécie de dobradinha muito gostosa, com vísceras de boi. É um pouco apimentada, porém muito saborosa.
Parece esquisito a expressão do título. Mas como?, perguntaria alguém mais ingênuo. Uma rua pode ser tombada? Bem, claro que não significa...
O tombamento da rua
Mas... Será que se refere ao tombamento histórico ou arquitetônico? Os seus prédios, talvez? Bom, não é o caso da rua em questão.
Pois se trata da rua Francisco Claudino Pereira, no bairro de Manaíra, na minha João Pessoa. Portanto não é um logradouro histórico, como seria a rua Maciel Pinheiro, por exemplo, no centro antigo da cidade, no baixo comércio.
Hoje eu peço licença para abordar uma categoria sofrida, explorada, mal-reconhecida. O seu labor não está previsto em lei trabalhista nem...
A moça da casa
Todas as noites é sempre a mesma história. Depois de passar o dia sendo disputada pelos nossos filhos e netos e a todos servir sem fazer d...
Prazeres noturnos
Ela espera pacientemente, até que me decida a ceder ao seu apelo. Às vezes demoro muito a ir para o quarto, escrevendo alguma coisa até tarde, ou assistindo um bom filme, um documentário sobre a natureza, um noticiário ou um debate político ou cultural. Mas ela não perde a paciência, apenas me aguarda.
Quando Deus, já exausto, parou de fazer a Natureza e viu que da sua lista ainda faltava uma criação, decidiu fazer um ser que fosse a sua ...
Uma divina obra-prima
Bom, isso é o que a Bíblia diz. Mas ela não fala que, após algum tempo observando o homem interagir com a natureza, começar a olhar para as plantas e os bichos de cima para baixo, perguntar-lhes “você sabe com quem está falando?”, não gostou muito do que viu.
Antigamente, na nossa infância, depois do jantar brincávamos na rua até as 9 horas. Depois fazíamos um lanche e subíamos para o quarto, pa...